Zerozero
·18 de fevereiro de 2025
Se fosse fácil não tinha a mesma graça...

In partnership with
Yahoo sportsZerozero
·18 de fevereiro de 2025
Se os golos ficaram em falta na primeira mão, tendo em conta o volume de remates e futebol ofensivo, o mesmo não se pode dizer do jogo que decidiu esta eliminatória. Com seis golos bem divididos nesta noite de quarta-feira (3-3), o Benfica eliminou o Monaco e assegurou um lugar nos oitavos de final da Liga dos Campeões!
A eliminatória chegou a parecer arrumada relativamente cedo, mas os ares de liga milionária atrapalharam as contas e a águia sentiu a turbulência no voo. Tudo acabou em sorrisos, pelo que as peripécias só deram graça à história do playoff. Segue-se agora Barcelona ou Liverpool...
As ausências foram tema repetido e quase repetitivo na caminhada até este jogo europeu, mas a verdade é que, chegada a hora de jogar futebol, não foram sentidas. Referimo-nos exclusivamente aos minutos iniciais, naturalmente. Ora, na falta de nomes como Manu Silva e Florentino, o arranque do jogo teve muito de... Leandro Barreiro. O médio luxemburguês esteve sempre muito envolvido, tendo sido o autor da primeira ocasião do jogo, de um susto de (mais uma) lesão e ainda da ação que originou o primeiro golo.
Foi com uma recuperação em zona adiantada que, aos 22 minutos, encontrou Pavlidis, o homem que já tinha sido decisivo no jogo da primeira mão (0-1). O grego trabalhou bem e fez o passe para Kerem Akturkoglu, que apareceu no sítio certo para fazer o primeiro da noite e duplicar a vantagem no agregado. Muita festa na Luz, que se viu enfeitiçada pelo turco pela primeira vez neste ano civil - levava 17 jogos sem marcar.
Houve outra questão que também recebeu uma elevada dose de atenção e que se provou relevante: os golos que ficaram por marcar há uma semana, no jogo da primeira mão. O Benfica levava uma vantagem de 2-0 no playoff, mas isso, num contexto de Champions League, estava longe de ser uma garantia de sucesso...
O conforto extra foi, para as águias, apenas isso. Pouco de bom saiu do golo, pois foi a partir dessa altura que vimos, pela primeira vez nesta eliminatória, a formação do Monaco assumir o controlo das operações. Aí, sim, foi sentida a falta de tino, especialmente com a crescente tendência dos monegascos - hoje em 3x5x2, ao contrário da primeira mão - procurarem a finalização em zonas onde normalmente surgiria um 6 mais natural.
Foi Embolo o mais ativo no ataque durante esse período, tendo até atirado ao poste no lance que precedeu o do empate: aos 32 minutos, com assistência do suíço que ainda voltaria a ameaçar a baliza na primeira parte, Takumi Minamino conseguiu bater Trubin.
Esses problemas não foram resolvidos ao intervalo e a segunda parte abriu com Eliesse Ben Seghir em grande. O jovem que já tinha marcado ao Benfica em novembro voltou a aparecer em bom nível e, depois de um aviso nos primeiros instantes do regresso ao relvado, aproveitou os espaços acima referidos para, aos 51 minutos, assinar a reviravolta na noite e o empate na eliminatória.
Lage lançou Dahl e Amdouni ao jogo, aproximando a sua equipa de um formato semelhante àquele que foi apresentado com sucesso no passado sábado, frente ao Santa Clara (0-1). O lateral sueco levou algum tempo a encontrar o seu espaço no jogo, mas isso não impediu o Benfica de se recolocar em vantagem, depois de Aursnes ter sofrido uma falta na área. Pavlidis cobrou e marcou a grande penalidade.
Precisamente por não haver descanso numa prova como a Champions, o assunto não ficou arrumado aí. Adi Hutter também olhou para o seu banco e lançou George Ilenikhena, jovem avançado que, meros segundos depois de entrar, foi lançado na profundidade e só parou de correr quando armou um remate que voltou a deixar a eliminatória empatada. Trubin mal batido, dessa vez.
Menos frustração, ainda assim, porque nesta incidência o Benfica só largou o volante durante três minutos. Aos 84, a normalidade foi restaurada com um desvio de Orkun Kökçü em resposta à excelente bola que Carreras colocou na área. A forma como a Luz estremeceu nesses instantes poderá ter sido registada por engano como atividade sísmica.
A vitória ainda pareceu uma realidade quando novo penálti foi assinalado a favor das águias, já nos descontos, mas este foi riscado após recurso ao VAR. Seguiram-se instantes de sofrimento maior, até que o apito final suscitou nova reação forte nas bancadas. O Benfica segue em frente!