São Paulo é o principal formador de atletas na convocação; relembre a trajetória de cada um | OneFootball

Foto: Divulgação/São Paulo

Nas cinco vezes em que o Brasil levantou a taça da Copa do Mundo, o elenco contava com algum jogador do São Paulo. Em 1958, Dino Sani, De Sordi e Mauro Ramos representaram o Tricolor na Suécia. Quatro anos depois, no Chile, foi a vez de Bellini, que havia se transferido para o clube no início daquele ano, e Jurandir. No México, em 1970, o esquadrão do tricampeonato, considerado por muitos o maior time da história da Copa do Mundo, contava com o Canhotinha de Ouro, Gérson, como representante tricolor.

A equipe que conquistou o tetra em 1994 foi a que contou com mais atletas do São Paulo: Zetti, Cafu, Leonardo e Müller. Já em 2002, no Japão e na Coreia do Sul, Belletti, Rogério Ceni e Kaká representaram o São Paulo na conquista do pentacampeonato.

Para a Copa do Mundo FIFA de 2022, o técnico Tite não convocou nenhum jogador do elenco são-paulino. No entanto, se hoje a seleção brasileira é a grande favorita ao título da Copa do Mundo segundo a Midnite, muito se deve ao São Paulo, que, apesar de não contar com nenhum jogador convocado para o torneio, é o principal formador de atletas, tendo revelado o goleiro Ederson, o zagueiro Éder Militão, o meio-campista Casemiro e o atacante Antony.

Entre os clubes brasileiros, o São Paulo é o líder nesse quesito, seguido por Corinthians, Fluminense e Santos, que revelaram três jogadores cada na convocação para a Copa do Mundo.

Relembre a seguir um pouco da trajetória de cada um dos jogadores revelados pelo São Paulo presentes na convocação de Tite para a Copa do Catar.

Ederson: passagem curta no Tricolor e sucesso na Europa

Foto: Acervo pessoal

Nascido em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, Ederson chegou às categorias de base do São Paulo com 15 anos, em 2008. Entretanto, o jogador não recebeu muitas oportunidades no clube e acabou sendo dispensado, por telefone, um ano depois.

Ederson, então, se mudou para Portugal e ingressou nas categorias de base do Benfica, onde permaneceria por dois anos. Sua profissionalização aconteceria somente no Ribeirão, clube da Segunda Liga, a segunda divisão de Portugal. Lá, permaneceu por um ano e chamou a atenção do Rio Ave, clube da primeira divisão que o contratou em 2012.

No Rio Ave, Ederson iniciou como reserva do goleiro esloveno Jan Oblak. Quando este se transferiu para o Atlético de Madrid, Ederson assumiu a posição e começou a ganhar destaque, sendo inclusive convocado para a seleção brasileira sub-23. Em 2015, Ederson retornou ao Benfica, numa transferência de apenas 500 mil euros.

No Benfica, Ederson se estabeleceu como um dos principais goleiros brasileiros de sua geração, dono de um jogo com os pés invejáveis e muito competente embaixo das traves. Com as Águias, o goleiro foi bicampeão português e também conquistou a Taça de Portugal.

Em 2017, o Manchester City chegou a um acordo com o Benfica para a contratação do goleiro, numa transação de 40 milhões de euros que o tornou, na época, o segundo goleiro mais caro da história, atrás somente da lenda Gianluigi Buffon. Com a camisa do clube inglês, Ederson se consolidou como um dos principais jogadores da posição no mundo, além de ter conquistado a confiança de Tite na seleção brasileira.

Éder Militão: de Cotia para o Real Madrid

(Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Oriundo do interior de São Paulo, Éder Militão ingressou nas categorias de base do Tricolor Paulista em 2012, aos 13 anos de idade. Em 2017, com 19 anos, fez sua estreia pelo time principal, numa partida contra o Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro. No dia 17 de setembro do mesmo ano, Militão anotou seu primeiro gol como profissional do São Paulo, no triunfo contra o Vitória, também pelo Brasileirão.

Apesar de várias tentativas de renovação de seu vínculo com o São Paulo, Militão deixou o clube em 2018, a seis meses do fim de seu contrato, numa transação de 4 milhões de euros com o Porto. Com a camisa tricolor, Militão atuou em 57 partidas e anotou 4 gols.

Pelo clube português, Militão jogou apenas uma temporada e logo chamou a atenção do gigante Real Madrid. Ao final da temporada 2018-19, o clube merengue anunciou sua contratação, ao pagar os 50 milhões de euros de sua cláusula de rescisão com o Porto.

Nas primeiras temporadas na Espanha, Militão atuou como reserva, jogando poucas vezes como titular. Após as saídas de Sergio Ramos e Raphaël Varane, Militão assumiu a titularidade e se tornou peça chave na equipe de Carlo Ancelotti, conquistando dois títulos de La Liga, duas Supercopa da Espanha e o título da Champions League na temporada passada.

Casemiro: saída conturbada e ascensão na Europa

(Foto: Rubens Chiri | saopaulofc)

Casemiro chegou às categorias de base do São Paulo com apenas 10 anos e rapidamente se tornou uma das principais promessas de Cotia, sendo constantemente convocado para os times de base da seleção brasileira.

Em 2010, foi promovido ao time principal por Ricardo Gomes, e iniciou sua trajetória como profissional do São Paulo. Sua estreia aconteceu no dia 25 de julho de 2010, num clássico San-São que terminou em derrota tricolor. Já seu primeiro gol foi anotado num empate contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro daquele ano.

Em seu último ano no São Paulo, em 2012, Casemiro não conseguiu manter um bom nível de performance e acabou sendo muito contestado pela torcida, que o via como um jogador displicente e deslumbrado. Em janeiro de 2013, o volante foi emprestado ao Real Madrid Castilla, o time B do gigante espanhol, encerrando sua passagem pelo Tricolor com 111 partidas e 11 gols.

Na Espanha, Casemiro ganhou destaque rapidamente. Com pouco tempo no Castilla, o jogador foi promovido para o time principal por José Mourinho, sendo inclusive inscrito na Champions League, e em julho de 2013, foi comprado em definitivo pelo Real Madrid, numa transação que não teve o valor divulgado.

O sucesso, entretanto, só viria após um empréstimo para o Porto, em 2014. Pelo clube português, Casemiro teve uma ótima temporada, anotando 4 gols e três assistências em 41 jogos pelos Dragões.

Em junho de 2015, o volante retornou ao Real Madrid e, sob o comando do técnico Zinédine Zidane, rapidamente se consolidou como um dos principais jogadores de sua posição. Com os merengues, Casemiro colecionou títulos importantes, incluindo três conquistas de La Liga e impressionantes cinco títulos da UEFA Champions League.

Após quase dez anos de Real Madrid, Casemiro decidiu buscar novos ares e novos desafios e, na última janela de transferências do verão europeu, se transferiu para o Manchester United, numa negociação de cerca de 60 milhões de euros.

Antony: principal revelação tricolor nos últimos anos

(Foto: Marcos Ribolli)

Antony iniciou sua trajetória no São Paulo com apenas 10 anos, quando ingressou nas categorias de base do Tricolor em 2010. Em Cotia, o ponta canhoto, veloz e habilidoso sempre foi visto como uma grande promessa; em setembro de 2018 foi promovido para o time principal, e fez sua estreia pelo profissional no empate contra o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro, em novembro daquele ano.

Em 2019, Antony retornou para o time sub-20 e conquistou a Copa São Paulo de Futebol Júnior, sendo eleito o melhor jogador da competição, com 4 gols e 6 assistências em 9 partidas. Com o título, o atacante retornou ao time principal e se destacou durante o Campeonato Paulista como uma das revelações do torneio.

Em pouco tempo, Antony se consolidou como um dos principais jogadores do elenco tricolor e, rapidamente, começou a chamar a atenção de grandes clubes europeus. Em fevereiro de 2020, o jogador foi vendido ao Ajax por 29 milhões de euros e se transferiu para a Holanda em julho daquele ano.

Após duas ótimas temporadas pelo clube holandês, Antony foi comprado pelo Manchester United por cerca de 100 milhões de euros, na maior transferência da história do futebol holandês e a segunda maior da história do United, atrás somente de Paul Pogba.