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·25 de junho de 2020
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O volante Sandro deixou o Brasil como uma promessa da seleção brasileira, surgindo ao lado de uma geração comandada pelo atacante Neymar. Depois de uma década na Europa, o meio-campista retornou ao país e tenta mostrar no Goiás que segue com lenha para queimar aos 30 anos. Os momentos vividos nesse intervalo de tempo entre sua saída do Inter, campeão da Libertadores, e o retorno ao Esmeraldino foram o tema da conversa com a Goal.
Contratado como esperança de uma era vitoriosa do Tottenham, Sandro lembrou dos tempos áureos em que treinou ao lado do croata Luka Modric, hoje vice-campeão do Mundo com a Croácia e dono de um prêmio de melhor do mundo da Fifa, em 2018. O sucesso do companheiro, no entanto, surpreendeu o meio-campista. "Cara, o Modric é sensacional. Um cara que eu via treinar, jogava do meu lado, eu olhava e falava que ele é diferente. O cara é diferenciado mesmo. Olha, eu não imaginaria [ele ser melhor do mundo]", contou o jogador, que também analisou as chances de Neymar, seu companheiro nas Olimpíadas de 2012, chegar ao posto alcançado por Modric. "Acho que ele tem tudo para ser [o melhor do mundo], mas depende de o time estar bem para ele levar a Champions League. Se o time do Neymar levar a Champions League e ele estiver bem, com certeza ele vai ser o melhor do mundo", projetou o volante durante a conversa, confiante que ainda terá muito mais histórias para contar. Com contrato até o fim desta temporada com o Goiás, o volante já atuou em sete jogos e diz que o Esmeraldino será capaz até de conquistar títulos nesta temporada, mesmo com as saídas de nomes importantes como Léo Sena e Michael. Goal: Como você vê o Goiás no cenário nacional em 2020? Sandro: O Goiás é uma equipe que sempre tenta brigar bem nas competições. Esse ano mudou muito, muitos jogadores, então estamos pensando em coisa grande, chegar o mais alto possível, ganhar título. Não sei como vai ser [o retorno], mas a gente estava no Goiano, na Copa do Brasil, e estávamos bem. Tínhamos encontrado o jeito de o time jogar, entendeu? Tínhamos ganhado do Vasco, melhor jogo da nossa equipe no ano. O Goiás está pensando grande. Fico feliz com isso, eu também penso grande. Goal: O clube perdeu dois jovens promissores, Michael e Léo Sena. Acredita que eles vão figurar entre os melhores do país nos próximos anos? Sandro: Eu não pude conviver com o Michael, mas pelo que vi de alguns jogos e de tudo que ele fez aqui no Goiás é um cara que já tem um futuro brilhante pela frente. O Léo Sena eu pude ver de perto, um cara que tem um potencial muito grande, já até falei pra ele. São dois grandes jogadores que podem chegar ao céu, não tem limite para quem tem qualidade. Se as coisas forem acontecendo, o céu é o limite. Precisa ter cabeça boa, pé no chão, muita humildade, aí vai longe. O Goiás vai sentir [falta], naturalmente, o torcedor gostava muito deles, mas o futebol não para. Vai aparecer outro Léo, outro Michael, isso é normal no futebol. Goal: Te pergunto porque você já foi um desses jovens promissores, saiu em alta do Inter, jogou na seleção. Queria que você explicasse por que escolheu voltar para o Brasil ainda aos 30 anos. Sandro: Foram quase dez anos de Europa, eu saí muito bem do Inter, ganhei Libertadores e outros títulos, e a volta para o Brasil foi de uma rescisão de contrato. Eu já estava há seis, sete meses sem jogar. O Goiás apareceu, fez a proposta, me quis de uma maneira que eu não pude falar não. Pela história, por ser tão próximo da minha família, dos meus amigos, então para mim foi uma oportunidade boa. Agora é mostrar que eu estou em alto nível ainda. Quando se falava no meu nome para cá, pensavam que o Sandro estava parando. E eu quero dar essa oportunidade para a família, mostrar que eu estou em alto nível para todo mundo. A Europa foi muito boa, tive experiências inesquecíveis, agora é pensar aqui no Goiás. Goal: No Tottenham, você jogou alguns anos com o Modric, até fez dupla no meio-campo. Acreditava que ele ia chegar ao nível que chegou? Sandro: Cara, o Modric é sensacional. Um cara que eu via treinar, jogava do meu lado, eu olhava e falava que ele é diferente. O cara é diferenciado mesmo. Olha, eu não imaginaria [ele ser melhor do mundo]. Por ele estar ali do meu lado, nunca pensei. Um jogador melhor do mundo, finalista de uma Copa do Mundo com uma seleção mais inferior. Mas o talento dele já era incrível. Todo mundo sabia que ele era um talento diferente, o jeito de dominar a bola, o jeito de jogar. Tive experiências incríveis jogando do lado dele, me ajudou muito.
Ele é muito disciplinado, cobra tanto dele quanto dos outros que estão do lado. Ele me cobrava muito. Fico muito feliz por ele estar no Real Madrid todos esses anos, muito título, título individual também. A sensação para mim mesmo é de orgulho de ter jogado com um cara assim por dois anos. A gente não se fala, mas sempre comentamos fotos um do outro. Tem tempo que a gente não se fala. Jogador quando não se vê mais é difícil falar, mas quando for reencontrar com certeza a "resenha" é a mesma (risos), vai se abraçar e ter aquele papo legal. Goal: Outro cara com quem você teve bastante contato foi o Neymar, nas Olimpíadas. Você acha que ele vai ser o melhor do mundo? Sandro: Ele tem tudo para ser, Neymar é um jogador completo, mas ele depende também do time, dos títulos que a equipe ganhar, não é só pelo jogador. É um conjunto, você sabe que isso conta muito. Ele teve um ano sensacional, ganhou o Campeonato Francês arrebentando, mas se o cara não ganhar os títulos de mais expressão não vai, cara. Não vai. Acho que ele tem tudo para ser, mas ele depende de o time estar bem para ele levar a Champions League. Se o time do Neymar levar a Champions League e ele estiver bem, com certeza ele vai ser o melhor do mundo. Goal: Para fechar, você acha que o Campeonato Brasileiro está muito abaixo das grandes ligas europeias? Sandro: Na minha volta só joguei campeonato regional. É muito diferente do Brasileiro. Vou responder essa aí depois, quando eu jogar uns dez jogos pelo Brasileirão, aí dá para saber.