Trivela
·08 de maio de 2023
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A Sampdoria está rebaixada para a Serie B do futebol italiano, depois da derrota para a Udinese por 2 a 0 nesta segunda-feira, pela 34ª rodada. O rebaixamento vem com quatro rodadas de antecedência e mostra o quanto o time sofreu e foi mal nesta temporada. A última vez que o clube tinha sido rebaixado foi em 2010/11, quando terminou em 18º.
Campeão italiana na temporada 1990/91, a Sampdoria ainda tem quatro títulos da Copa da Itália, uma Supercopa Italiana, uma Recopa e uma Supercopa da Europa. O clube tem nomes importantes no seu elenco como o veterano atacante Fabio Quagliarella, o goleiro Emil Audero, o meia Filip Djuric, o marroquino Abdelhamid Sabiri, o venezuelano Tomás Rincón e o atacante Manolo Gabbiadini.
Os Blucerchiati começaram a temporada sob o comando de Marco Giampaolo, mas o técnico foi demitido no dia 2 de outubro, depois de uma derrota por 3 a 0 para o Monza em casa. Àquela altura, o time tinha apenas dois pontos depois de oito jogos, com dois empates e seis derrotas. Dejan Stankovic, ex-Lazio e Inter, foi contratado no dia 6 de outubro, depois de um trabalho no Estrela Vermelha.
A chegada do técnico sérvio deu uma empolgação inicial, mas os resultados não vieram. Após 34 rodadas, o time chegou a apenas três vitórias, com oito empates e 23 derrotas. Com 17 pontos, está a 13 pontos do Verona, atual 17º colocado. Como são apenas 12 pontos em jogo, não há matematicamente chance de escapar do rebaixamento, que já era dado como certo pelo desempenho que a equipe teve.
Nos últimos anos, o clube já vinha flertando com o rebaixamento. Em 2019/20, o time ficou em 15º. Se recuperou e terminou em 9º na temporada 2020/21, mas acabou novamente perto da zona do rebaixamento em 2021/22, terminando outra vez em 15º.
Os problemas financeiros no clube são graves, com o presidente Massimo Ferrero deixando o cargo após ser preso, em meio a investigações na justiça por falência fraudulenta e fraudes financeiras das quais é dono, que não tinham a ver com o clube. Ele continua como acionista majoritário. Ferrero recusou uma proposta de investidores americanos da Marlin Equity Partners. A diretoria segue tentando vender o clube, mesmo com as negativas de Ferrero. A crise, porém, é forte e, desde março, o clube sabe que precisa achar um comprador para evitar a falência, que seria uma tragédia de proporções ainda maiores.
Foram feitas tentativas de vender o clube, mas a diretoria não conseguiu fazer as operações, bloqueadas por Ferrero, maior acionista. Com isso, há o temor que o clube entre em processo de falência, o que obrigaria a equipe a recomeçar na Serie D, e não apenas cair para a Serie B. Pior ainda para a Sampdoria é que o rival da cidade, o Genoa, acabou de garantir o acesso de volta à Serie A.
“Sinto uma enorme decepção e tristeza. Tentamos e demos tudo que tínhamos”, afirmou Stankovic à DAZN após o jogo. “Eu sei que todo torcedor não quer aceitar este dia, mas lutamos em campo e eles estiveram sempre ao nosso lado. Este clube merece mais, porque é lindo por dentro e por fora. Espero que essa situação possa ser resolvida do melhor jeito possível”.
O vice-presidente do clube, Antonio Romei, diz que os rumores de uma falência são exagerados. “É doloroso e muito difícil. Estamos todos tristes e foi um momento emocionante entre o técnico e os jogadores, então precisamos construir a partir daí”, afirmou Romei à Sky Sport Italia.
“Agora temos a partida mais importante, decisiva. Falo em nome de toda diretoria, estamos trabalhando duro para encontrar uma solução e faremos tudo que for possível, porque a Sampdoria merece continuar adiante. Os próximos dias serão muito importantes”, continuou o vice-presidente.
“A Sampdoria é parte da herança do Calcio e não pode começar novamente abaixo da Serie B. Temos um programa de reestruturação sustentável que foi examinado pelos conselheiros financeiros, então talvez a notícia que tem circulado é um pouco alarmante demais”, continuou Antonio Romei. “Temos uma ideia clara da situação, estamos tentando fazer acontecer o mais rápido possível”.
“Temos um plano de reestruturação que está pronto para ser depositado no tribunal. Temos que abordar os credores e potenciais investidores, tentar encontrar ajuda e um modo para resolver as dívidas e poder seguir adiante. Este é o nosso principal trabalho, estamos falando acima de tudo com os bancos”, continuou Romei.
“Esta tem sido a situação desde o começo desta temporada longa, cansativa e terrível. Não é uma questão de ser pessimista ou otimista, temos que apenas dar o máximo de nós. Não é verdade que a Sampdoria é um clube que não tem nada e algumas notícias podem ter assustado alguns potenciais investidores. Agora a situação é clara, o clube passou por uma operação financeira”, declarou ainda o dirigente.
Resta aos torcedores dos Blucerchiati a esperança de dias melhores, preferencialmente com a venda do clube para sair das mãos de Massimo Ferrero e voltar a ter esperança. Depois do rebaixamento em campo, o clube precisará lutar para evitar a falência e, assim os rebaixamentos administrativos até a Série D, o que seria ainda mais trágico. O maior drama da Sampdoria ainda não terminou e a torcida só ficará aliviada se o clube puder ser ao menos inscrito na Serie B.