Sampaoli foi incapaz de dar a guinada necessária em uma temporada melancólica do Sevilla | OneFootball

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Trivela

·21 de março de 2023

Sampaoli foi incapaz de dar a guinada necessária em uma temporada melancólica do Sevilla

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Jorge Sampaoli, pela primeira vez em sua carreira, retornou a um clube que já havia treinado. Era sua forma de compensar o encerramento abrupto do (até que bom) trabalho que conduzia no Sevilla quando aceitou comandar a seleção argentina. O clube espanhol precisava dele, após demitir Julen Lopetegui, a apenas um ponto da zona de rebaixamento. Duas dezenas de rodadas depois, a situação melhorou muito pouco: dois pontos o separam da degola. O Sevilla decidiu demitir o argentino e tomar um novo caminho para tentar evitar um desastre maior. Ex-Eibar e Alavés, José Luis Mendillibar deve terminar a temporada.

Após três temporadas consecutivas entre os quatro primeiros, o Sevilla derreteu. O diretor de futebol Monchi, famoso pelos seus excelentes negócios, admitiu que cometeu erros no mercado de transferências. Os dois zagueiros titulares, por exemplo, foram vendidos ao mesmo tempo, substituídos por Marcão, do Galatasaray, e o garoto Tanguy Nianzou, do Bayern de Munique. Apostas em nomes como Isco e Adnan Januzaj não se pagaram, e o empréstimo de Lucas Ocampos ao Ajax sempre pareceu um pouco estranho. Ele acabou retornando em janeiro.


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Com um time desfigurado, Lopetegui teve dificuldades no começo da temporada e venceu apenas uma das primeiras sete rodadas antes de ser demitido. Ainda tinha muito chão pela frente para o Sevilla se reagrupar e brigar novamente por vaga em competições europeias. A escolha por Jorge Sampaoli não havia sido ruim. Depois dos seus trabalhos no Brasil, ele havia emplacado uma boa temporada pelo Olympique de Marseille, do qual saíra por divergências com a diretoria em torno de contratações.

Os resultados não melhoraram de imediato, mas o Sevilla teve um esboço de recuperação depois da Copa do Mundo, com quatro vitórias em seis rodadas. Todas no Ramón Sánchez Pizjuán: o Sevilla não ganha um jogo fora de casa desde meados de outubro. Monchi deu a Sampaoli mais algumas opções no mercado de janeiro, como Bryan Gil, Pape Gueye, com quem o argentino havia trabalhado no Olympique de Marseille, Loïc Badé e Ocampos para tentar sustentar a recuperação. Não foi isso que aconteceu. A Copa do Rei escapou nas quartas de final contra o Osasuna. Se conseguiu se manter vivo na Liga Europa, os resultados voltaram a se deteriorar em La Liga.

Um empate com o Rayo Vallecano antecedeu outra derrota para o Osasuna, em casa, agora pelo campeonato nacional. O Sevilla foi um pobre coadjuvante da festa em que Diego Simeone se tornou o treinador com mais partidas no comando do Atlético de Madrid. Derrotar o Almería na sequência não diminuiu muito o impacto daquele 6 a 1. A gota d’água foi perder para o Getafe por 2 a 0 no último final de semana. A demissão parecia decidida desde segunda-feira. Faltava acertar os detalhes e encaminhar o terceiro técnico da temporada.

“O Sevilla terminou o contrato do seu treinador, Jorge Sampaoli, depois da derrota para o Getafe, que voltou a colocar o time na beira da zona de rebaixamento. O fato de a equipe não ter conseguido sair das últimas posições da tabela desde a sua contratação como técnico e o que foi apresentado nos últimos jogos levaram o clube a tomar essa decisão, em busca de uma reação nas últimas 12 rodadas de La Liga. O Sevilla agradece Sampaoli pelos serviços prestados e lhe deseja a melhor sorte em seu futuro”, afirmou o Sevilla, em nota oficial.

Segundo o El País, faz tempo que os dirigentes não acreditavam mais no trabalho de Sampaoli, “um técnico que transmite enorme nervosismo aos jogadores, que orienta uma saída de bola a partir do goleiro com muitos riscos e cuja mensagem não chega aos jogadores”. Em uma mensagem publicada no Instagram, o argentino afirmou que a cidade de Sevilha e as cores do clube continuam em seu coração.

“Quando me chamaram para voltar, pensei que seria uma boa opção para encerrar uma primeira etapa que, de alguma maneira, havia ficado aberta. O Sevilla é o primeiro time da minha carreira no qual tentei uma segunda oportunidade. E posso confirmar que, apesar das circunstâncias diferentes, meu carinho por este escudo continua sendo enorme. Saio de cabeça erguida pela atitude em todos os momentos porque estamos nas quartas de final da Liga Europa e porque nos esforçamos muito para levar esta história adiante. O futebol nem sempre nos retribui com alegrias a insônia que lhe dedicamos. Mas não tenho dúvidas de que valeu a pena oferecer e colocar o coração por este escudo”, escreveu Sampaoli.

Tudo indica que Mendillibar será o responsável por tentar tirar o Sevilla da briga contra o rebaixamento e rolar os dados na Liga Europa – com o Manchester United como próximo adversário. O treinador basco de 62 anos se destacou no comando do Eibar entre 2015 e 2021. Conseguiu emendar duas temporadas consecutivas na parte de cima da tabela, com um excelente nono lugar em 2017/18 e quartas de final da Copa do Rei. Saiu depois do rebaixamento e teve uma breve passagem pelo Alavés que durou apenas alguns meses.

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