Rubinho brilhou no Genoa e conquistou títulos como eterno reserva da Juventus | OneFootball

Rubinho brilhou no Genoa e conquistou títulos como eterno reserva da Juventus | OneFootball

Icon: Calciopédia

Calciopédia

·27 de agosto de 2022

Rubinho brilhou no Genoa e conquistou títulos como eterno reserva da Juventus

Imagem do artigo:Rubinho brilhou no Genoa e conquistou títulos como eterno reserva da Juventus

Muitas vezes conhecido apenas como o “irmão mais novo do Zé Elias“, Rubinho teve uma carreira mais longa e até mais vitoriosa que a do volante no futebol italiano. Ídolo no Genoa, o goleiro ajudou os grifoni a voltarem à Serie A após 12 anos de ausência e participou de uma campanha de classificação do time da Ligúria para a Liga Europa. Posteriormente, como terceira opção de arqueiro da Juventus, recheou o currículo de taças.

No futebol profissional, existem diversos casos de irmãos que conseguiram se destacar e representar grandes clubes do cenário nacional e internacional. Exemplos não faltam: Kevin-Prince e Jerome Boateng, Raí e Sócrates, Paolo e Fabio Cannavaro, Frank e Ronald De Boer, entre tantos outros. No Parque São Jorge, outra dupla de irmãos ficou conhecida. Apesar da diferença de cinco anos entre eles, Zé Elias e Rubinho deram os seus primeiros passos no Corinthians. Enquanto o volante ficou conhecido como o “Zé da Fiel”, o goleiro não teve tanto destaque no Timão.


Vídeos OneFootball


Corintiano declarado, Rubens Fernando Moedim chegou ao profissional do clube aos 18 anos, inicialmente como goleiro reserva, num elenco que tinha Dida e Doni. Rubinho foi lançado por Vanderlei Luxemburgo e estreou no dia 26 de julho de 2001, numa vitória por 2 a 0 do Timão sobre o Colo-Colo, no Chile, em partida válida pela Copa Mercosul. Ao lado de jogadores experientes, como Scheidt, Ricardinho e Paulo Nunes, o garoto correspondeu.

Enquanto não tinha tanto espaço por seu clube do coração, Rubinho fez parte de seleções brasileiras juvenis. Em 1999, foi o goleiro titular no Campeonato Mundial Sub-17 e acabou eleito o melhor da posição. O torneio foi vencido pelo Brasil nos pênaltis, com grande destaque da promessa corintiana. Em 2001, após vencer o Sul-Americano Sub-20, se manteve no onze inicial para a Copa do Mundo da categoria, representando uma geração que contava ainda com nomes como Kaká, Adriano, Maicon, Júlio Baptista e Luisão. No entanto, a equipe canarinho parou nas quartas de final, eliminada por Gana. O gol de John Mensah, nos acréscimos, decretou a derrota por 2 a 1 e o último momento do arqueiro com a camisa verde e amarela.

Imagem do artigo:Rubinho brilhou no Genoa e conquistou títulos como eterno reserva da Juventus

Rubinho fez mais de 100 jogos pelo Genoa e se tornou ídolo do clube rossoblù (New Press/Getty)

De volta ao futebol brasileiro, Rubinho nunca conseguiu se firmar na meta do Timão, apesar de fazer parte do grupo que faturou os títulos paulistas de 2001 e 2003. Durante quatro anos, disputou posição com diversos goleiros, alternando entre a titularidade e a reserva, numa fase difícil que o clube viveu após a saída de Dida. Muitos treinadores passaram pelo Corinthians nesta época e apenas com Geninho, em 2003, o jovem teve uma boa sequência, após lesão de Doni. Foram 23 jogos realizados.

Com atuações pouco confiáveis, o goleiro deixou o clube em 2005, após discussão com o então titular, Fábio Costa, que havia sido trocado por Doni com o Santos. Rubinho fez 45 jogos com a camisa corintiana antes de se aventurar no futebol europeu. Por já ter passaporte italiano, esse processo ocorreu com mais facilidade. Após passar por testes no Verona, foi contratado pelo Vitória de Setúbal na temporada 2005-06 e, em Portugal, teve a primeira oportunidade de jogar no continente.

Após 12 partidas no Campeonato Português, Rubinho se transferiu ao Genoa, em 2006 – apenas dois anos depois da passagem de Zé Elias pelo próprio Vecchio Balordo. Na Ligúria, viveria o auge de sua carreira. O brasileiro foi contratado para disputar, com Nicola Barasso, a vaga de titular na equipe que havia acabado de voltar para a Serie B. Na primeira parte da competição, Barasso sofreu 20 gols em 13 aparições e deu brecha para que o paulistano tomasse o seu posto, ajudando o clube de Gian Piero Gasperini a arrancar no returno. No fim das contas, o arqueiro foi vazado apenas 24 vezes em 29 jogos e levou os rossoblù ao terceiro lugar, que garantiu o acesso à elite.

De volta à Serie A após 12 anos distante, o Genoa acabou surpreendendo ao fazer uma campanha segura, concluída com o 10º lugar. Com um futebol ofensivo e atacantes do calibre de Marco Di Vaio, Marco Borriello e Luciano Figueroa, a equipe fez um bom papel. Lá atrás, Rubinho melhorava a cada temporada e precisava se redobrar, já que era mais exposto pelo estilo do time. Domenico Criscito, Cesare Bovo e Alessandro Lucarelli ajudavam a proteger a meta rossoblù.

Imagem do artigo:Rubinho brilhou no Genoa e conquistou títulos como eterno reserva da Juventus

Após uma transferência malsucedida, o brasileiro tentou se recuperar no Livorno, mas amargou o descenso à Serie B (Getty)

Na última temporada de Rubinho em Gênova, a equipe teve bons reforços e conseguiu se classificar para a Liga Europa, graças ao quinto lugar – só não foi para a Champions League porque perdia da Fiorentina nos critérios de desempate. Diego Milito, Thiago Motta, Raffaele Palladino chegaram ao Genoa e, juntamente à base mantida da campanha anterior, o time conseguiu um feito e tanto. Em três épocas, quebraram o jejum de 12 anos longe da elite e ainda abocanharam a classificação em uma competição internacional. Com um estilo discreto e eficiente, Rubens foi fundamental para conquistar essa vaga. Afinal, os grifoni tiveram a quinta melhor defesa da Serie A, com 39 gols sofridos – o brasileiro levou 37 deles, tendo atuado no mesmo número de partidas.

Apesar de ter sido quase onipresente na campanha anterior, o paulistano não disputou a Liga Europa pelo Genoa: acabou seduzido pelos elogios de Walter Zenga, então técnico do Palermo. O ex-goleiro da Inter exigiu a contratação de Rubinho, enquanto Marco Amelia faria o caminho inverso, no intuito de tomar o lugar do brasileiro na Ligúria. Rubens, é claro, deixou grandes lembranças no coração do torcedor genovês.

Ao chegar no Palermo, Rubinho se tornou o 14º goleiro da gestão do presidente Maurizio Zamparini, que havia começado apenas em 2002. Um péssimo sinal do que estava por vir. A sua estreia foi pela terceira rodada da Coppa Italia contra a Spal, no dia 15 de agosto de 2009. Uma vitória por 4 a 2 para começar com o pé direito. No entanto, um início de campeonato irregular por parte do brasileiro e a ascensão do jovem Salvatore Sirigu fizeram com que ele perdesse a titularidade. Após atuar em apenas oito partidas e sofrer com lesões, o arqueiro foi emprestado para o Livorno pelo restante da temporada 2009-10. Em troca, Francesco Benussi se transferiu para o time da Sicília.

No clube amaranto, o brasileiro conseguiu se afastar dos problemas físicos e fez sua estreia em grande estilo. No dia 6 de fevereiro, o adversário foi a poderosa Juventus. Rubinho conseguiu repelir um verdadeiro bombardeio, segurou o empate e terminou eleito o melhor em campo. Apesar desse brilho efêmero, o Livorno foi o lanterna da competição e o goleiro paulista voltou para o Palermo após o descenso dos labronici.

Imagem do artigo:Rubinho brilhou no Genoa e conquistou títulos como eterno reserva da Juventus

Em duas passagens pelo Palermo, Rubinho foi pouco aproveitado (Getty)

Ainda fora dos planos da equipe siciliana, Rubinho foi novamente emprestado. O seu novo clube seria o Chievo, mas parece que o destino não queria que ele morasse em Verona: depois que o contrato foi assinado, o time gialloblù hesitou e quis voltar atrás. O imbróglio atrapalhou a vida do brasileiro, que viu outras agremiações da elite solucionarem problemas em suas balizas e não precisarem mais contratar goleiros. Assim, no último dia da janela de transferências do verão de 2010-11, o paulista rumou ao Torino, que disputava a Serie B.

Na segundona, o brasileiro poderia resgatar a titularidade sem grandes questionamentos. Além disso, viveria um cenário similar ao que viveu no Genoa: o de ser o arqueiro de um gigante adormecido, que precisava dar a volta por cima para alegrar uma fanática torcida. O Torino havia sido rebaixado em 2009 e teria o seu segundo ano na Serie B. Porém, Rubinho voltou a lidar com lesões, disputou apenas 26 jogos e fez parte de uma campanha confusa, que terminou com uma modesta oitava colocação para os grenás.

Aos 29 anos, tendo que lidar com uma hérnia de disco e sem ter uma sequência de jogos, Rubinho passou meses sem utilização no Palermo. Em dezembro de 2011, pediu para rescindir o contrato com o clube e foi atendido. Depois de treinar no Grêmio Barueri e de passar por um período de testes no Varese, o experiente goleiro viu a Juventus bater em sua porta, em agosto de 2012: a Velha Senhora lhe ofereceu um contrato anual, no intuito de que ele fosse a terceira opção no gol, atrás de Gianluigi Buffon e Marco Storari.

Sendo uma voz ativa e respeitada no vestiário, o brasileiro agradou a diretoria e teve o seu vínculo renovado. Assim, fez parte de um período muito vencedor na Velha Senhora. Apesar de ter feito apenas duas partidas em quatro anos de Juve, sendo ambas nas derradeiras jornadas da Serie A, em 2012-13 e 2013-14, Rubinho recheou o currículo. Em sua passagem pela equipe bianconera, levantou oito taças: foi campeão nacional de 2012 a 2016, faturou a Supercopa Italiana em 2013 e 2015, e ainda a Coppa Italia, em 2015 e 2016.

Imagem do artigo:Rubinho brilhou no Genoa e conquistou títulos como eterno reserva da Juventus

Dois jogos e oito títulos: assim foi a boa vida de Rubinho na Juventus (Getty)

Ao deixar a Juventus, Rubinho passou alguns meses sem clube. Em dezembro de 2016, então, o arqueiro fechou um acordo com o Como, da terceirona italiana, mas logo solicitou a rescisão contratual, alegando problemas pessoais. Alguns dias depois, acertou o retorno ao Genoa, voltando à capital da Ligúria depois de oito anos. Sua função seria a de terceiro goleiro do time, atrás de Mattia Perin e Eugenio Lamanna. Acabou disputando mais duas partidas – nas quais, desafortunadamente, sofreu oito gols – e se despediu da agremiação em que foi ídolo após 103 aparições, no total.

A despedida de Rubinho do Genoa, em 2017, também significou o seu adeus ao futebol italiano. Novamente, o veterano passou algum tempo fora de ação e, em 2018, acertou com o Avaí para a disputa da Série B. No entanto, estava muito fora de forma e jogou apenas uma partida antes de se aposentar.

Com uma trajetória de 25 anos como goleiro profissional, Rubinho conheceu os meandros do esporte. Por causa desse know-how, o brasileiro decidiu ingressar na carreira de empresário. Para isso, firmou parceria com uma companhia que intermedeia a contratação de jogadores na Europa. Tal qual nos tempos de Juve, atua fortemente nos bastidores.

Rubens Fernando Moedim, o Rubinho Nascimento: 4 de agosto de 1982, em Guarulhos (SP) Posição: goleiro Clubes: Corinthians (2001-04), Vitória de Setúbal (2005-06), Genoa (2006-09 e 2017), Palermo (2009-10), Livorno (2010), Torino (2010-11), Juventus (2012-16), Como (2016-17) e Avaí (2018) Títulos: Mundial Sub-17 (1999), Campeonato Paulista (2001 e 2003), Sul-Americano Sub-20 (2001), Torneio Rio-São Paulo (2002), Copa do Brasil (2002), Serie A (2013, 2014, 2016 e 2017), Supercopa Italiana (2013 e 2015) e Coppa Italia (2015 e 2016)

Saiba mais sobre o veículo