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·16 de abril de 2020

Ronaldinho, Messi, Romário, Maradona: os famosos camisas 10 do Barcelona

Imagem do artigo:Ronaldinho, Messi, Romário, Maradona: os famosos camisas 10 do Barcelona

A camisa 10 sempre foi muito bem representada em Barcelona. Recentemente, o caso de amor entre os catalães e a mística camisa chegou ao seu ápice com Lionel Messi, um dos maiores de todos os tempos.

Mas além do extraterrestre, muitos outros gigantes gigantes usaram a camisa de Pelé no Camp Nou, como Ronaldinho Gaúcho, Diego Maradona, Romário, Laszlo Kubala e Guardiola.


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Para relembrar essa linda história, a Goal olhou para a lendária camisa 10 do Barça desde suas origens, na década de 1940, até os dias de hoje.

Foto: Getty Images

Os primeiros anos: Kubala, Suarez e Evaristo

Os números nas camisas foram introduzidos no futebol espanhol em 1947, aparecendo pela primeira vez no clássico de Madri, entre Real e Atlético. Inicialmente, a numeração não foi atribuída a jogadores individuais. Ela geralmente representava uma posição dentro de campo, atribuída de 1 a 11 em qualquer partida.

O primeiro jogador a vestir a número 10 regularmente foi o meia argentino Florencio, mas o primeiro grande jogador do clube a ser o dono da camisa foi o atacante húngaro Laszlo Kubala.

Kubala chegou à Espanha como refugiado, em 1950, no início da Guerra Fria, tendo fugido de seu país de origem disfarçado de soldado russo, escapando pela cortina de ferro.

Banido pela FIFA, depois que a Federação Húngara de Futebol o acusou de quebra de contrato, Kubala foi alvo do Barcelona e do Real Madrid, mas acabou indo para o clube catalão - embora não pudesse jogar uma partida oficial até o ano seguinte.

Kubala conquistou quatro títulos espanhóis e cinco Copas del Generalisimo durante seu tempo na Catalunha, e foi peça chave no crescimento do clube nos anos 50.

Ele marcou 281 gols em 357 jogos, entre 1950 e 1961, e também foi fundamental para a vinda de seus compatriotas Sandor Kocsis e Zoltan Czibor para o clube - duas lendas da seleção húngara de 1954, ao lado de Ferenc Puskás, que também alcançariam a grandeza no Barça.

Entre os companheiros de equipe de Kubala, estavam o meia espanhol Luis Suarez e o atacante brasileiro Evaristo, que também se estabeleceram como lendas da equipe que vestiram a camisa número 10.

As décadas de 1980 e 1990: Maradona, Stoichkov e Romário

O número 10 passou de jogador a jogador ao longo das décadas de 1960 e 1970. Ramon Villaverde, Fernand Goyvaerts, Hugo Sotil e Juan Manuel Asensi foram alguns dos jogadores que tiveram o privilégio de vestir essa camisa, mas nenhum deles conseguiu igualar seus antecessores.

Até que então chegou Diego Maradona. O argentino foi contratado por 5 milhões de libras - uma taxa recorde de transferência para a época - após a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

As vitórias da Copa del Rey e da Supercopa da Espanha vieram logo em seguida. Mesmo assim, sua trajetória no clube nem sempre foi fácil.

Ele foi aplaudido pelos torcedores do Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu, após uma exibição histórica em um El Clássico, em 1983. Mas Maradona nunca teve uma boa relação com os dirigentes do Barça. Então, após um episódio violento com Miguel Sola, do Atlético de Bilbao, em uma final de Copa, essa relação desmoronou de vez.

Assim, o argentino solicitou uma transferência e partiu para o Napoli - novamente com uma taxa recorde de transferência -, no verão europeu de 1984, somando 38 gols em 58 jogos pelo clube, após apenas duas temporadas..

De Maradona, o número 10 passou por Steve Archibald e Robert Fernandez até encontrar Pep Guardiola. Meia extremamente inteligente, Guardiola não levou o número por muito tempo e preferiu ficar com a camisa 4. Mas, dado seu peso na história do clube, o espanhol é digno de menção.

Outro ícone que vestiu a camisa 10 do Barça por pouco tempo foi Hristo Stoichkov, ao longo da temporada 1993/94. Na Catalunha, ele conquistou cinco títulos de La Liga, a primeira Copa do Barça na Europa, em 1992, e marcou 162 gols em 341 jogos, embora a maior parte do tempo vestindo a camisa 8.

Quem ficou com o número 10 em boa parte desse período foi seu incrível parceiro de ataque, Romário, que marcou 53 gols em 84 jogos ao longo de duas temporadas no clube.

A dupla era realmente imparável.

Foto: Getty Images

Depois de uma goleada por 4 x 0 sobre o Manchester United, na Liga dos Campeões, Sir Alex Ferguson admitiu que nunca tinha visto uma dupla como aquela.

"Nós não conseguimos aguentar a velocidade de Stoichkov e Romário. A rapidez com que atacaram foi uma nova experiência”.

No lendário time de Johan Cruyff, Romário foi eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA em 1994, chegando à final da Liga dos Campeões naquele ano. Mas suas incríveis exibições tiveram vida curta. Depois de uma discussão com Cruyff, ele retornou ao Flamengo, em janeiro de 1995.

Então, o ícone da Romênia, Gheorghe Hagi, herdou o número 10. Ele passou duas temporadas bem abaixo do esperado, entre 1994 e 1996, o que fez com que a camisa passasse por Roger Garcia e Giovanni. Jari Litmanen também não se saiu bem com o peso da 10 e fugiu para o Liverpool após um ano. Mas depois da partida do finlandês as coisas começaram a melhorar.

A era moderna: Rivaldo, Ronaldinho e Messi

Rivaldo já estava no clube há três anos quando deixou a 11 e assumiu a 10, na temporada 2000/01. A camisa caiu bem no brasileiro, que teve, a partir disso, sua temporada mais excepcional pelo clube.

Ele marcou 36 gols em 53 jogos naquele ano, alcançando 130 tentos em 235 aparições ao longo de cinco temporadas na Catalunha.

Foto: Getty Images

Os dois títulos espanhóis que Rivaldo conquistou pelo Barça vieram com a 11, mas ele deu uma nova vida à camisa 10 antes de passá-la a Juan Roman Riquelme, por uma temporada, em 2002/03.

A passagem do argentino pela Catalunha não foi inspiradora, mas ele ficou com o número 10 até passá-lo para um de seus maiores titulares.

Ronaldinho chegou do PSG em 2003 e mostrou ao mundo uma nova maneira de jogar futebol. Os dribles, os movimentos, os chutes de bicicleta, os troféus, os aplausos de pé em pleno Bernabéu e aquele sorriso radiante.

Ronaldinho foi o tradicional número 10 brasileiro, o melhor jogador que muitos viram, até que um extraterrestre apareceu.

Lionel Messi nem sempre usava a 10. Quando jovem, ele vestiu a 30, antes de passar duas temporadas com a 19.

O argentino, então, levou a camisa 10 em 2008/09, a primeira temporada de Guardiola no comando da equipe. O Barça venceu tudo. Messi foi o melhor do mundo desde então e para muitos o melhor de todos os tempos.

Quem vestir a camisa 10 depois dele terá uma tarefa incrivelmente complicada, pois será praticamente impossível substituir o craque à altura. Mas usar a lendária camisa do Barcelona sempre será um privilégio para pouquíssimas pessoas.