Esporte News Mundo
·10 de dezembro de 2021
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Nesta quinta-feira (09), o São Paulo foi superado pelo América-MG, na Arena Independência, em partida válida pela última rodada do Campeonato Brasileiro 2021. Na entrevista coletiva pós-jogo, o técnico Rogério Ceni deixou em aberto o seu futuro como comandante do Tricolor. Confira!
O elenco são-paulino se despediu do Brasileirão com derrota em mais uma atuação fraca, marcada pela falta de criatividade e e inconsistência defensiva. Após um primeiro tempo morno, o time paulista viu os mineiros controlarem a partida e marcarem duas vezes com Ademir.
O Coelho carimbou o seu passaporte para a primeira edição da história do clube na Copa Libertadores, enquanto o Tricolor amargurou a 13º colocação, terminando o campeonato com mais derrotas do que vitórias.
São Paulo acabou derrotado para o América-MG na despedida do BR-21. Foto: Mourão Panda / AFC
O técnico Rogério Ceni admitiu a superioridade do América na partida, mas também creditou a derrota ao grande número de desfalques da equipe antes do duelo, sete ao todo: Miranda, William, Galeano, Gabriel Sara e Eder, por lesão; Nestor, Benítez e Pablo por gripe; além de Arboleda, Luciano e Liziero, suspensos.
– Hoje foi um jogo atípico, perdemos sete jogadores antes do início. O América foi superior, mas no contexto geral tivemos a oportunidade de sair ganhando. As opções que restaram eram poucas, os desfalques influenciaram no resultado final, mas outra vez o time não conseguiu manter o nível de jogo assim como foi diante do Juventude – disse Ceni.
Os desfalques evidenciaram a necessidade do São Paulo de reforçar o seu elenco, ideia reforçada por Ceni na coletiva, que espera reunião com a diretoria para definir contratações:
– Faltam algumas posições de um contra um, lado de campo, enfim, é a minha opinião e análise que passarei em uma reunião com a direção – argumentou o treinador.
Durante todo o Brasileirão 2021, o São Paulo não frequentou nenhuma vez a primeira página da tabela de classificação. Além disso, terminou com mais derrotas (12) do que vitórias (11) e com o pior ataque em uma edição (31 gols) – a pior campanha da história da equipe na era dos pontos corridos.
Segundo Ceni, o desempenho irregular não condiz com a grandeza do clube, fato que o preocupa para o ano que vem, ainda com a incerteza de planejamento e reforços:
– O São Paulo não frequentou a primeira parte da tabela. Sempre quando teve a chance de entrar não conseguiu. Hoje, por exemplo, com a vitória, terminaríamos em nono lugar e acabamos em 13º. Acho que independente dessas posições, elas não condizem com a grandeza do clube. Me preocupa, se teremos condições de um time para brigar por uma posição melhor em 2022.
Ceni não garante própria permanência no São Paulo para 2022. Foto: Rubens Chiri/SãoPauloFC
Os reforços e planejamento do São Paulo parecem pesar na permanência de Rogério Ceni para o ano que vem. Na coletiva, o treinador deixou claro que não colocará sua história em risco caso não tenha garantias de que o elenco tenha peças melhores:
“Vou para meu quinto ano como treinador, com conquistas por Fortaleza e Flamengo. Acho que a história como atleta nunca vai se apagar, mas o currículo dos últimos anos me traz aqui. Temos bons jogadores em determinadas posições, o que falta são outros para complementar o tipo de elenco que temos. A decisão de ficar ou não depende disso, não posso jogar fora uma história de 26 anos se eu não enxergar que temos condições de melhorar”Rogério Ceni sobre permanência para 2022.
Ceni ainda revelou que planejava assumir o Tricolor apenas no ano que vem, mas com o pedido de urgência de Julio Casares, atual presidente, o técnico assumiu o risco de comandar a equipe na reta final do campeonato, mesmo colocando em cheque toda a sua carreira como ídolo:
– Quando o presidente conversou comigo, eu falei que seria melhor começar em 2022 porque conseguiria fazer uma pré-temporada e alguns ajustes, mas ele disse que precisava naquele momento. Como era o São Paulo, tinha até recusado alguns convites, mas fui pela necessidade de ajuda que o clube precisava. Coloca-se em risco uma carreira toda de atleta, relativamente vitoriosa, mas era o que precisava ser feito e resolvi arriscar toda essa história.
Seguindo a temática da permanência, o atual comandante reforçou querer entender as metas do clube para o ano que vem. Para ele, não se trata de ‘falta de vontade’, mas sim um momento de ‘conversa’ para enxergar as possíveis mudanças:
– É um momento de conversa, para ver o possível para mudar e o que o clube tem como meta para 2022. Para mim é um prazer estar no São Paulo, mas eu tenho uma história aqui dentro e qualquer coisa ruim que acontecer ano que vem tem um peso grande. Esse é o problema, não é falta de vontade.
Desde o retorno ao São Paulo, Ceni sofreu resistência de parte da torcida são-paulina, muito por conta de declarações do treinador na época em que comandava o Flamengo, seu ex-clube, onde chegou até a levantar a taça do último Brasileirão, dentro do próprio Morumbi.
Rogério buscou deixar de lado a parte da insatisfação e reforçou a sua preocupação em manchar a história de longos anos pelo clube:
– A (insatisfação) não pesa de maneira nenhuma. Tenho um carinho muito grande pelo torcedor, sempre fui muito bem tratado. Me preocupo com o tamanho da história, para que ela não seja manchada ou apagada com uma campanha ruim ou rebaixamento, coisa que o São Paulo flertou até o final do campeonato.