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·31 de dezembro de 2024
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O ano de 2024 foi, sem dúvidas, o mais desafiador da história do Santos. O Alvinegro Praiano teve que superar altos e baixos durante a temporada para conquistar seu principal objetivo: voltar à elite do futebol brasileiro.
Reformulação no elenco
O Peixe já tinha noção que 2024 não seria fácil desde o final de 2023. No dia 6 de dezembro do último ano, o clube da Baixada Santista perdeu de 2 a 1 para o Fortaleza e terminou o Campeonato Brasileiro na 17ª posição. Assim, o time de Pelé e tantos outros ídolos jogaria a tão temida Série B pela primeira vez.
Com o inédito rebaixamento, o Santos passou por uma reformulação total, tanto dentro quanto fora de campo e começou a planejar 2024 ainda em 2023. Começando pelo topo, Marcelo Teixeira assumiu a presidência após o mandato de Andrés Rueda. O novo mandatário fez uma limpa no elenco rebaixado, com o intuito de formar uma equipe competitiva para devolver o Peixe à Primeira Divisão.
Teixeira acertou a chegada do técnico Fábio Carille e contratou peças para todos os setores do campo. Nomes conhecidos do futebol brasileiro como Gil e Giuliano, que vieram do Corinthians, além de Guilherme, Willian Bigode, João Schmidt, Diego Pituca, Otero e Cazares foram contratados. Outros atletas, como Gabriel Brazão e Escobrar, titulares durante boa parte da temporada, também chegaram ao clube.
Fábio Carille em sua apresentação como novo técnico do Santos, em dezembro de 2023, na Vila Belmiro. (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo / Santos FC)
Quase título paulista
O principal objetivo do time praiano em 2024 sempre foi retornar à elite, mas a equipe não deixou de lado o Campeonato Paulista. Na primeira fase do Estadual, o Alvinegro surpreendeu e conquistou a segunda melhor campanha, somando 25 pontos, oito vitórias, um empate e três derrotas. O Peixe despachou Portuguesa e Bragantino nas fases seguintes e alcançou a final após oito anos.
Na grande final, o Alvinegro Praiano encarou o Palmeiras, dono da melhor campanha da primeira fase. O Peixe jogou o primeiro jogo da decisão em casa e venceu por 1 a 0, com gol de otero, e largou na frente do rival. Todavia, o Alvinegro foi derrotado por 2 a o na volta e ficou com o vice-campeonato.
Capitão do Santos Diego Pituca recebendo o troféu de vice-campeão Paulista das mãos do presidente Marcelo Teixeira, em abril, no Allianz Parque, em São Paulo. (Foto: Raul Baretta/ Santos FC)
Bom início de Série B e primeira “turbulência” do ano
Após a boa campanha no Paulista, o Santos teve 13 dias para se preparar para o torneio mais desafiador de sua história recente: a Série B. Com cinco vitórias nas seis primeiras rodadas, o Peixe era líder e dava indícios que nadaria de braçadas no torneio. Mas não foi assim que aconteceu. Logo após o bom início, o clube acumulou quatro derrotas seguidas e chegou a ficar de fora do G4.
O trabalho de Carille e a força do elenco começaram a ser contestados depois da primeira fase ruim do ano. Mesmo assim, o time conseguiu dar a volta por cima e encerrou o primeiro turno na liderança, com 34 pontos.
Atacante Guilherme comemorando o segundo gol do Santos na vitória sobre o Paysandu por 2 a 0, na Vila Belmiro, pela primeira rodada da Série B. (Foto: Raul Baretta/ Santos FC)
Mais reforços
Na segunda metade do ano, o Peixe usou a janela de transferências para reforçar ainda mais seu elenco. O clube se desfez de alguns atletas ao longo da temporada, como Lucas Lima, Messias e até mesmo Cazares. A principal perda, contudo, foi o zagueiro Joaquim, titular absoluto ao lado de Gil. O defensor foi negociado com o Tigres, do México, e deixou em aberto a vaga de titular. O jovem da base Jair, de apenas 19 anos, assumiu a titularidade e foi a grande revelação do clube no ano.
Para reforçar o grupo, chegaram ao clube: Billy Arce, Wendel Silva, Renan, Yusupha Njie, Nacho Laquintana e Luan Peres. Além disso, o zagueiro João Basso retornou ao clube após empréstimo.
Wendel Silva celebrando seu primeiro gol pelo Santos, contra o Brusque, em Joinville, em Santa Catarina, pela 25ª rodada da Série B. (Foto: Raul Baretta/ Santos FC)
Carille contestado e perda da liderança
O Santos começou o segundo turno mal, com apenas uma vitória nos primeiros cinco jogos. Neste período, a equipe desperdiçou pontos contra times da parte de baixo da tabela, como Guarani e Ponte Preta, rebaixados à Série C. O jogo contra a Macaca, inclusive, foi vexatório. Em casa, o Peixe vencia por 2 a 0 com um jogador a mais durante todo o segundo tempo. Todavia, o time de Carille não aproveitou as vantagens que tinha e tomou o empate no final do jogo.
A paciência do torcedor com Carille já estava se esgotando. Devido à péssima sequência, o Santos voltou a perder a liderança e caiu para a terceira posição, sendo superado pelos também paulistas Mirassol e Novorizontino. O Peixe retornou ao topo da tabela apenas na 31ª rodada, quando venceu o Mirassol por 3 a 2 na Vila Belmiro.
Fábio Carille antes do empate com a Ponte Preta, na Vila Belmiro, pela 24ª rodada da Série B. (Raul Baretta/ Santos FC)
Acesso e título da Série B
Após retomar a liderança, o Santos emplacou uma boa fase para continuar no topo da tabela e garantir o retorno à Série A. A equipe venceu Ceará, Ituano e Vila Nova, até chegar no confronto decisivo contra o Coritiba, pela 36ª rodada.
O time praiano entrou em campo com 65 pontos, oito a mais que o Ceará, primeiro time fora do G4. Portanto, o Peixe precisava de uma simples vitória para subir de divisão. E assim foi. Com gols de Wendel e Otero, a equipe derrotou o Coxa em Curitiba, voltou à elite e pôs ponto final no capítulo mais conturbado de sua vencedora e gloriosa história.
Elenco do Santos após a vitória contra o Coritiba, no Paraná, que garantiu o acesso à Série A. (Foto: Raul Baretta/ Santos FC)
Depois do acesso, veio o título. Mas para isso o time nem precisou jogar. Com os tropeços de Mirassol e Novorizontino na rodada, o Santos se sagrou campeão da Série B antecipadamente. A equipe tinha 68 pontos contra 64 dos rivais, que poderiam chegar apenas a 67.
A festa do título, no entanto, foi estragada pelo CRB. Em plena Vila Belmiro, o clube alagoano derrotou o Peixe por 2 a 0. O resultado pouco importou na tabela, mas a torcida não deixou de criticar Carille. Durante a entrega da taça, o treinador recebeu vaias e xingamentos. No dia seguinte, o técnico foi demitido do clube, encerrando assim sua segunda passagem pela Baixada Santista.
Para o lugar de Carille, o Santos acertou a contratação do português Pedro Caixinha. Em 2025, o novo treinador terá a missão de recolocar o Peixe no caminho das glórias e fazer com que o torcedor santista esqueça de vez o ano mais conturbado da história do seu time.
Elenco do Santos levando a taça de campeão da Série B, após a derrota para o CRB, na Vila Belmiro. (Foto: Raul Baretta/ Santos FC)