Reta final da temporada regular da Serie B teve acessos de Lecce e Cremonese à elite italiana | OneFootball

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·10 de maio de 2022

Reta final da temporada regular da Serie B teve acessos de Lecce e Cremonese à elite italiana

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Na última sexta, foi finalizada mais uma temporada regular da Serie B, e a elite italiana já conhece dois dos novos integrantes de sua próxima edição. Um já está habituado à primeira divisão e retorna à categoria depois de duas épocas, para fazer a sua 17ª participação. O outro, ainda mais tradicional, volta a estar entre os melhores clubes do país depois de um jejum de 26 anos, e completará 15 presenças no nível mais alto do futebol da Itália. Falamos, respectivamente, do campeão Lecce e da vice, Cremonese.

Em uma reta final emocionante e cheia de reviravoltas, o Lecce foi a imagem que resumiu as últimas rodadas. Líder do campeonato por boa parte do returno, o time apuliano caiu na tabela em março, por conta de uma sequência de empates. No entanto, no mês decisivo da temporada, engatou três vitórias seguidas para recuperar o topo e encaminhar o seu segundo título da Serie B, além da décima promoção para a elite.


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Os giallorossi foram comandados por Marco Baroni, que conquistou o seu segundo acesso para a elite, depois de subir com o Benevento em 2017. Sob as ordens do toscano, tiveram a defesa menos vazada, com 31 gols contra a meta do brasileiro Gabriel. De toda forma, foi o ataque que chamou a atenção, com os 20 gols do goleador Massimo Coda, artilheiro da categoria de forma consecutiva, em 2020-21 e 2021-22. Dos 164 tentos em sua carreira, 104 foram na Serie B.

Outro destaque do ataque apuliano foi o brasileiro Gabriel Strefezza, autor de 14 gols e seis assistências. Natural de São Paulo, o ponta foi criado no Corinthians, mas revelado pela Spal em 2017, e pelo próprio clube emiliano já teve destaque na Serie A, em 2019-20. No meio-campo, o líder do time foi o volante Morten Hjulmand. Após temporada de alto nível, o dinamarquês entrou na lista de potenciais aquisições da Inter para o verão.

Ao lado do Lecce durante todo o segundo turno esteve a Cremonese, que quase vacilou no último mês de competição, com três derrotas em cinco jogos, e perdeu a primeira posição depois de liderar entre as rodadas 30 e 35. Apesar disso, a equipe grigiorossa conseguiu uma vitória decisiva na derradeira partida para voltar à zona de classificação direta. O clube lombardo não disputava a Serie A desde 1996.

A partir de então, a Cremo passou por maus bocados nos anos seguintes, inclusive com participações na quarta divisão. Por uma década, esteve no terceiro escalão antes de retornar à Serie B em 2017 e se consolidar como um time de meio de tabela. A virada de chave neste ano veio com a evolução e o amadurecimento de contratações pontuais de emprestados de clubes como Juventus, Atalanta e Napoli. O objetivo, agora, será o de manter pelo menos boa parte das peças para 2022-23.

Na defesa, a equipe grigiorossa tem o promissor goleiro Marco Carnesecchi, titular da Itália sub-21, acompanhado do zagueiro Caleb Okoli, ambos atalantinos. No meio-campo, destaque para os talentosos Nicolò Fagioli, juventino, e Gianluca Gaetano, napolitano. Outro bianconero, Luca Zanimacchia foi um dos artilheiros da equipe, com sete gols, acompanhado dos veteraníssimos Daniel Ciofani e Samuel Di Carmine. Este último foi o autor dos dois tentos que garantiram a vitória no clássico regional com o Como, na derradeira rodada.

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Depois de 26 anos, a Cremonese voltará a disputar a elite italiana (LaPresse)

A dupla formada por Fagioli e Gaetano, inclusive, foi o ponto alto da formação de Fabio Pecchia, que ironicamente fez a sua carreira como jogador na Juventus e no Napoli. Ex-treinador do time B da Velha Senhora, teve participação decisiva na indicação e no desenvolvimento dos jovens destaques de sua equipe nesta temporada. Assim como Baroni, também conquistou o segundo acesso para a primeira divisão como técnico, depois de fazê-lo com o Verona, em 2017.

Enquanto Lecce e Cremonese subiram diretamente para a elite, outros seis times brigam pela vaga remanescente nos playoffs de acesso. Por terem melhores campanhas, Pisa e Monza entram nas semifinais, enquanto Brescia, Ascoli, Benevento e Perugia, respectivamente, disputarão o turno preliminar. Os pisanos enfrentam o vencedor do duelo entre sexto e sétimo colocados, enquanto os brianzoli encaram quinto ou oitavo.

Vice-líder da Serie B há um mês, o Pisa também foi uma das gratas surpresas da temporada, com contratações ousadas que mudaram o seu patamar. O resultado final poderia ter sido melhor, não fossem os resultados ruins no último mês, período em que o time toscano conseguiu apenas duas vitórias em sete jogos disputados. Com a seca do promissor Lorenzo Lucca, o destaque ficou para Ernesto Torregrossa e George Puscas, contratados no inverno: dividiram a artilharia da equipe, com sete gols.

Os nerazzurri chegam para o playoff como favoritos logo ao lado do Monza de Silvio Berlusconi e Adriano Galliani, que mais uma vez vacilou no momento decisivo da briga pelo tão sonhado acesso. Depois de um mês de março perfeito, os brianzoli tropeçaram justamente na rodada que não poderiam: a última, na qual foram derrotados pelo Perugia. Mas os comandados de Giovanni Stroppa têm todas as condições para fazerem o clube lombardo, que conta com o brasileiro Carlos Augusto no elenco, estrear na elite.

Em meio ao caos da gestão Massimo Cellino, o Brescia também chega com condições na briga pela última vaga para a Serie A na repescagem, embora desmotivado pelo momento atual – mesmo com a mudança no comando, com a entrada de Eugenio Corini no lugar de Pippo Inzaghi. Apesar do excesso de empates na campanha regular, os andorinhas contam com um elenco experiente e que pode crescer no momento decisivo.

Por falar em crescer no momento decisivo, ninguém representou isso melhor do que o Ascoli no último mês. Com o melhor retrospecto recente na Serie B, o time marquesão está invicto há cinco rodadas, e venceu quatro jogos no período. Longe da elite desde 2007, a equipe bianconera espera que o momento inspire um grupo sem grandes destaques individuais – e que conta com o beque brasileiro Eric Botteghin, ex-Feyenoord – para buscar um acesso inesperado e histórico.

Se o Ascoli está animado, o discurso é bem diferente para o Benevento, que há um mês parecia chegar empolgado para as últimas partidas e até brigar pelo título. No entanto, o time campano terminou a temporada regular bem longe até da disputa pelo acesso direto, a seis pontos da Cremonese: foram fatais as três derrotas seguidas nas rodadas derradeiras. Apesar dos resultados decepcionantes, o técnico Fabio Caserta foi mantido para o playoff e conta com o retorno de Gianluca Lapadula para subir. A experiência do brasileiro Diego Farias, reforço de inverno, também pode ser importante.

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O Vicenza venceu o Alessandria em confronto direto e condenou os cinzentos à terceira divisão (LaPresse)

Já o Perugia precisava de uma arrancada para poder entrar na zona do playoff, e foi exatamente o que o time biancorosso entregou nas últimas rodadas, com três vitórias em quatro jogos – inclusive sobre o favorito Monza, na 38ª jornada. Depois de anos difíceis na primeira parte da década anterior, o clube da Úmbria sonhou com um retorno à Serie A, mas voltou a cair para a terceira divisão e retornou à segunda justamente no derradeiro ano. Agora, inspirado pelo grandalhão Manuel De Luca e pelo brasileiro Ryder Matos, espera colher novos frutos.

Um dos clubes mais ricos e bem estruturados da Serie B, o Frosinone mais uma vez vacilou na reta final da temporada e passará outro ano longe da elite. Na zona de classificação para a repescagem durante o campeonato inteiro, o time de Fabio Grosso perdeu a posição para o Perugia somente na última rodada, por causa da derrota para o Pisa. O prenúncio para o desastre foram os resultados da equipe desde março.

Logo atrás, no meio da tabela, Ternana e Cittadella tiveram um ano agridoce, com posições dentro ou até acima da projeção, mas com a sensação de que, com um esforço extra, poderiam ter conquistado algo melhor. Diferentemente do Parma, a maior decepção do ano no futebol italiano: com um elenco até melhor do que o que caiu da Serie A no último ano, o time nunca encaixou nas mãos de Giuseppe Iachini e Gianluigi Buffon terá mais uma temporada na segundona.

Depois de assegurar suas permanências, Como e Reggina perderam força no final da temporada, e fizeram companhia para a Spal nas posições remanescentes na zona do alívio da competição. Os emilianos chegaram a ficar oito jogos sem vencer e flertaram com o drama, mas o time de Roberto Venturato pontuou nas últimas duas rodadas e melhorou sua situação. Para o próximo ano, no entanto, a exigência será maior: a luta pelo acesso.

Por falar em drama, Cosenza e Vicenza conseguiram adiá-lo por apenas mais alguns dias. As arrancadas nas últimas rodadas foram decisivas para evitar o rebaixamento imediato. De toda forma, apenas um ficará na segunda divisão. O outro fará companhia para o Alessandria, que passou todo o returno na zona do playout e caiu para a do descenso na hora final, após derrota no confronto direto contra os biancorossi.

Em situação ainda pior, Crotone e Pordenone não tiveram qualquer esperança na reta final. Virtualmente despromovidos já na nossa última atualização, calabreses e friulanos não conseguiram uma reação impossível. A queda foi dolorida para os neroverdi, que tiveram ascensão surpreendente nas temporadas passadas, mas teve peso ainda maior para os squali, rebaixados pelo segundo ano seguido e de volta à terceira divisão depois de 13 anos.

Por fim, a Serie C também já teve a sua temporada regular encerrada e três dos quatro promovidos já foram conhecidos. Os tradicionais Bari e Modena disputarão a próxima edição da segundona ao lado do Südtirol, estreante na competição. Será o primeiro time da região de Trentino Alto-Adige a participar do torneio desde 1947-48, quando o Bolzano realizou a (até então) única exibição de um clube altoatesino na categoria.

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