Restando apenas três meses para a Copa, Marrocos anuncia a demissão de Halilhodzic de seu comando | OneFootball

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Trivela

·11 de agosto de 2022

Restando apenas três meses para a Copa, Marrocos anuncia a demissão de Halilhodzic de seu comando

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Faltam apenas três meses para o início da Copa do Mundo e o momento deveria ser de total concentração na reta final da preparação. Algumas seleções, porém, preferem mergulhar na incerteza e realizar mudanças drásticas com o Mundial às portas. O Marrocos anunciou nesta quinta-feira a demissão de seu treinador, Vahid Halilhodzic. A situação nem surpreende muito, considerando o rumor antigo que envolvia o bósnio, com dificuldades de relacionamento com algumas de suas principais estrelas. Assim, a porta parece aberta para o retorno de nomes como Hakim Ziyech, Noussair Mazraoui e Amine Harit.

“Diante das visões divergentes entre a federação marroquina e o técnico Vahid Halilhodzic sobre a melhor maneira de preparar a seleção para a Copa do Mundo, os dois lados decidiram se separar consensualmente. Diante disso, a federação manifesta seu sincero agradecimento pela contribuição de Halilhodzic durante o período em que ele liderou a seleção, no qual o ápice foi a classificação para o Mundial com um time jovem e promissor cheio de grandes ambições para o futuro. Por sua parte, Halilhodzic desejou boa sorte para a seleção. A federação confirma que providenciará todas as necessidades e possibilidades para preparar a seleção bem rumo à Copa do Mundo”, escreveu a entidade, em comunicado.


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Halilhodzic comandava Marrocos desde agosto de 2019, com a difícil missão de suceder o ótimo trabalho dirigido por Hervé Renard, que levou o país de volta a uma Copa do Mundo depois de 20 anos. O bósnio teve um aproveitamento altíssimo, com 20 vitórias e apenas três derrotas em 30 partidas. Conquistou a classificação para a Copa Africana de Nações de 2022 e sobrou nas Eliminatórias, sem tantos problemas para superar a República Democrática do Congo no confronto decisivo. Porém, a queda nas quartas de final da CAN contra o Egito pesou contra o comandante, ainda mais por suas decisões disciplinares.

Às vésperas da competição, Halilhodzic resolveu bater de frente com as estrelas do time, a quem considerava descompromissados. Assim, não convocou jogadores notáveis como Ziyech e Mazraoui. Marrocos até rendeu bem durante a CAN, mas o revés contra os egípcios levantou questionamentos se o rendimento não poderia ter sido melhor com os craques. Ziyech chegou a anunciar sua aposentadoria dos Leões do Atlas. Durante os últimos meses, ensaiou-se uma reconciliação, enquanto o emprego de Halilhodzic pareceu na mira sem os destaques. Com a demissão, o caminho fica aberto para Ziyech e os demais retornarem para a Copa do Mundo.

Curiosamente, a situação não é exatamente nova para Halilhodzic. O treinador já tinha sido demitido às vésperas da Copa de 2010, à frente da Costa do Marfim. Assumiu os Elefantes em 2008 e cumpriu a missão nas Eliminatórias com uma campanha invicta. O problema aconteceu na Copa Africana de Nações, em janeiro de 2010, quando os marfinenses sucumbiram nas quartas de final para a Argélia. Com uma campanha abaixo dos parâmetros recentes e também aquém da qualidade do elenco, sua demissão ocorreu em fevereiro, igualmente a três meses do Mundial.

E o pior é que o mesmo aconteceu de novo quando dirigia o Japão, antes da Copa de 2018. O bósnio conquistou a classificação para o Mundial, mas uma derrota por 4 a 1 para a Coreia do Sul num torneio regional culminou na decisão, diante de um trabalho que não empolgava. Por lá também bateu de frente com os medalhões, ignorando estrelas como Shinji Kagawa e Keisuke Honda, além de aplicar um estilo de jogo baseado na força física – que não combinava tanto com as características do elenco e nem com o histórico dos nipônicos.

Halilhodzic trabalhou em uma Copa do Mundo memorável, ao menos. Seu grande feito aconteceu com a empolgante Argélia, que deu trabalho para a Alemanha nas oitavas de final de 2014. Aos 69 anos, talvez o veterano não tenha outras oportunidades no torneio. Sua carreira como técnico também possui trabalhos relevantes na França, onde foi ídolo como jogador. Treinou equipes como o Lille e o PSG, passando mais recentemente pelo Nantes, com o qual chegou a ser artilheiro da Ligue 1 nos anos 1980. Mas nada comparado ao destaque que conseguiu à frente das seleções.

Segundo a imprensa marroquina, o favorito para assumir o cargo é Walid Regragui. Ex-lateral da seleção de 2001 a 2009, o comandante de 46 anos vem em alta no país. Dirigiu um longo trabalho à frente do FUS Rabat e, mais recentemente, alcançou grandes feitos com o Wydad Casablanca. Os alvirrubros são os atuais campeões nacionais e também da Champions Africana. O sucesso com o clube pode ter influenciado a decisão da federação, com alguém confiável ao alcance.

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