Trivela
·11 de maio de 2021
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·11 de maio de 2021
*Conteúdo oficial da Ligue 1
Aos 35 anos, contratado sem custos ao cofre do Lille após uma temporada pelo Besiktas, da Turquia, o centroavante Burak Yilmaz, estreando no futebol francês, caminha para se tornar um personagem mais do que digno de ganhar uma estátua na entrada da cidade de Lille pelos serviços prestados ao seu clube.
Com cinco gols nas três últimas partidas – dois deles contra o Lens na última rodada -, Yilmaz ajuda a levar o Lille a um título improvável, principalmente quando analisamos o elenco e todo poderio econômico do seu concorrente direto, o Paris Saint-Germain.
Com duas rodadas para o fim da temporada 2020/21, o Lille venceu o Lens por 3 a 0 fora de casa e viu o badalado PSG tropeçar diante do Rennes por 1 a 1. Após o fim da 36ª rodada, o Lille está a dois passos do paraíso.
O paraíso, inclusive, pode até chegar antes caso o Lille, jogando em casa, vença o Saint-Étienne e o PSG perca pontos contra o Stade Reims.
Protagonista do jogo que abriu a 35ª rodada, o Lille poderia sentir o peso da pressão, mas não deu chances ao azar e meteu um 3 x 0 sonoro no Lens.
O primeiro gol saiu logo aos quatro minutos, em pênalti assinado em cima de Jonathan David, que tabelava com Yilmaz na área. Yilmaz chamou a responsabilidade da cobrança e gabaritou. Bateu alto e no ângulo. Nível indefensável.
A missão ficou ainda mais fácil com a expulsão de Michelin aos 35 minutos, pelo segundo amarelo num lance ríspido com o lateral-direito Çelik.
Com a vantagem no placar e de homens em campo, o Lille tinha a faca e o queijo na mão. Assim, aos 40 minutos, marcou o 2 x 0.
Adivinha com quem?
Se você respondeu Yilmaz, acertou!
Ele mesmo!
Com tanta vantagem a favor do Lille, restava ao Lens sair ao ataque.
Desta forma, chances foram criadas pelo setor ofensivo do Lille, mas Luiz Araújo e Timoth Weah perderam oportunidades incríveis.
Aos 15 minutos, Bamba, pela esquerda, chutou de fora da área, o goleirão soltou a bola para frente e Jonathan David, oportunista, deu números finais ao confronto.
Com três pontos de vantagem em relação ao PSG, o Lille encara o Saint-Étienne (c) na próxima rodada e fecha a temporada contra o Angers (f).
Para levantar a taça, cabe conquistar somente quatro dos seis pontos a serem disputados. Ela ainda pode chegar caso o Lille vença e o PSG tropece na próxima rodada.
Com a necessidade de vencer para ser manter vivo na disputa pelo título, o PSG entrou em campo pressionado pela vitória do Lille na abertura da rodada ainda na sexta-feira.
Em um 4-3-3 bastante diferente da escalação da partida contra o Manchester City no meio da semana pela Champions League, o PSG dominou o primeiro tempo tanto em finalizações (10), quanto em posse de bola (60%).
A vantagem só não foi estabelecida por causa da excelente participação de Gomis, goleiro do Rennes. Mas o gol saiu no final do primeiro tempo com Neymar, em cobrança de pênalti sofrido por Kurzawa.
Entretanto, o segundo tempo foi completamente ao avesso da primeira etapa. Com um Rennes muito mais inteiro, o PSG sentiu a parte física e foi controlado.
Com chances reais de gol, o Rennes conseguiu o empate aos 25 minutos com Guirassy em uma linda cabeçada.
A derrota só não aconteceu graças a Keylor Navas.
Com defesas sensacionais, Navas garantiu o empate por 1 x 1 mesmo com o PSG com um homem a menos nos minutos finais da partida graças à expulsão de Kimpembe, que entrou sem dó e nem piedade em Doku, o melhor em campo.
Com o tropeço, o PSG chegou aos 76 pontos e se vê três pontos atrás do líder. De quebra, o time de Maurício Pochettino não pode dar bobeira porque o Monaco está dois pontos atrás (74) e o Lyon, com 73, três pontos atrás. Ou seja: a briga por duas vagas na próxima Champions está mais do que aberta.
O PSG enfrenta o Reims, em casa, e fecha a competição contra o Brest, fora.
Na terceira colocação, o Monaco venceu o Reims, fora, por 1 a 0, gol de Eliot Matazo, aos 20 minutos em uma partida de poucas emoções, mas de três pontos importantíssimos na briga pela vaga na principal competição europeia na temporada 2021/22.
Ao jogar depois do Lyon, que venceu na rodada, o Monaco tinha a pressão psicológica de também precisar ganhar para recuperar a terceira colocação.
Com diversos desfalques ainda por causa da COVID que assolou seu elenco, o Monaco precisou contar mais uma vez com Aguilar, lateral direito, improvisado como meia avançado e o jovem volante Matazo, que havia atuado apenas centralizado, como ponta pela esquerda.
Diferentemente das atuações aquém do esperado de Aguilar, Matazo foi o autor do gol da vitória aos 20 minutos da primeira etapa ao roubar a bola, partir para o ataque e dar para Ben Yedder.
O atacante, pelo lado direito do ataque monegasco, atraiu três marcadores e devolveu a bola com um passe magistral para Matazo, que, livre e cara a cara com o goleiro, só empurrou para o fundo da rede.
Com a vantagem no placar logo cedo, o Monaco cadenciou 70 minutos de partida e, com um desempenho paupérrimo ofensivamente – e excelente defensivamente, frise-se -, esperou o fim do jogo para chegar aos 74 pontos e retomar a terceira colocação na tabela de classificação.
Apesar de ter chances matemáticas de título ainda, o Monaco se aproveitou do tropeço do PSG para se aproximar da segunda colocação e, sonhando com isso, tem pela frente nas duas próximas rodadas o Rennes, em casa, e fecha a temporada diante do Lens, fora.
Já o Lyon venceu, convenceu e complicou a vida do Lorient. A goleada por 4 a 1, com gols de Aouar, Paquetá e Bruno Guimarães (2x), mantém a equipe vivíssima na briga por uma das duas vagas em aberto para a próxima edição da Champions League.
Com 25 chutes em toda a partida, imagina-se um massacre total por parte do Lyon, mas o primeiro tempo da equipe de Rudi Garcia foi de lentidão e abaixo do que já apresentou em outros momentos. A explicação mais plausível para explicar o baixo desempenho e a lentidão era a escalação desfigurada por causa da batalha contra o Monaco, na última rodada.
Entretanto, na volta para a segunda etapa, Aouar, nome da partida, abriu o placar aos sete minutos da segunda etapa com um golaço.
Ele recebeu passe dentro da área e, no domínio, chapelou o zagueiro Gravillon, que passou que nem um trem desgovernado no lance. No avanço desesperado do goleiro Nardi, abriu o placar.
Na luta contra o rebaixamento, o Lorient se abriu e foi para o ataque. Assim, Lucas Paquetá, aos 20 minutos, aproveitou o rebote um pouco estranho do chute de Toko-Ekambi e, de cabeça, ampliou: 2 a 0. O detalhe foi que sua comemoração, com mortais, foi mais difícil de executar do que o gol que assinalou.
Seis minutos depois, Bruno Guimarães fez o terceiro em cobrança de pênalti. E mais outros seis minutos depois, aos 32 minutos, Bruno dominou na frente da área do Lorient, tabelou com Slimani, que, por sua vez, com um passe de letra, deixou Bruno na cara do gol para marcar seu segundo na noite e o quarto do Lyon.
No apagar das luzes, o Lorient diminuiu e deu números finais ao confronto: 4 a 1. O gol de Thomas Monconduit foi lindo em um belo petardo de fora da área.
Dependendo de tropeços de PSG e Monaco, o Lyon, com 73 pontos, nesse momento fora da Liga dos Campeões, enfrentará o desesperado Nîmes (f) e fecha o campeonato contra o Nice, em casa.
Já na parte inferior da tabela, a briga, que parecia mais restrita a poucos clubes, ganhou novos contornos com a sequência de três vitórias seguidas do Nantes.
A vítima da vez do Nantes foi o Bordeaux em um acachapante 3 a 0. Coulibaly, Louza e Muani marcaram os gols da vitória e levaram o clube que parecia fadado ao rebaixamento, aos 37 pontos.
Com uma vitória e quatro derrotas nos últimos jogos, o Bordeaux se aproxima perigosamente da zona de repescagem hoje frequentada pelo Nantes.
Outra equipe que também corre sério risco – e que não corria recentemente – é o Estrasburgo. Sem vencer nas últimas cinco partidas (dois empates e três derrotas), perdeu em casa para o Montpellier por 3 a 2 e também encontra-se apenas um ponto na frente da zona de repescagem e três da zona de rebaixamento direto, cuja vaga está sendo do Nîmes.
Por falar em Nîmes, aliás, está aqui outra surpresa da rodada 36.
Ao aplicar um 3 a 0 no Metz, fora de casa, gols de Fomba, Ripart e Ferhat, o Nîmes sonha com uma improvável salvação.
Confira aqui a tabela de jogos da 37ª rodada e veja quem tem mais chances de se salvar ou de cair.
A única mudança na disputa pela artilharia foi a entrada de Gaëtan Laborde na lista dos cinco melhores desta temporada.
Suspensos por acúmulo de cartões amarelos, Kylian Mbappé e Memphis não participaram da 36ª rodada, enquanto Ben Yedder e Kevin Volland passaram em branco na vitória do Monaco.
Yilmaz também chegou aos 15 gols na liga com os dois que marcou nos 3 a 0 sobre o Lens.
Destaque para o seu segundo gol. Um lance de extrema felicidade.
O remate a 29 metros de distância do gol alcançou 95 km/h.
Perto do feito de ser campeão, o treinador Christophe Galtier falou sobre o momento do centroavante turco:
Já no empate do PSG, Serhou Guirassy foi o responsável por decretar o tropeço diante do Rennes que deixou o título ainda mais distante do Parque dos Príncipes.
Guirassy foi um problema para a defesa do PSG ao ter vencido cinco disputas de bola pelo alto – fruto de sua altura: 1,87m -, ter finalizado no gol de Navas duas vezes e, de quebra, ainda ter dado dois passes para finalizações.
Entretanto, o PSG só saiu com um pontinho da partida graças a Keylor Navas. O goleiro realizou nove defesas em toda partida e o desempenho se tornou seu recorde pessoal desde que chegou ao PSG em 2019.
Decepcionado, Mauricio Pochettino reconheceu os problemas do PSG:
Já no 4 a 1 do Lyon sobre o Lorient, o destaque fica por conta de Houssem Aouar e Bruno Guimarães.
Sem iniciar uma partida desde a 29ª rodada, Aouar marcou um gol de placa com direito a chapéu no zagueiro.
Já Bruno Guimarães, com dois gols em uma mesma partida pela primeira vez em sua carreira, foi quem deu números finais ao confronto.
No magro 1 a 0 do Monaco sobre o Reims, destaque para Eliot Matazo, autor do único gol da partida.
Improvisado numa função mais adiantada, Matazo circulou entre o meio e o lado esquerdo do seu ataque e aproveitou a juventude e a força física para arrancar no lance do gol.
Sem dúvidas, Burak Yilmaz caminha para se tornar o nome desta temporada.
Centroavante no papel, Yilmaz ofereceu outras soluções além dos gols e se movimentou ao redor da grande área atuando numa espécie de pivô.
Com 1,88 de altura, ele também foi referência nas transições rumo ao ataque.
Enquanto esteve em campo, Yilmaz acertou 18 dos 20 passes tentados e venceu 4 das 5 disputas de bola pelo chão.
Além de jogar de costas para o gol, Yilmaz foi preciso quando ficou de frente para a baliza.
E seus gols foram selecionados como o momento da rodada:
Outro atacante que mostrou seu refinamento foi Wissam Ben Yedder.
Em mais uma assistência espetacular, tal qual a que deu para Kevin Volland contra o Lyon, Ben Yedder, desta vez, consagrou Eliot Matazo ao dar um passe preciso entre as pernas do zagueiro adversário.
Já são sete assistências no campeonato para Ben Yedder.
O Lyon superou a retranca do Lorient com o arremesso lateral.
Diante do 5-3-2 adversário, os comandados de Rudi Garcia utilizaram a cobrança lateral longa para chegar ao segundo gol, marcado por Lucas Paquetá.
O lateral esquerdo Maxwell Cornet repôs a bola em jogo com rapidez e pegou a defesa adversária desprevenida. A bola chegou a Toko-Ekambi, que chutou em cima de Paul Nardi. No rebote, Paquetá guardou.
Organizado num compacto 4-4-2, o time de Bruno Genesio obrigou o time da capital a jogar pelos lados.
Com 61% de posse no primeiro tempo, o PSG não foi capaz de transformar todo o domínio em gols.
Entretanto, o confuso esquema tático do PSG pode ser notado no GIF abaixo.
Colin Dagba e Ángel Di María frequentaram a mesma faixa de campo, o que facilitou o trabalho do sistema defensivo do Rennes.
Além de mal posicionados em campo, a equipe de Mauricio Pochettino acertou apenas três dos 15 cruzamentos que tentou nos primeiros 45 minutos.
Um deles, dos pés de Di María, gerou o pênalti cobrado e convertido por Neymar.
Em desvantagem, o Rennes equilibrou – e dominou! – a partida na segunda etapa.
Apenas nela, foram 10 finalizações contra 3 do PSG.
Jérémy Doku, ponta de origem belga e com apenas 18 anos, foi a válvula de escape de sua equipe e deu sete dribles. No entanto, Doku não conseguiu superar Navas e viu o goleiro defender seus dois remates.
Mesmo deixando sua marca, Neymar não foi capaz de evitar o empate do PSG.
Ativo em campo, o atacante circulou entre o lado esquerdo e o centro do campo, deu três passes decisivos, quatro dribles e outras quatro finalizações.
Entretanto, Neymar perdeu a bola 30 vezes e teve 76% de acerto no passe, um índice considerado baixo para um jogador do porte de Neymar, que no sábado, um dia antes da partida, anunciou a renovação do seu contrato até 2025.
Na defesa, Marquinhos realizou seis cortes, fez dois desarmes e interceptou uma bola.
Pelo lado do Rennes, o lateral esquerdo Dalbert, que está emprestado pela Internazionale, foi a campo para jogar pouco mais de dez minutos. Em sua 12º partida na temporada, Dalbert conseguiu dar apenas uma assistência até então. Foi na partida contra o Angers, válida pela 33ª rodada.
Hilton, experiente zagueiro do Montpellier, foi outro brasileiro a vencer na rodada.
Meio sem intenção, ele deu uma assistência para Andy Delort marcar o segundo do jogo de sua equipe.
No Lyon, Thiago Mendes, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá foram a campo.
Reserva, Thiago entrou apenas aos 15 minutos do segundo tempo e viu Bruno Guimarães brilhar ao seu lado.
Além de ter feito dois gols, Bruno ditou o ritmo do jogo e, de quebra, auxiliou a defesa.
Com 101 toques na bola, Bruno teve 96% de acerto nos passes e deu seis desarmes.
Luiz Araújo foi titular no líder Lille.
Ativo em campo, o ponta direita chutou duas vezes ao gol adversário, acertou 85% dos passes que tentou e foi substituído por Ikoné.
Pelo Olympique Marseille, Luis Henrique fez sua parte na derrota perante o Saint-Étienne.
Mais uma vez improvisado na ala esquerda, Luis acertou os três dribles que tentou e deu três passes que antecederam finalizações.
Bastante destacado nas últimas rodadas, Caio Henrique fez um jogo discreto contra o Reims e só deu um passe decisivo durante os 90 minutos em campo.
Por fim, teve 86% de acerto nos passes.
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