Trivela
·04 de agosto de 2022
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·04 de agosto de 2022
Renato Sanches estava no topo do mundo em 2016. Havia sido campeão por Portugal como a principal revelação da Eurocopa e havia chegado a um dos maiores clubes do mundo. Antes de completar 19 anos. Como ele próprio admitiu, não estava pronto e precisou dar um passo atrás para voltar a avançar. Após se recuperar no Lille, retornou nesta quinta-feira ao primeiro patamar ao assinar contrato de cinco temporadas com o Paris Saint-Germain. Custou em torno de € 15 milhões.
Estamos no meio do mercado de transferências. Momento de otimismo e esperança. Muitos garotos da idade que Sanches tinha quando trocou o Benfica pelo Bayern estão mudando de clube. A torcida fica empolgada porque nenhum diretor contrata uma promessa dizendo: “É… não sei se vai dar certo”. São sempre o futuro. Alguns são realmente tiros no escuro, e outros, como era Sanches, parecem garantias. Mas no fim, toda contratação é uma aposta. Toda contratação jovem é uma aposta maior ainda.
Sanches havia tomado o futebol europeu de assalto quando surgiu no Benfica, ganhou a posição na seleção portuguesa e teve ótimas atuações no mata-mata. Era um sinal muito positivo que em jogos tão nervosos e importantes tenha crescido. Era um jogador técnico, agressivo e de personalidade, mas infelizmente não mostrou nenhuma dessas características durante os três anos em que passou sob contrato com o Bayern após uma transferência de € 35 milhões.
Na época, e para os padrões bávaros, o valor era altíssimo por um garoto de 18 anos. Com Carlo Ancelotti, Sanches foi muito mal. Parecia alheio às partidas e não deu uma contribuição direta para gol em 25 jogos. O Bayern decidiu emprestá-lo a outra liga forte para ver se conseguia se desenvolver. Nem mesmo em um Swansea rebaixado se firmou. Retornou para trabalhar com Niko Kovac e até melhorou um pouco, mas longe de corresponder às expectativas.
Manifestou o desejo de sair, e o Bayern aproveitou a leve recuperação para arrecadar parte do que havia pagado – € 20 milhões. Sanches escolheu o destino certo. De uma superpotência, na qual a paciência nem sempre existe, foi para um clube que tem experiência em desenvolver talentos jovens. E ainda tinha quase 21 anos quando chegou ao Lille em 2019. Também não explodiu. Teve problemas físicos e não foi titular absoluto, mas deu sua contribuição ao título francês e mostrou que o seu potencial ainda existe.
Em três temporadas, fez seis gols em 90 jogos, mas também pelo lastro que mantinha da sua festa de debutante, foi suficiente para se colocar na mira de grandes clubes europeus. O Milan também estava na jogada, mas o PSG decidiu mudar a sua política de transferências, do acúmulo de estrelas para uma visão mais direcionada e com foco importante no mercado interno. Sanches tem o dinamismo para jogar no meio-campo que vem sendo ocupado pro Verratti e Vitinha na pré-temporada.
Não atrapalhou que Christopher Galtier, comandante do PSG, treinou Sanches no Lille. “Ele é um bom treinador que me ajudou muito a melhorar quando eu cheguei na Ligue 1. Juntos, até conseguimos ganhar a liga com o Lille. Trabalhamos bem juntos e estou feliz por estar trabalhando com ele novamente. Tenho certeza que tomei a decisão correta. Escolhi o Paris Saint-Germain porque eu acho que é o melhor projeto para mim. Ficar na França era importante porque eu já conheço esta liga”, disse.
Sanches tomou uma boa decisão quando trocou o Bayern de Munique pelo Lille. Em um clube de menores expectativas e maior paciência, recuperou parte do futebol que havia demonstrado pelo Benfica e voltou a ser considerado como um talento que pode ser lapidado, e agora quem fará essa aposta é o Paris Saint-Germain. Uma informação importante: ele ainda tem 24 anos.