Jogada10
·08 de julho de 2025
Renato comenta pênalti retirado e avalia campanha do Fluminense

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·08 de julho de 2025
Renato Gaúcho analisou a derrota do Fluminense por 2 a 0 para o Chelsea, nesta terça-feira (8/7), no MetLife Stadium, pela semifinal do Mundial de Clubes. O técnico, afinal, explicou as mudanças, deu sua opinião sobre o pênalti marcado (e retirado) e também sobre a lei do ex, com João Pedro – cria de Xerém – marcando os dois gols da vitória dos Blues.
“O jogo estava bastante controlado. A gente sabia que nós iríamos receber uma pressão muito forte do Chelsea, aconteceu isso no início do jogo. Estávamos sabendo sofrer, mas infelizmente para a gente o João Pedro acertou aquele chute fora da área. Conseguiu fazer aquele belo gol. E é lógico que quando você sai na frente, é uma vantagem muito grande, principalmente se tratando do calor. Você tem que ficar correndo atrás do adversário”, iniciou.
Ele seguiu na análise, avaliando suas próprias mexidas. Após não mudar no intervalo (mesmo com a derrota parcial por 1 a 0), ele colocou dois jogadores novos a campo aos 9′ do segundo tempo: Keno e Everaldo. No entanto, dois minutos depois, o Chelsea marcou o segundo em contra-ataque veloz.
“Procurei mudar no início do segundo tempo. Infelizmente num contra-ataque nós não matamos a jogada e tomamos o segundo gol. Isso deu uma tranquilidade ainda maior para eles. Depois abri ainda mais o time, colocando o time mais para frente, criamos algumas situações. Mas é sempre muito difícil você enfrentar uma equipe bastante qualificada como é o Chelsea, mas ele souberam aproveitar as oportunidades que criaram e infelizmente a gente não soube aproveitar as nossas”, avaliou.
Perguntado sobre o que o resultado positivo dos brasileiros no Mundial representava, Renato celebrou. Para ele, tais campanhas farão com que os jornalistas e torcedores observem com mais carinho os treinadores nascidos no Brasil.
“Eu acho que a credibilidade voltou bastante forte para o futebol brasileiro, pelas grandes equipes, como Flamengo, Botafogo, Palmeiras e o Fluminense agora chegando na semifinal. Espero que não só o mundo, mas o Brasil possa olhar com outros olhos os treinadores brasileiros, valorizar um pouco mais também. Porque nada contra os treinadores estrangeiros, pelo contrário, acho que tem espaço para todo mundo, mas muita gente fala somente dos estrangeiros e dão pouco interesse para os treinadores brasileiros. Então, acredito que esse mundial fez com que os treinadores brasileiros subissem bastante na cotação e espero que seja dessa forma, que tenham um pouco mais de respeito, um pouco mais de paciência com os treinadores brasileiros, sei que isso é difícil, mas esperamos que isso aconteça”, argumentou Renato.
O comandante seguiu na resposta, focando na campanha do Fluminense. Para ele, foi “maravilhosa”, relembrando vitórias sobre Inter (ITA) e Al-Hilal (SAU) no mata-mata. Renato, aliás, admitiu a superioridade do Chelsea nesta terça.
“Enquanto a campanha do Fluminense, ela foi maravilhosa em todos os sentidos. Fomos passando por grandes adversários, grandes times do futebol europeu, do futebol mundial. Chegamos à uma semifinal, enfrentamos mais um adversário poderoso, foram melhores, mereceram a vitória, mas a gente sai de cabeça erguida por tudo que a gente fez. Acho que, como falei, nós levantamos bastante a credibilidade no mundo todo do futebol brasileiro. E agora vamos voltar para a nossa realidade, voltar para o Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Sul-Americana. Mas pode ter certeza que não só o nosso grupo, mas o nosso torcedor também está bastante orgulhoso pela campanha que a gente fez nessa Copa do Mundo”, afirmou.
Em uma das perguntas sobre João Pedro, cria do Fluzão e autor dos dois gols que mandou o time brasileiro para casa, Renato tocou no ponto ‘disparidade’. Para ele, o valor pago pelo Chelsea ao Brighton (cerca de R$ 410 milhões) comprova o quão inviável é competir em termos financeiros com os europeus.
“Pô, mas aí entra naquele esquema de que não adianta os clubes brasileiros quererem competir com os clubes europeus em termos financeiros. Se eu não me engano, o João Pedro custou mais de R$ 400 milhões por Chelsea. Inviável. Inviável para qualquer clube brasileiro, até para o Flamengo, o Palmeiras, o Botafogo, é inviável. Não dá para competir com eles em termos da parte financeira. Então, pode ver que os clubes brasileiros formam jogadores para poder vender para a Europa, justamente para conseguirem sobreviver. Essa é uma realidade que é desde a minha época de jogador, não tem para onde correr. E nem sempre você quando vende um garoto, você tem certeza que ele vai despontar no futebol europeu. O João Pedro com certeza está espontando, é um grande jogador, um jogador a nível de Seleção Brasileira”, elogiou.
Posteriormente, Renato falou sobre a polêmica do pênalti cometido por Chalobah, zagueiro do Chelsea. Quando o placar anotara 1 a 0 para os Blues, o defensor tocou com a mão na bola. O árbitro François Letexier (FRA), então, marcou pênalti, mas voltou atrás após análise do VAR. O técnico do Fluminense comenta o lance.
“Quanto ao pênalti, é aquilo que eu falei: na minha opinião, foi pênalti. Eu vi agora no vestiário, mas têm árbitros que dão esse tipo de pênalti. Tem árbitros que não dão esse tipo de pênalti. Muita gente vai falar que o braço estava colado no corpo. Não, o braço não estava colado no corpo. O braço estava um pouquinho aberto. Então é a interpretação do árbitro. Tem árbitros que dariam aquele pênalti, como ele deu, foi ver no VAR, voltou atrás. Eu achei pênalti. Então é esse tipo de pênalti que a gente vai discutir muito, muito tempo. Uns dão, outros não dão, uns vão achar que foi, outros vão achar que não foi. Mas não vamos nos apegar nessa desculpa. A única situação da partida, com certeza, se nós teremos o pênalti, teríamos feito o gol, seria outro jogo, pode ter certeza disso”, revelou.