Rashford aproveitou fragilidade de Gales para mostrar ao técnico o que pode fazer se ganhar outra chance | OneFootball

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·29 de novembro de 2022

Rashford aproveitou fragilidade de Gales para mostrar ao técnico o que pode fazer se ganhar outra chance

Imagem do artigo:Rashford aproveitou fragilidade de Gales para mostrar ao técnico o que pode fazer se ganhar outra chance

A Inglaterra teve uma ótima estreia contra o Irã, goleando por 6 a 2, e apresentou diversos problemas contra os Estados Unidos. Não é incomum um jogo ruim nas campanhas de seleções que chegam longe, como a inglesa gostaria de fazer, e também não é que haja mudanças no time titular que ficam claras com o decorrer da Copa do Mundo. Gareth Southgate não teve dificuldades para vencer Gales, mas ganhou um dilema: Marcus Rashford foi excelente e apresentou argumentos para ser titular nas oitavas de final.

Southgate rodou um pouco o seu elenco. Além de Rashford e Foden flanqueando Harry Kane, entrou com Henderson ao lado de Declan Rice, encorpando o meio-campo com Jude Bellingham. Os atacantes entraram nas vagas de Bukayo Saka, excelente contra o Irã, e Raheem Sterling, que não vive uma boa fase. Caiu de rendimento no Manchester City e ainda não engrenou pelo Chelsea. Embora seja um jogador importante do ciclo da Inglaterra, também não fez duas partidas especialmente boas no Catar e parece o primeiro da fila para ser substituído.


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Se houver uma vaga, Rashford é quem mais impressionou. Errou até que bastante no primeiro tempo. Teve uma chance clara aos 10 minutos, acionado por Harry Kane entre a defesa, e tentou bater por cima de Danny Ward, que abafou. Não deu seguimento a algumas jogadas e suas outras finalizações não levaram perigo. Quando houve uma falta na entrada da área, parecia com vontade de bater e foi rechaçado pelos companheiros. Portanto, mostrou personalidade ao mandar direto para o gol a oportunidade que teve no começo do segundo tempo.

E depois que o jogo se abriu, continuou participativo. Deu o desarme no começo do lance do segundo gol, marcado por Foden, e anotou o terceiro, com uma bela jogada individual. Ficou próximo de anotar um hat-trick, mas Danny Ward fez boa defesa com os pés. Aplaudido pelos torcedores ingleses ao ser substituído por Jack Grealish, aos 31 minutos do segundo tempo, foi provavelmente o melhor em campo.

Rashford passou por momentos difíceis recentemente. Disputou uma temporada com dores no ombro antes da Eurocopa do ano passado, em cuja final perdeu um dos pênaltis que custou o título à Inglaterra e foi alvo de ofensas racistas. Perdeu os primeiros meses da nova campanha para passar por uma operação para resolver o problema no ombro de vez e esteve longe do seu melhor – no contexto dos problemas mais amplos do Manchester United. O então interino Ralf Rangnick chegou a dizer que, se quisesse ir embora, poderia fazê-lo no mercado de inverno entre julho e agosto de 2022, diante de rumores de que estava pensando em uma mudança de ares.

A chegada de Erik ten Hag (junto com a saída de Rangnick, que inicialmente ficaria como consultor) foi como um novo começo para ele, que chegou a dizer que estava “pronto para tentar novamente”. Jogou muito melhor antes de embarcar ao Catar, com oito gols em 19 jogos, titular na Premier League como principal atacante dos Red Devils, à frente de Cristiano Ronaldo. Se não tivesse se recuperado, provavelmente nem seria convocado. Seu último jogo antes do início da Copa do Mundo foi justamente a decisão da Eurocopa contra a Itália.

Em comparação com Sterling, Rashford oferece um pouco mais de contundência. É aquele atacante que não tem vergonha de finalizar. Não é tão rápido, mas sabe arrancar com a bola e costura espaços com dribles curtos. Finaliza com as duas pernas e é mais alto para a bola aérea também. Parece em melhor forma do que o atacante do Chelsea, que fez apenas cinco gols nesta temporada e está com dificuldade para achar sua melhor posição com Graham Potter.

Outro que poderia pintar como surpresa é Phil Foden. Southgate foi cobrado por não tê-lo retirado do banco de reservas no empate por 0 a 0 contra os Estados Unidos. Foden brilha dentro do sistema do Manchester City, atuando em várias posições – pelas pontas, como meia, antes da chegada de Haaland, até como centroavante. Ótima finalização, visão de jogo e uma canhota venenosa que às vezes solta bombas de fora da área. A questão é se seria justo barrar Bukayo Saka, destaque contra o Irã. São características muito diferentes, o que pode pesar na decisão de Southgate. Foden também poderia entrar no lugar de Mason Mount, mantendo uma formação mais parecida com o 4-2-3-1 do que o 4-3-3 utilizado contra Gales.

A fase de grupos não serviu nem para confirmar e nem para prejudicar as credenciais da seleção inglesa, que foi semifinalista na Rússia e chegou à decisão da última Eurocopa. Ainda é um time competitivo, forte na defesa e com alguma dificuldade para fazer o seu ataque engrenar. Um jogo de poucas emoções contra Gales talvez tenha servido para apresentar ao técnico algumas respostas.

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