Trivela
·16 de março de 2023
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·16 de março de 2023
O Feyenoord vem de uma temporada histórica na Conference League. O Stadionclub alcançou uma decisão continental depois de 20 anos e, apesar da derrota para a Roma, mereceu muitos elogios pelo desempenho. O técnico Arne Slot continuou na casamata, mas perdeu a maior parte de seus destaques naquela campanha. E, mesmo com um time praticamente novo, o clube de Roterdã vem forte também nesta Liga Europa. O Feyenoord pulverizou o Shakhtar Donetsk dentro do Estádio De Kuip, depois do empate por 1 a 1 na Polônia, e avançou com muitas sobras às quartas de final. Os neerlandeses aplicaram impiedosos 7 a 1 no placar, com um nível de precisão imenso nas finalizações de média distância.
O favoritismo dentro de casa ficava para o Feyenoord, mas não se imaginava que o time rendesse tanto assim. O Stadionclub começou a partida mais ligado e abriu o placar rapidamente, aos nove minutos. A partir de uma bola roubada no campo de ataque, Alireza Jahanbakhsh arrancou e passou para Santiago Giménez. O centroavante cortou a marcação e finalizou rasteiro. O Shakhtar tinha mais a posse de bola na sequência, mas os neerlandeses eram mais diretos no ataque. Finalizavam sem receio e logo se mostraram mais efetivos.
Capitão e principal remanescente do time vice-campeão da Conference, Orkun Kökçü apareceu aos 24 minutos para ampliar. Em mais uma bola recuperada pelo Feyenoord no campo de ataque, o meio-campista chutou de fora da área e tirou do alcance do goleiro Anatolii Trubin. E os anfitriões demorariam a buscar o ataque na sequência, num momento em que o Shakhtar tentou descontar. Nem nisso deram sorte, com uma bola no travessão de Heorhii Sudakov. Já aos 38, os neerlandeses conseguiram um pênalti, que Kökçü mandou para dentro e anotou o terceiro. Antes do intervalo, Giménez e Jahanbakhsh tiveram outras oportunidades para o quarto.
Já o segundo tempo se transformou num vareio. Com o Shakhtar abatido, cada chute do Feyenoord virava um gol. Das cinco primeiras finalizações do Stadionclub na etapa final, quatro terminaram nas redes. Oussama Idrissi foi quem se aproveitou primeiro. Foi dele o quarto gol, aos quatro minutos, num chute colocado da entrada da área. Idrissi também anotou o quinto, aos 15, num lance parecido. O ponta abriu para o chute do lado esquerdo, mas desta vez com mais precisão, num tiro que bateu no travessão e entrou.
Jahanbakhsh merecia participar da festa e guardou o dele aos 19, em mais uma batida de fora da área que entrou no cantinho. Já o sétimo foi de autoria do atacante Danilo, aos 21. O brasileiro pegou a bola na entrada da área e desferiu outra bola cirúrgica no canto inferior. Sequer comemorou. Num momento em que o duelo estava morto, o Feyenoord foi respeitoso e não pressionou para mais. O gol de honra do Shakhtar saiu aos 42, num lançamento de Mykola Matviyenko que Kevin Kelsy definiu na saída do goleiro Timon Wellenreuther. Descontava, mas não diminuía a pancada.
Trubin não falhou, mas impressionava a forma como basicamente todos os chutes do Feyenoord entravam. Uma ressalva ao arqueiro é o famigerado xG, que calcula a expectativa de gols a partir da dificuldade dos chutes. Mesmo com sete gols na conta, o xG dos neerlandeses não passou de 1,57 – o que significa que, pela clareza dos lances que eles tiveram, estatisticamente não teriam anotado nem dois tentos. Foram 16 finalizações, 10 delas no alvo e sete nas redes.
O Shakhtar Donetsk se despede da temporada europeia de forma melancólica, mas ainda assim fez uma trajetória digna. Conseguiu sobreviver na Liga dos Campeões e eliminar o Rennes na Liga Europa, mesmo com todas as limitações causadas pela guerra. Agora vai se concentrar no Campeonato Ucraniano. Já o Feyenoord passa demandando respeito na Liga Europa, ao mesmo tempo em que sonha com o título da Eredivisie, na liderança da liga. Pela segunda temporada, o trabalho de Arne Slot é estupendo.