Quarteto do Flamengo não brilha, mas reaparece – e pode ser o bastante para o título | OneFootball

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·22 de janeiro de 2021

Quarteto do Flamengo não brilha, mas reaparece – e pode ser o bastante para o título

Imagem do artigo:Quarteto do Flamengo não brilha, mas reaparece – e pode ser o bastante para o título

Roubada de bola de Gabigol, condução de Everton Ribeiro, toque de Bruno Henrique e desvio de Arrascaeta tirando do goleiro. Não foi a jogada mais bonita que essa turma já fez pelo Flamengo, longe disso, e o gol só saiu por conta de uma trapalhada da zaga do Palmeiras, que foi afastar e colocou a bola para dentro da própria meta. Mas fazia tempo que o quarteto não chegava às redes assim, coletivamente, presente num lance de gol em jogo deste tamanho.

A jogada abriu caminho para a vitória diante do rival paulista em Brasília, a primeira vez em que o Flamengo leva três pontos contra um dos cinco principais concorrentes ao título nesse Brasileiro. Fundamental para se manter na briga a sete rodadas do fim do campeonato – o rubro-negro tem um jogo atrasado, então ainda entra em campo oito vezes.


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O lance em questão mostrou que o time agora comandado por Rogério Ceni pode voltar a ser campeão mesmo sem encantar o país como no ano passado, mas com intensidade e movimentação ofensiva suficientes para que os jogadores da frente voltem a encontrar gols como esse. Os quatro marcando em cima, impedindo a construção de jogadas do adversário e ligados na área, juntos e prontos para incomodarem zagueiros e goleiros nos principais duelos da Série A.

Lembrando dos confrontos diretos. O Flamengo perdeu os dois jogos para o Atlético-MG sem marcar nenhum gol: 1 a 0 no Rio de Janeiro, 4 a 0 em Belo Horizonte. Na visita ao São Paulo, Pedro marcou em lance individual antes da virada e derrota por 4 a 1. No empate contra o Grêmio, em casa, o gol salvador só veio de pênalti, já no finalzinho do jogo, marcado por Gabigol.

Na partida do turno contra o Palmeiras, buscou a igualdade num cruzamento para Pedro, um ponto bem comemorado, é verdade, em partida de time totalmente desfalcado e quase adiada em meio aos casos de Covid no elenco. E contra o Internacional, num bom jogo ainda dos tempos de Coudet e Domenec, o Flamengo marcou com Pedro, também numa arrancada solitária, e num cabeceio de Everton Ribeiro já no estouro dos acréscimos, quando encheu a área adversária e conseguiu levar um empate do Beira-Rio.

Ou seja, faltava a vitória dentro do bolo de cima, mas faltava principalmente essa combinação ofensiva que consagrou esse elenco. Se o ataque ainda não fede a gol como em outros tempos, ao menos a imagem de abrir o placar com a bola passando por Gabigol, Everton, Bruno e Arrascaeta serve de alento para a reta final.

Foto: Getty Images

Porque a grande questão desse time em toda a temporada, seja no início com Jorge Jesus, na passagem de Dome ou agora com Rogério, é a comparação com 2019. Quando esses quatro jogadores se aproximam da área, juntos, o torcedor do Flamengo se mexe na cadeira esperando um último passe milimétrico, uma escapada perfeita entre os zagueiros, uma conclusão digna do melhor nível que temos no país. Muitas vezes isso quase acontece, mas aquele patamar de atuação não tem existido mais.

Contra o Palmeiras, ao menos entregaram o melhor primeiro tempo na gestão do atual treinador, com um gás que foi o bastante para sufocar o Palmeiras e ver uma roubada de bola terminar em gol. Os meias encontraram espaços atrás da linha adversária e os atacantes não pararam de pressionar a saída palmeirense. Funcionou.

"O time brigou, além do talento. Não lembro quando o time começou com seis jogadores altamente técnicos como hoje. Foi um prêmio pela ousadia", disse o técnico em referência ao meio com Gerson e Diego, já que deslocou Willian Arão para a linha de zaga.

Dos oito jogos restantes, o Flamengo ainda enfrenta Grêmio, Internacional e São Paulo, e sabe que precisará dos pontos nos duelos diretos (esses que não estavam vindo) para sonhar com o título.

Se não é aquele time de Everton, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol que atropelou coletiva e individualmente, conquistou títulos e se colocou na seleção, é ainda, de certa forma, um time de... Everton, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. Sem grandes brilhos e num ano marcado por imensas dificuldades, só dependem de si para fazer o Flamengo campeão de novo. Juntos, podem ser o bastante.