Quais os ‘culpados’ pelo déficit de R$ 177 milhões do Corinthians em 2019? | OneFootball

Quais os ‘culpados’ pelo déficit de R$ 177 milhões do Corinthians em 2019? | OneFootball

Icon: Central do Timão

Central do Timão

·29 de maio de 2020

Quais os ‘culpados’ pelo déficit de R$ 177 milhões do Corinthians em 2019?

Imagem do artigo:Quais os ‘culpados’ pelo déficit de R$ 177 milhões do Corinthians em 2019?

Contratações demais e arrecadação de menos; balanço financeiro do Timão elenca motivos do déficit

De acordo com as demonstrações financeiras de 2019 do Corinthians, o clube fechou o ano com um déficit de R$ 177 milhões. Tal situação está relacionada ao balanço receitas x despesas pender mais para o lado dos gastos.


Vídeos OneFootball


Imagem do artigo:Quais os ‘culpados’ pelo déficit de R$ 177 milhões do Corinthians em 2019?

O próprio documento divulgado oficialmente pelo Portal da Transparência do Corinthians elencou quatro motivos principais para a causa do déficit. São eles:

Receitas de TV abaixo do esperado

De acordo com o balanço financeiro do clube, as receitas de TV em 2019 registraram R$ 32 milhões a menos do que o previsto pela administração. Além disso, contabilizou-se uma queda de R$ 9 milhões em relação à temporada 2018.

Vale ressaltar que a mudança dos direitos de transmissão em 2019 dividiu o valor das cotas por premiação ao fim do campeonato, número de jogos transmitidos em TV aberta e pay-per-view. Todas as variáveis do Corinthians ficaram abaixo do esperado para o orçamento.

A 8ª colocação no Brasileirão 2019 rendeu 2 milhões de reais a menos do que previsto no orçamento. A TV aberta transmitiu menos jogos. A TV fechada (SporTV) não exibiu nenhuma partida ao vivo e o pay-per-view registrou um número de assinaturas inferior ao esperado.

Despesas de pessoal

O balanço financeiro do Corinthians indica um aumento significativo dos gastos com salários, direitos federativos e outros encargos relacionados a pessoal. O próprio presidente alvinegro, Andrés Sanchez, citou em entrevistas recentes que o clube contratou demais em 2019.

Além disso, a administração não conseguiu reduzir os custos dos atletas já contratados pelo clube, como informa o texto das demonstrações financeiras:

“Não foi possível efetuar a redução de custos relacionadas a atletas que não estavam sendo utilizados, tampouco obter o ressarcimento das despesas desses atletas através do empréstimo a outros clubes.”

Custos financeiros para financiamentos

O aumento dos gastos com pessoal também resulta em um acréscimo dos custos de financiamentos, principalmente por empréstimos junto a bancos e representantes de atletas. Nesse quesito, o Corinthians cita uma adição de R$ 25 milhões.

Receita na venda de atletas abaixo da média

Em 2019, o Corinthians registrou R$ 45 milhões recebidos em direitos federativos de atletas. Uma parte do dinheiro, inclusive, nem está relacionada a negociação de jogadores, mas sim a mecanismos de solidariedade da Fifa. Um exemplo é o ex-atacante Malcom. A ida do jovem para o Zenit rendeu mais de R$ 3 milhões ao Timão.

Nos anos anteriores, o Corinthians recebeu uma média de R$ 120 milhões por temporada com direitos de atletas. Sobre o assunto, o texto do balanço financeiro alega que:

“Tal resultado se deve à busca em melhorar a qualidade do elenco e obter melhores resultados esportivos bem como à demanda de mercado, notadamente o europeu, inclusive pela adesão as regras do fair play financeiro na Europa.”

O balanço financeiro ainda traz outros dados. Houve um aumento de 70% nas receitas de patrocínio em relação a 2018, temporada em que o Corinthians passou a maior parte do ano sem patrocinador master. O clube ainda registrou um crescimento de 13,2% em outras receitas, como licenciamentos, contribuições de sócios e explorações comerciais.

Apesar de não fazer parte do fluxo financeiro de caixa do Corinthians, o clube alega que a Arena tem papel fundamental em seus rendimentos, conforme cita o texto:

“Para efeito de comparação a receita de bilheteria em 2012 – ano emblemático pelas conquistas da Libertadores e do Mundial – foram de R$ 35 milhões – (R$ 51 milhões ajustados pela inflação do período) o que demonstra a importância de ter uma ‘casa própria’. Além do incremento nessa receita específica há outras fontes de receita na Arena (camarotes, cadeiras, exploração de eventos, mídia, etc.) que incorporam novas fontes de resultado – e caixa – para o Corinthians, que não existiam sem a Arena.”

Por Gabriel Gonçalves / Redação da Central do Timão

Saiba mais sobre o veículo