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·17 de maio de 2022

Providências já

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O futebol do Flamengo perdeu pelo menos cinco meses, quiçá o ano de 2022, por insistir em Paulo Souza. Pois não se discute mais quando o técnico vai cair. Mas quando será enfim a sua despedida.

Já disse que não sou engenheiro de obra pronta. Mas conheço bem o tema. Escrevi aqui no mínimo umas três vezes, entre o fim do ano passado e o começo do atual, que o Rubro-Negro deixaria escapara todas as competições. Várias já se foram. Agora, no Brasileiro, o Flamengo está a um passo do Z4.


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Para Roberto Assaf, Hugo Souza, no gol do Flamengo, não dá – Gilvan de Souza/Flamengo

É preciso ressaltar que o português não é o único culpado. O elenco atual é formado por um grupo que não têm bola para ser titular, por jogadores que estão em eterna recuperação, e por veteranos que já não conseguem completar 90 minutos. E há um fato que só agora a torcida percebeu: o time de 2019-21 acabou.

Mas, vamos por partes. A diretoria, na prática, ainda não tomou providências para mudar o cenário porque está diante de um grande problema, quase um beco sem saída: comissão técnica e atletas têm contratos em vigor, ganham razoavelmente bem, e para dispensá-los é necessário pagar indenizações que poderão trazer prejuízos representativos. Outra situação: como empurrá-los adiante? Qual o clube que pagará R$ 500 mil por mês para Hugo Souza, um dos piores goleiros da história?

Mas os cartolas também sabem que se não fizerem alterações significativas neste momento terão problemas praticamente irreversíveis em futuro próximo. O futebol do Flamengo corre hoje o risco de entrar 2023 sem prestígio no Estadual e na Copa do Brasil, ausente da Libertadores, e pior, na Série B do Brasileiro, o que acarretará perda de público, dentro e fora dos estádios, e as verbas distribuídas pela presença nas principais competições.

Alertamos daqui, e em conversa com cartolas, que esse quadro estava evidente desde a bisonha contratação de Renato Gaúcho. O treinador estreou em 14 de julho de 2021. De lá para cá, são 10 meses, ou seja, em menos de um ano, o Flamengo perdeu seis títulos: Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores, em 2021, Estadual, Taça Guanabara e Supercopa do Brasil, em 2022. Caso o quadro atual permaneça, o futebol do clube será eliminado em dois campeonatos, Libertadores e Copa do Brasil, e não sairá mais da zona do rebaixamento.

Se escrever isto, no começo do ano, era motivo para gargalhadas, e para chamar o colunista de lunático, como ocorreu, agora é a mais cristalina expressão da verdade. Como dito, a demissão de Paulo Souza, em ato único, não resolveria todos os problemas. Mas significaria o ponto de partida para várias modificações: o fim de experiências alucinantes, de times alternativos e a adoção de um padrão de jogo que seja suficiente para evitar um provável rebaixamento. Mas seria necessário também que algum cartola reunisse a imprensa e dissesse em alto e bom som: 2019-21 acabou. Não existe mais!

Só assim o torcedor poderia cair na real. E, no entanto, se a demissão do treinador, e as providências urgentes, só começarem depois das eliminações previstas, e de uma queda acentuada no buraco do Z-4 no Brasileiro, voltaremos aos tempos dos vexames em série e da pobreza generalizada, ainda presentes no imaginário de muitos, que tremem só de pensar em tal possibilidade.

Apesar de tudo, ainda há tempo para salvar a pátria, caso os dirigentes e torcedores esqueçam a arrogância e as vitórias de um período recente e mágico, para trabalhar de forma pragmática, sem títulos, mas também sem as decepções que estão muito próximas.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10.

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