Problemas logísticos fazem clubes ingleses terem falta de camisas da nova temporada para vender | OneFootball

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·25 de julho de 2022

Problemas logísticos fazem clubes ingleses terem falta de camisas da nova temporada para vender

Imagem do artigo:Problemas logísticos fazem clubes ingleses terem falta de camisas da nova temporada para vender

Menos da metade dos 92 clubes ingleses que estão nas quatro primeiras divisões do país tem seus uniformes titulares e reservas da atual temporada, 2022/23, à venda em seus sites e lojas. Um grave problema na cadeia de produção fez com que muitos clubes ficassem sem ao menos um dos seus uniformes, o titular ou o reserva, e em alguns casos, nem um dos dois. O problema tem a ver ainda com a pandemia de Covid-19 e com a centralização da produção em mercados como a China, que viveu diversos lockdowns desde que a pandemia começou.

Apenas 44 dos 92 clubes das primeiras divisões tem seus dois uniformes da temporada 2022/23 à venda, segundo a BBC. De todos os 92 clubes, 44 têm seus dois uniformes à venda; 22 têm apenas seu uniforme titular disponível; 7 têm apenas o uniforme reserva; 19 não tem nenhum dos dois à venda.


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A situação é mais grave do que apenas não ter o uniforme para vender. Em alguns casos, os clubes não têm o uniforme sequer para jogar. É o caso de Sheffield United, Derby County, Shrewsbury Town e Cardiff City, que ainda estão com problemas para ter seus uniformes disponíveis, algo que já apareceu na pré-temporada. E a temporada da English Football League (entidade que organiza a segunda, terceira e quarta divisão inglesa) começa já no fim de semana.

“A razão por que muitos clubes estão atrasados no momento é que o uniforme, se não é fabricado na China, ao menos parte do tecido vem da China”, afirmou o ex-diretor administrativo da varejista Mitre, Carl Davies, atualmente CEO da Perry Ellis Europe, outra varejista, ao Athletic. “A China esteve em lockdown. Os uniformes de futebol são feitos de poliéster e os detalhes e o escudo são normalmente feitos com outro tecido, como algodão. A maior área de fabricação de poliéster é a China. A segunda é o Vietnã”.

“É onde está a maior produção de uniformes de futebol. O Vietnã estava em lockdown na maior parte de 2021 até setembro, então nenhuma produção estava acontecendo e houve um efeito dominó. Então a China ficou em lockdown até relativamente pouco tempo, até as últimas quatro semanas. É a mesma para muitas marcas”.

Segundo um executivo de um clube da EFL com quem a BBC falou, os designs dos uniformes do seu clube foram decididos em outubro de 2021 e os pedidos feitos em seguida. Apesar disso, nem o uniforme principal e nem o reserva foram entregues nas lojas e muito da razão é pelos problemas nas fábricas na Ásia.

“Nós podemos gerenciar o nosso fluxo de caixa, mas irá impactar no fluxo de caixa de alguns clubes, tenho certeza, porque julho é um mês em que não há muito dinheiro entrando no negócio”, afirmou o executivo. “Quando estamos em uma posição em que isso não causou nenhum desastre para nós. Mas para alguns clubes, imagino que seja muito difícil”.

A Adidas, que fabrica os uniformes do Leeds United, um dos clubes que não tem seus uniformes disponíveis para vendas, se justificou. “Como muitas outras indústrias, continuamos sendo confrontados com capacidades portuárias e de transporte limitadas. Entendemos a frustração sentida pelos torcedores no momento e trabalhamos em colaboração próxima com os clubes parceiros para encontrar a melhor solução para entregar o produto o mais rápido possível”, disse a fabricante alemã.

Em termos financeiros, isso vai impactar pouco os clubes, especialmente os maiores, porque a maioria deles têm acordos que recebem um valor fixo do fabricante de uniformes.

O Bradford, clube que é da quarta divisão inglesa, já está na fase de fazer o pedido do uniforme da próxima temporada, antecipando em alguns meses. Os processos logísticos mudaram na pandemia e fez com que tudo tivesse que ser feito com mais antecedência. Ryan Sparks, executivo-chefe do Bradford, viajou até a Itália, onde fica a sede da Macron. Normalmente a viagem seria feita só depois do início da temporada para começar o processo da próxima camisa. Desta vez, ele vai para finalizar.

“Fui para finalizar os designs da temporada 2023/24. O plano é fazer o pedido até o fim do mês e, assim, esperamos garantir a entrega para abril ou maio”, conta o executivo ao Athletic. “No passado, fazíamos o pedido em novembro ou dezembro depois de trabalhar na ideia por alguns meses. Mas isso era antes da Covid. Ainda é um grande problema, com muitas fábricas ficando fechadas durante uma janela crucial de produção”.

“A entrega também é mais difícil. Não tenho certeza do número de empresas que faliram, mas a entrega está certamente demorando mais do que antes. Nossos uniformes vêm da China, então pareceu prudente fazer os pedidos para a próxima temporada mais cedo. Os torcedores amam ter a sua camisa no verão (o verão europeu, em julho e agosto, que é também a data da pré-temporada). Não queremos que eles tenham que esperar”.

O Bradford se preocupa porque para times menores, a receita de camisas depende basicamente das vendas. Ao contrário dos maiores clubes, que recebem fatias fixas grandes e comissões pequenas, como 7%, sendo que alguns só recebem o valor fixo, para os clubes menores a fatia fixa é normalmente pequena e as vendas é que compensam.

Os casos mais graves devem receber ao menos um suprimento suficiente para os jogadores usarem. A maioria dos clubes já está com isso, ao menos, garantido, mas esperam que esse problema logístico esteja resolvido nas próximas semanas, com a empolgação do início de temporada ainda vigente. Os clubes também esperam que tudo esteja normalizado no fim do ano, quando as vendas entre Black Friday e Natal impulsionam as receitas.

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