Gazeta Esportiva.com
·12 de março de 2024
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O presidente do Sport, Yuri Romão, não aceitou a punição imposta pelo STJD ao Leão por conta do atentado contra o ônibus do Fortaleza. Em vídeo publicado pelo time pernambucano nas redes sociais, o mandatário repudiou a sentença e afirmou que o clube não deve ser culpado pelo ocorrido.
“O Sport não aceita essa punição, pois não nos sentimos responsáveis por essa ação. Em nenhum momento o Sport deixou de cumprir com todas as exigências que a lei geral do esporte e o estatuto do torcedor exige, em uma partida do tamanho que foi entre Sport e Fortaleza. Não é possível que, após 20 dias do ocorrido, ainda não temos nenhum punido, ou seja, os verdadeiros criminosos continuam soltos e rindo do STJD porque não foram punidos. O Sport Clube do Recife vai recorrer a essa sentença. Nós não aceitaremos em hipótese alguma qualquer punição em relação a isso. Vamos lutar até o fim pela mudança da legislação onde punam-se os verdadeiros criminosos”, disse.
Em julgamento, que aconteceu nesta terça-feira, o STJD impôs ao Sport a realização de oito jogos da equipe como mandante com portões vazios e uma multa de R$80 mil reais.
O atentado ocorreu após o empate entre o Sport e o Fortaleza pela Copa do Nordeste, em Recife. O ônibus da equipe cearense foi atacado por um grupo de torcedores do time pernambucano, e seis jogadores ficaram feridos.
Além da declaração de Yuri Romão, o Sport divulgou também uma nota oficial reforçando que não aceita a punição imposta pelo STJD. O clube reafirmou que os verdadeiros culpados devem ser punidos, e não os clubes. Confira a nota:
“O Sport Club do Recife se posiciona contrário a punição imposta pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na manhã desta terça-feira (12). A vice-presidência jurídica do Rubro-negro vai recorrer dessa decisão descabida e injusta.
Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça.
Pelo contrário. Esse tipo de punição coletiva, na verdade, atinge milhões de torcedores inocentes e instituições com centenas de trabalhadores, profissionais e prestadores de serviço, deixando justamente o caminho livre para os verdadeiros criminosos cometerem atos de covardia e violência, como aconteceu no dia 22 de fevereiro. Criminosos que continuam soltos por aí, sem nenhuma responsabilidade dos atos e que seguem aterrorizando a todos que vivem o futebol brasileiro, independente de time, cidade ou Estado. O Sport não pode ser responsabilizado por isso!
Punir uma instituição que não tem nenhuma relação com a torcida organizada, que cumpriu com todas as orientações de segurança e que não tem nenhum poder de Estado para coibir bandidos pela cidade não é fazer justiça. É querer mostrar serviço sem atentar para o verdadeiro problema. A punição, além de não resolver, acoberta e tira o foco e a pressão de se investigar os culpados e as organizações criminosas por trás dos atos.
Não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério. Estamos vivendo um problema social e não desportivo. Uma crise de segurança pública, de norte a sul, rodada após rodada. É preciso entender e levar a sério a complexidade do tema. Cobrar atitude dos órgãos responsáveis. Afinal, nenhum clube do Brasil vai resolver esse grave problema sozinho.
Só com comprometimento total do poder público, responsabilidade, rigidez e cooperação dos serviços de inteligência é que vamos avançar.”