Presidente da Federação defende acordo com Arábia Saudita e diz que “grupo mafioso” está por trás dos vazamentos | OneFootball

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Trivela

·20 de abril de 2022

Presidente da Federação defende acordo com Arábia Saudita e diz que “grupo mafioso” está por trás dos vazamentos

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O presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, disse que levou o pedido de Gerard Piqué, com quem trabalhava para vender a Supercopa da Espanha à Arábia Saudita, para jogar a Olimpíada de Tóquio ao técnico Luis de la Fuente e acha hipócrita que haja um debate ético em torno do conteúdo dos áudios vazados ao jornal El Confidencial porque acusa que eles foram retirados ilegalmente do seu celular.

Rubiales deu uma longa entrevista coletiva no terceiro dia de publicações do El Confidencial. Os novos áudios mostram que Piqué, logo depois da classificação do time sub-21, pediu para que o dirigente intercedesse a seu favor para que disputasse os Jogos. Tentou marcar uma reunião entre os três e inclusive pediu para que a conversa ficasse em segredo. As negociações com a Arábia Saudita estavam em andamento.


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No começo da semana, o jornal publicou que a empresa de Piqué, a Kosmos, apresentou o governo da Arábia Saudita à Federação Espanhola e ajudou a fechar um acordo de € 40 milhões por edição para que a Supercopa da Espanha fosse disputada naquele país, recebendo uma comissão de 10%. O zagueiro afirmou em uma entrevista coletiva pelo Twitch que foi tudo legal e que não há nenhum tipo de conflito de interesse.

Piqué não foi convocado para Tóquio. “Como apareceu outro que me pediu também e não era Piqué. Falei com De la Fuente sobre ele e de muitos outros. Disse que haviam me ligado, esse e aquele, que você toma as decisões que tem que tomar. Depois Luis tomou outra decisão. Não é o único jogador que me pediu. É melhor que não me liguem porque quem me ligou não foi”, disse Rubiales.

“Não foi apenas Piqué. Eu escutei e falei com o treinador: ‘esse e aquele me ligaram’. ‘Muito obrigado, Luis, farei o que considerar melhor’. E foi o que ele fez. Muito orgulhoso do papel da seleção e dos jogadores que levou”, acrescentou.

Outra informação publicada pelo El Confidencial nesta quarta-feira é que havia uma outra proposta, do Catar, de € 33 milhões, sem penalização caso Barcelona e Real Madrid não se classificassem e com um acréscimo de 3% por ano a partir da quarta temporada – e sem comissão para Piqué.

“O acordo do Catar tinha uma quantidade bruta inferior à que temos agora da Arábia. Era inferior em termos absolutos, mas além disso o acordo incluía os direitos de imagem da Ásia, e eles não estão inclusos no (acordo) da Arábia Saudita. Em termos absolutos era menor, mas também em termos relativos era inferior”, explicou.

Segundo Rubiales, o acordo ratificado pela assembleia é totalmente legal e, no plano da ética e da moral, cada um tem a sua. “Na Federação Espanhola, não nos orientamos pela ética do diretor de comunicação, do secretário ou do presidente. Temos três filtros e (o acordo) passou pelos três. Em relação a Piqué: sempre lutei para que os jogadores não se aposentam com 30-35 anos e façam mais nada. Espero que cada vez mais haja jogadores como Piqué que tem outras atividades”, disse.

“Temos responsáveis por boa governança que nos disseram: se a relação é da Arábia com a Kosmos, não há nenhum conflito de jurisdição aqui. E se nosso órgão nos disse isso, não há mais nada. Estamos falando de um debate ético, quando a informação foi roubada daqui (aponta ao celular). Não temos nenhuma relação econômica com Piqué, não há nenhum problema com o código ético. Não existe uma relação econômica entre a Kosmos e a Federação Espanhola”, reforçou.

E Piqué, foi ético? “A pergunta não é essa. Se um intermediário trabalha e cobra 10% de todas as partes, está dentro do mercado? Sim. Foi ele quem nos apresentou esse parceiro e negociou a possibilidade com esse parceiro. Se quando ele trabalha com La Liga pode cobrar 10% e não pode fazê-lo quando trabalha com o governo da Arábia Saudita, é um problema do governo da Arábia Saudita. Estamos encantados que a Kosmos nos trouxe esta possibilidade, magnifica para o futebol espanhol. Não é por seis anos como se publicou, mas por dez anos. Salvou muitos clubes pequenos”, disse.

Sobre o roubo de informações, Rubiales disse que é o trabalho de uma máfia e que não se surpreenderia se colocassem um pacote de cocaína em seu carro porque está claro que estão atrás dele. “Não parece uma ação da máfia que eles tenham roubado isso de mim com o interesse de vender à imprensa e prejudicar minha imagem e colocar áudios e não as respostas? Isso é uma máfia. Acho que não vou parar em uma vala com um tiro na nuca, mas por que não com um saco de cocaína no carro?”, encerrou.

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