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·22 de janeiro de 2021

“Por que eu virei torcedora do… Manchester City”

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Um sorteio me fez entrar em um avião pela primeira vez na vida e pude conhecer outro país e assistir a uma partida do time que eu torço. Mas antes de entrar nessa história, preciso ir para o começo dela.

Meu nome é Kamila e minha história de como virei torcedora do Manchester City começou através de pesquisas por clubes europeus no Facebook, até então só de curiosidade mesmo. Passava campeonato italiano e Premier League na RedeTV! e foi dessas transmissões que surgiu meu interesse pelo futebol internacional.


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Tenho dois irmãos que simpatizam com o Manchester United, então este já estava fora de cogitação porque queria um time só para mim. Já os clubes de Londres não me despertaram nenhuma simpatia, assim como os de Liverpool. Até que parei na página do City e uma imagem me chamou a atenção. Era uma foto de um grupo de mulheres perfiladas usando uniformes do clube. Não só isso. Era uma foto do Manchester City Women.

O mais perto de influência de futebol que tive em casa foi através do meu avô materno, que assistia religiosamente a rodada de domingo para ter assunto no trabalho no dia seguinte. Mas até então se restringia ao futebol nacional masculino – meu avô palmeirense, eu corinthiana – e só. Meu avô influenciou minha mãe, já meu pai detesta o esporte. Então meu avô era o mais perto de um torcedor de futebol que eu conhecia. Como disse, apenas masculino.

O futebol feminino que chegava para mim era através daqueles torneios de fim de ano no Pacaembu que a Band transmitia e o saudoso Luciano do Valle narrava. Mas ali eram torneios de seleções. Na minha cabeça de criança e depois adolescente sem acesso à internet, não existia futebol feminino de clubes. Até que vi aquela foto no Facebook do Manchester City.

A primeira vez que realmente prestei atenção no City foi nos anos de 2014, 2015 por aí. Então, com meu inglês “pobre”, fui lendo poucas informações, como contratações e resultados de jogos, por exemplo.

Hoje temos o serviço FA Player para assistir a todos os jogos da Women Super League. Mas não era assim em 2015. Os torcedores e torcedoras dependiam de links de transmissão piratas ou da boa vontade do clube em liberar uma transmissão via Facebook. Foi pela rede social que eu assisti ao jogo do título da WSL em 2016.

Enquanto eu conhecia o City, eu também conheci no Twitter o João Hugo, que tinha uma página em português que trazia informações sobre o clube. Então, oficialmente desde abril de 2015, eu passei a fazer parte da então “Manchester City Brazil”, hoje The Citizens Brasil.

Para alguns, 2015 foi logo ali (às vezes penso que foi mesmo) mas acompanhei tanta coisa desse time que eu realmente não sei como seria se eu não tivesse fuçado o Facebook naquele dia.

Eu não sei como seria minha vida sem futebol feminino e sem o Manchester City, pois este time preencheu uma lacuna que nem mesmo o Corinthians pôde preencher àquela época. O Corinthians só viria a ter time feminino em 2016 em parceria com o Osasco Audax, mas só passei a ter interesse mesmo quando foi anunciado o fim da mesma, no fim de 2017.

Olha, o City me deu muitas coisas. Melhorou meu inglês (cheguei a começar um curso de inglês, mas a pandemia me obrigou a abandoná-lo) e até mesmo me trouxe amigos do outro lado do continente.

Em dezembro de 2019, ganhei um sorteio no evento do City no Museu do Futebol e fui para Manchester ver City x Leicester. Foi a experiência mais incrível da minha vida! Ah, o placar foi uma das poucas coisas que acertei na vida.

Foram cinco dias de uma experiência única. Nunca tinha viajado de avião, então posso dizer que estreei em grande estilo. Para quem está acostumada com o calor, chegar em Manchester e receber uma rajada de vento na cara foi estranho.

A cidade é muito bonita e aproveitei para visitar o Museu do Futebol e, bom, todas as palavras da língua portuguesa não são suficientes para descrever aquele lugar. Fiquei hospedada primeiro em um hotel e depois no CFA, bem em frente ao Academy Stadium.

Fiz o tour do City e apesar de eu não ter conseguido visitar o museu do clube, tive a oportunidade de pisar no gramado do Etihad e posar com as taças! O prato Fish and Chips do O’Malley’s é melhor que o de Manchester e o Nando’s foi a melhor sugestão de restaurante que recebi lá.

Assisti àquele jogaço, encontrei alguns amigos que conheci no Twitter após uns cinco anos conversando pela internet e, de quebra, graças ao guia que me acompanhou durante todo o passeio, tenho uma foto com a Steph Houghton! Indescritível.

Algumas pessoas já me perguntaram se eu gosto mais do time masculino ou do feminino. Então, vou responder aqui e espero não ouvir mais essa pergunta. Eu sou torcedora do Manchester City. Comemoro e passo raiva na mesma medida.

É claro que se não fosse por aquela foto da equipe feminina talvez eu não tivesse escolhido este time, mas não posso deixar de dizer que o Women foi o fator determinante para eu virar torcedora do Manchester City.

por Kamila Villarreal (@Kami_Villarreal)

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