PJ envolvida em escândalo de doping ligado ao FC Porto | OneFootball

O Ministério Público acusou um inspetor da Polícia Judiciária de colaborar com Adriano Quintanilha, antigo líder da equipa de ciclismo W52-FC Porto, no sentido de encobrir o alegado esquema de doping desvendado pela Operação Prova Limpa, em abril de 2022.

De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, Quintanilha e o inspetor criaram um falso Código de Conduta, com data anterior às buscas, para tentar ilibar o empresário e a Associação Calvário Várzea – que presidia – de qualquer responsabilidade nas práticas dopantes em investigação. O documento, datado de janeiro de 2022, foi entregue ao diretor desportivo, Nuno Ribeiro, e aos ciclistas, com o objetivo de ser assinado mesmo sabendo que a data não correspondia à verdade.

O plano, segundo o MP, visava demonstrar que Quintanilha e a associação desconheciam por completo as práticas ilegais, tentando assim evitar repercussões penais, disciplinares e contraordenacionais. Um dos ciclistas só terá assinado o documento sob ameaça de não receber o ordenado.

Adriano Quintanilha, de 72 anos, e o inspetor da PJ, de 56, estão acusados de falsificação de documento, sendo que o inspetor responde ainda por favorecimento pessoal e Quintanilha por coação.

A acusação acrescenta que o inspetor partilhava uma “forte ligação emocional” com a equipa e decidiu colaborar ativamente no plano para tentar salvaguardar os interesses do amigo e do clube.