Pia Sundhage exalta poder de reação da Seleção Feminina contra a Venezuela | OneFootball

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·29 de novembro de 2021

Pia Sundhage exalta poder de reação da Seleção Feminina contra a Venezuela

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A construção da goleada da Seleção Brasileira contra a Venezuela neste domingo (28), pelo Torneio Internacional de Manaus, deu motivos para que a treinadora Pia Sundhage possa se orgulhar. O principal deles foi a capacidade de reagir após sair atrás no placar, cedendo um gol logo nos minutos iniciais. Em coletiva concedida após a partida, a técnica lembrou que a equipe já tinha demonstrado essa capacidade contra a Austrália, em outubro, empatando o jogo após começar perdendo por 2x0.

“Tomamos um gol, o que eu não gosto. Mas nós nos recuperamos, e fizemos isso em bolas paradas, algo que vínhamos trabalhando bastante. No intervalo, eu disse a elas o quanto isso é importante. Se nós soubermos que podemos marcar gols — e nós temos marcado alguns bem bonitos —, isso te dá mais confiança mesmo quando não estivermos jogando bem ou estivermos atrás no placar, e isso tem me deixado bastante satisfeita. Ter esse poder de reação é ótimo”, elogiou, apontando que a variação de esquemas é algo que pretende desenvolver mais a fundo.


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“Quanto à parte tática, há duas coisas que me deixaram satisfeita. Uma foi comprovar o quanto é importante que as quatro meias, independentemente da posição, consigam achar um ritmo. Caso contrário, a linha defensiva ficará sobrecarregada. Quando encontramos essas meias, nos saímos melhor, porque temos duas atacantes interessantes. A segunda é que tentamos sair do 4-4-2 para o 4-3-3… pelo menos tentamos, mas podemos melhorar nisso. Isso pode ser um dos trabalhos táticos que teremos no futuro”, disse.

Segundo jogo da Seleção Feminina Principal pelo Torneio Internacional de Futebol Feminino: Brasil x Venezuela Créditos: Thais Magalhães/CBF

Desde que assumiu a Canarinho, Pia adotou como prioridade a compactação defensiva. Neste momento de renovação da equipe, porém, ela ressalta que as jogadoras ainda não têm tanto entrosamento, o que pode prejudicar esse desempenho.

“Trabalhamos bastante nosso sistema defensivo e, geralmente, somos bem sólidas. É muito importante ser um time coeso, especialmente do jeito que queremos defender. Hoje, acho que muitas atletas da Venezuela complicaram as coisas para nós. No geral, podíamos ter sido mais compactas e imposto um pouco mais de pressão a elas. Mas, como sabemos, se você joga com alguém por muitos anos ou em muitas partidas, você fica mais segura e confiante de que vai roubar a bola. Começamos com um time muito modificado, então é compreensível que não tenhamos sido tão coesas”, disse, destacando a importância de dar minutos em campo para todo o grupo.

“Precisamos lembrar que essas jogadoras são muito jovens, que não jogaram ou treinaram tantas vezes juntas; então, para mudar algumas coisas, precisamos tentar coisas diferentes, e isso é algo importante: acreditar em quem quer que esteja jogando. Se na Copa América, por exemplo, alguém se cansar ou não estiver muito bem na partida, precisamos ter opções no banco e, se quisermos ter um banco com jogadoras mais experientes, elas precisam jogar. Com as novas jogadoras que estão entrando, precisamos ter paciência, porque, caso contrário, teremos apenas as mesmas jogadoras de sempre, e não é isso que vocês verão na Copa América”, afirmou.

Análise da partida

A treinadora também elogiou a equipe da Venezuela. Para Pia, além de criar dificuldades à construção coletiva do ataque brasileiro e roubar muitas bolas, as adversárias deste domingo também tinham a habilidade de manter a posse.

“No jogo de hoje, em relação a essa compactação, nós perdemos a bola com muita frequência, mas eu dou crédito à Venezuela. Precisamos levar em consideração o quanto elas eram rápidas para marcar sob pressão e como elas ficavam tranquilas com a bola, pois têm jogadoras muito técnicas, quando analisarmos nossa perda de posse. Uma coisa em que podemos ir muito melhor é penetrar por trás da linha defensiva delas. Temos margem para melhora nesse aspecto”, avaliou, apontando também a redução de oportunidades criadas pelo Brasil em comparação à partida contra a Índia.

“Acho que não tivemos a chance de estabelecer o ataque e encontrar o passe final no último terço do campo como tivemos no último jogo, por exemplo. Isso significa que, nos momentos em que poderíamos ter tido a oportunidade de um passe final, não tivemos tanto tempo ou tantas jogadoras disponíveis. Poderíamos ter desafiado a linha um pouco melhor, mas nós perdemos a posse de bola. E isso não é sobre carregar a bola, mas sobre a movimentação sem ela, e isso provavelmente é um ponto de interrogação para muitas jogadoras. Se nós melhorarmos isso, criaremos mais chances e jogaremos melhor”, disse.

Segundo jogo da Seleção Feminina Principal pelo Torneio Internacional de Futebol Feminino: Brasil x Venezuela Créditos: Thais Magalhães/CBF

A técnica destacou o desempenho de Debinha e comemorou o primeiro gol de Gabi Nunes com a Seleção Principal. Para ela, a habilidade individual de Nunes pode ser melhor aproveitada se o jogo coletivo da Amarelinha fluir melhor, especialmente na defesa.

“Debinha é fantástica, tem marcado muitos gols, fez outro hoje e acho que foi nossa melhor jogadora em campo. Ela é dedicada, cobre muitos espaços, corre pelo time todo, é ótima com a bola e faz muitos gols. Ela está ganhando espaço e se tornando cada vez mais importante para o time. Estou muito feliz com sua performance. Já a Gabi tem boa leitura de jogo e vai muito bem na bola aérea, e fico muito feliz que ela tenha marcado um gol. Mas acho que ela poderia ter ido ainda melhor se nós tivéssemos jogado melhor. Como a Marta disse, nós precisamos estar conectadas, e é nisso que estamos trabalhando. Ela seria ainda mais interessante com um time mais sólido por trás”, disse, analisando também a importância da Rainha nesta transição da equipe.

“Marta começou no banco porque não tem treinado muito e chegou à concentração um pouco mais tarde, e eu quero que ela continue saudável. Tivemos muito cuidado com a quantidade de minutos que ela jogaria porque, aqui, ela só participou de um treino. Teve algum tempo em campo hoje e vamos ver o que ela consegue fazer no próximo jogo. Neste momento, ela é muito importante para nós, tanto dentro como fora do campo. Ela fez a diferença hoje vindo do banco”, concluiu.

O Brasil decide o título do Torneio Internacional de Manaus na próxima quarta-feira (1), contra o Chile, às 21h (horário de Brasília). A partida terá transmissão do SporTV.

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