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·12 de outubro de 2020
PH Ganso, o gênio incompreendido, está de parabéns!

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·12 de outubro de 2020
A Coluna Parabéns ao Craque de hoje homenageia o meia Paulo Henrique de Chagas Lima, o Ganso. O Maestro está completando 31 anos de idade nesta segunda-feira (12), e nada mais justo que exaltar a genialidade deste grande ídolo do futebol brasileiro.
Paulo Henrique nasceu no dia 12 de outubro de 1989, no município de Ananindeua, em Belém do Pará. E desde pequeno sempre mostrou uma habilidade com a bola muito acima dos demais. Assim, com seis anos de idade, foi jogar no Tuna Luso, equipe de Futsal da cidade. Em primeiro lugar, qualquer pessoa que entendesse um pouco de futebol e via o menino Ganso encostar na bola, sabia que ele era único. Já dava para enxergar a qualidade imensurável dele.
Com 13 anos de idade, o Maestro ingressou nas categorias de base do Paysandu. Mas ficou pouco tempo por lá, já que um dos treinadores do clube conhecia o grande meia Giovanni, que atuou no Santos e no Barcelona. E ao ver o garoto jogar, o ex-craque do Barça ficou espantado com tamanha habilidade do garoto, e o indicou ao Peixe. Além disso, o levou para São Paulo para realizar testes no time de base e, obviamente, Ganso não decepcionou.
O apelido surgiu de Seu Otávio, roupeiro da equipe sub-20 do Santos na época. Ele costumava chamar os jogadores recém-promovidos de “gansos”. Ou seja, na linguagem futebolística, seriam jogadores ruins ou sem habilidade. Entretanto, Paulo Henrique foi uma exceção, e todo jogo em que o Maestro marcava algum gol, ele sempre dizia ao roupeiro: “Olha aí, o ganso fazendo gol outra vez”. E o apelido acabou ficando…
Primeiramente, após ser bicampeão paulista sub-20 e um dos destaques da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2008, Paulo Henrique foi integrado ao elenco profissional. Mas foi em 2010, o ano em que qualquer amante de futebol parava para ver o Peixe jogar, independente de ser corintiano, são paulino ou palmeirense. Afinal, naquela época ver Ganso e Neymar jogando juntos era a mesma sensação de assistir um filme no cinema ou um show ao vivo. Certamente, o espetáculo era garantido.
Robinho jogou alguns meses com Neymar e Ganso no Santos, mas quem comandava o show era sempre a dupla. Tantos jogadores, na época eram considerados craques por atuarem com eles, e hoje ninguém quer ver no seu time. Por exemplo: André Balada, Wesley e Zé Love.
Com a camisa 10 do Peixe, Ganso conquistou três vezes o Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Libertadores da América e uma Recopa Sul-Americana. Aliás, há quem diga que Diego Ribas é mais ídolo do Peixe que o Ganso.
Em 2012, Ganso fechou com o São Paulo e, já no seu primeiro ano no Tricolor, fez parte da equipe que conquistou a Copa Sul-Americana. Junto com Muricy Ramalho, em 2013, ajudou o Tricolor a escapar da zona do rebaixamento. Assim, com a saída de Jadson, ficou com a camisa 10.
No ano seguinte, em 2014, ao lado de Kaká, Michel Bastos, Alexandre Pato, Alan Kardec e Luís Fabiano, Ganso formou um esquadrão fortíssimo no ataque tricolor, mas apesar de ser eleito o Bola de Prata, ou seja: um dos melhores jogadores do Campeonato Brasileiro, o São Paulo ficou com a vice colocação do nacional.
Já em 2016, graças ao desempenho do meia, a equipe comandada por Edgardo Bauza estava jogando muito bem e, certamente, era um dos favoritos a conquistar a Libertadores. Naquele ano, a verdade é que o craque estava “comendo a bola”. Mas, por uma injustiça dos deuses do futebol, uma semana antes da semifinal contra o Nacional de Medelín, Ganso se lesionou em uma partida do Brasileirão e soltou aquelas duas palavras que todo são-paulino chora ao se lembrar: “tô fora”.
Muitas pessoas afirmam que Jorge Sampaoli é um treinador espetacular, mas não conseguiu tirar vantagem de ter um gênio no seu elenco. Já provou isso duas vezes: no Sevilla, ao pedir a contratação de Ganso e não pode o colocar para jogar, e segundo o meia, sem dar uma explicação sequer. E na Copa do Mundo de 2018, quando não conseguiu montar uma seleção digna, mesmo com grandes craques como, Di María, Kun Aguero e Dybala. Além de Lionel Messi.
Não tinha muito o que Ganso fazer no Amiens, já que o time francês é considerado um dos mais fracos campeonato nacional. Ou seja, a decisão de voltar a Brasil foi a melhor já feita. No Tricolor das Laranjeiras, Ganso ainda não se firmou, todavia, nas redes sociais podemos ver vários torcedores pedindo a titularidade do meia.
Talvez uma das maiores injustiças da história do futebol foi a não convocação de Paulo Henrique Ganso para a Copa do Mundo de 2010. Naquele ano, Dunga optou por Júlio Baptista e Kléberson, que, sinceramente, não jogaram 30% do que o Ganso jogou nessa temporada. Por incompetência do treinador, o Brasil foi eliminado precocemente da Copa, ao cair nas quartas de final para a Holanda.
Com Mano Menezes, Ganso chegou a vestir a camisa 10 da amarelinha e fez ótimos amistosos, além de disputar a Copa América de 2011. Mas após a lesão no joelho, o meia não conseguiu manter a titularidade, e ficou no banco nas Olimpíadas de Londres em 2012. Ele voltou a ser convocado para seleção em 2016, na disputa da Copa América Centenário, nos Estados Unidos. Mas não chegou a entrar em campo.
Em 2014, no programa “Bem Amigos”, Ceni não poupou elogios a Paulo Henrique Ganso. Segundo o ex-goleiro, é o meio-campista mais talentoso que viu jogar em toda sua carreira.
Em uma palestra na Brasil Futebol Expo, Luxa criticou treinadores que mandavam Ganso marcar. Segundo ele, qualquer jogador pode ajudar na marcação, mas pouquíssimos enxergam o jogo como o Ganso. Porque ele é gênio.
O treinador multicampeão já trabalhou com Ganso duas vezes: no Santos, entre 2011-2012, e no São Paulo, em 2013-2015. E já deixou claro que Ganso, é um jogador que não existe mais no futebol atual. Além de o comparar com Ademir da Guia e Rivellino. E juntamente com Luxa, também chamou o meia de gênio.
O Doutor nunca escondeu que era fã do meia e chegou até a afirmar que o Maestro era melhor que ele. Mas após a derrota do Santos por 4 x 0 para o Barcelona na final do Mundial de Clubes, o jornalista Jorge Kajuru mostrou um vídeo de Sócrates dizendo que se fosse diretor de um clube que tivesse o Ganso, não negociaria ele por preço algum, porque, novamente, ele é GÊNIO.
Primeiramente, o melhor meia que vi jogar em toda minha vida chama-se Paulo Henrique Ganso. Merece mais respeito pela história que construiu e, sem dúvida nenhuma, ele é a maior prova de que justiça do futebol não existe. O craque completa hoje 31 anos de idade, justamente em outubro, mês em que Ibrahimović, Careca, Bobby Charlton, Falcão, Garrincha, Wayne Rooney, Van Basten, Diego Maradona e Pelé também nasceram. E, tranquilamente, por sua habilidade e grandeza, Ganso está no patamar desses históricos craques. Definitivamente torcedor pode ser resultadista, todavia, o futebol não. Feliz Aniversário, PAULO HENRIQUE GANSO!
Foto destaque: Reprodução/Matheus Jushiro/FNV