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·08 de abril de 2025

Petraglia comenta processo ao Corinthians: “clubes vigaristas”

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Que outro cartola do futebol brasileiro definiria um processo a outro clube por atrasos de pagamento na compra de um jogador como “vigarice”? Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Administrativo do Athletico, destacou à Trétis que “clubes vigaristas compram jogadores e não pagam ninguém”, quando se referia ao Corinthians, pelo não pagamento na compra de Alex Santana.

O Furacão cobra na justiça R$12.372.576 pelo não pagamento de duas, das três parcelas definidas no contrato de venda do volante. A notícia foi antecipada pelo jornal OGlobo e a Trétis teve acesso ao documento na íntegra (veja detalhes ao longo da reportagem).


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Em contato, Petraglia destacou também que a possibilidade da instauração do fair play financeiro no Brasil, que impediria que clubes gastassem mais do que arrecadam e, portanto, acabaria com as dívidas astronômicas que regem o esporte no país, só existirá quando clubes formarem a Liga brasileira.

Hoje, dois grupos disputam o poder pela gestão do futebol: a LiBra e a Liga Forte União, da qual o Athletico faz parte e foi um dos mais envolvidos na criação. Quando resolvida a disputa e unificada uma liga, serão definidos em estatuto os limites do gasto de dinheiro pelos clubes, garante o presidente atleticano. “Fora disso, dependemos da CBF”, completa.

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Ednaldo Rodrigues foi reeleito presidente da CBF por unanimidade. Foto: Rafael Ribeiro\CBF

A situação é contraditória. Petraglia trata a CBF (Confederação brasileira de futebol) como um robusto muro, pelo qual nenhuma evolução passará no futebol brasileiro, mas votou, com o Athletico, pela reeleição de Ednaldo Rodrigues, atual mandatário e recolocado em seu posto por unanimidade.

Questionado, o presidente justificou que voto contrário de nada adiantaria: “Ele já tinha garantido a eleição, chapa única e vários clubes informaram a imprensa de seu apoio! Ficar de fora seria suicídio! Já pagamos um preço alto por brigar com a CBF do Ricardo Teixeira e a Globo em 1997!”

Processo do Athletico ao Corinthians: o que vai acontecer?

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Alex Santana esteve por duas temporadas no Athletico. Foto: Athletico

Segundo o Furacão, o valor da dívida do Corinthians está em 1,8 milhão de euros, 90% do do que foi negociado no início de 2024. O alvinegro paulista arcou com 200 mil euros, no que se referia à primeira parcela, mas não com as outras duas previstas, cada uma no valor de 900 mil euros, veja panorama:

  • Segunda parcela: 900 mil euros (R$5,5M na cotação da época, fixada em contrato)
  • Terceira e última parcela: 900 mil euros
  • Multa: taxa de juros de 1% ao mês sobre as duas parcelas
  • Mínimo de 10% do valor total em honorários advocatícios

A segunda parcela deveria ter sido paga ao Athletico em 31 de janeiro deste ano, segundo documento assinado por Márcio Lara (diretor financeiro), Rodrigo Gama Monteiro (então diretor jurídico), Augusto Melo (presidente do Corinthians) e Alex Santana, além de duas testemunhas. A terceira venceu em 12 de fevereiro, antecipadamente pelo atraso na primeira.

O Athletico enviou três e-mails para lembrar o Corinthians do pagamento, em 31 de janeiro, 3 de fevereiro e 11 de fevereiro. Neles estavam marcados o presidente Augusto Melo, o diretor de futebol Fabinho Soldado e o coordenador administrativo José Carlos de Freitas Junior. Sem respostas.

Duas notificações extrajudiciais foram encaminhadas, em 11 e 28 de fevereiro, para os mesmos e-mails, além de incluir o advogado de contratos do clube paulista, Fábio Sader. O Athletico permaneceu sem nenhum retorno.

Documento de venda dos direitos previa que possível disputa fosse resolvida ou na justiça comum, ou na Câmara Nacional de Resolução de Disputas. O Furacão optou pela primeira opção e caso será julgado por Fábio Luis Decossau Machado, da décima vara cível de Curitiba, ainda sem data definida. O Corinthians, até a publicação desta reportagem, não designou advogado.

Caso o Corinthians não pague, o Athletico solicita o bloqueio do dinheiro que o clube paulista tem a receber da Liga Forte União e da TV Record, pela venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, além do dinheiro da venda de anúncios em placas de publicidade nos jogos como mandante.

A reportagem entrou em contato com o departamento de comunicação corintiano sobre o tema, mas ainda não teve respostas.

Alex Santana foi vendido pelo valor de R$12,3 milhões. Pouco mais de um ano depois, o Athletico recebeu R$0.2 milhões.

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