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Nosso Palestra

·24 de maio de 2022

Penalidade máxima: estudo e concentração

Imagem do artigo:Penalidade máxima: estudo e concentração

Quando soa o apito e o árbitro aponta para a marca do pênalti diversas emoções explodem nos corações de jogadores e torcedores. Aqueles que têm a penalidade a seu favor se sentem invadidos por um misto de alegria e ansiedade, pois o gol está mais próximo. Já os condenados com a pena capital experimentam uma enorme apreensão e medo, pois a chance de sofrer um gol é enorme.

A penalidade é um ponto extremo do futebol e, ao longo dos anos, foi responsável por grandes momentos na história do esporte, seja com cobranças convertidas ou oportunidades desperdiçadas. Nas grandes competições, como a Copa do Mundo, a Champions League ou a Copa Libertadores, é por meio de uma disputa de pênaltis que se define o ganhador de uma partida que termina empatada.


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A história do futebol brasileiro está intimamente ligada às penalidades. A seleção brasileira foi tetracampeã mundial após uma disputa de pênaltis, mas não qualquer uma, foi a primeira vez que a Copa do Mundo foi decidida dessa forma. O lance em questão é uma doce memória: Roberto Baggio, craque máximo da Itália, tinha em seus ombros a responsabilidade de manter sua seleção viva, após 2 cobranças desperdiçadas por seus companheiros. Baggio respirou fundo, tomou distância, correu e bateu com força, porém, sem direção. A bola subiu muito, passou por cima do travessão e o Brasil se sagrou campeão mundial em solo estadunidense.

Um velho chavão futebolístico diz que “pênalti é loteria”, evocando uma certa imprevisibilidade nas cobranças. No entanto, existem treinamentos, estudos e, até mesmo, livros sobre o tema, para tirar o acaso de campo e colocar ciência em seu lugar. O economista Chris Anderson foi uma das pessoas que trouxe luz ao assunto. No livro “Os números do jogo: por que tudo que você sabe sobre futebol está errado”, Anderson traz uma série de estatísticas que mostram como as penalidades máximas são fundamentais no futebol e indica que as chances de converter um pênalti são de 68,9%. No estudo, o economista também revela um dado assustador: quando o jogador tem que marcar o gol para não ser eliminado ou perder o título, o índice de acerto cai para 14,2%.

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Na hora decisiva, batedor e goleiro compartilham a tensão do momento, a pressão pelo êxito e a necessidade de manter o nível de concentração, algo muito relevante na maioria dos esportes, tanto físicos como mentais. Como os golfistas que precisam escolher o taco certo e ler bem a próxima jogada, os profissionais de poker que necessitam ter em mente uma imensa variedade de mãos de poker, de royal flush a par, e as possibilidades dos outros adversários, ou jogadores de xadrez que têm o desafio de analisar o tabuleiro para imaginar os próximos movimentos e tirar o máximo proveito de suas peças. Seja qual for o caso, concentração e foco são sempre fundamentais.

E no momento decisivo, as estratégias são muitas. Existem jogadores que entram em um estado de total mindfulness e, aparentemente, conseguem criar uma ilha de paz mesmo estando dentro de um estádio lotado, outros gostam de provocar o goleiro e dizer onde vão bater e ainda têm aqueles times que fazem uma verdadeira operação de guerra para proteger o cobrador e evitar que a equipe rival o desestabilize nesse momento chave. Os treinos e a repetição também favorecem os cobradores. É na base dos treinamentos que Raphael Veiga, meio-campista do Palmeiras e com 100% de aproveitamento nos pênaltis, consegue vencer os goleiros.

Por parte dos arqueiros, que têm a árdua missão de evitar o gol, as artimanhas existem, porém, o que dá resultado mesmo são os estudos. Algo já rotineiro são os “manuais” que eles recebem sobre os principais batedores do adversário, um estudo que fica ainda mais detalhado em competições “mata-mata”.

Mas a pergunta que fica é: existe uma fórmula secreta para bater ou defender pênaltis? A resposta é: sim! Baseando-se em análise de dados e ciência aplicada, alguns fatores fazem as cobranças indefensáveis ou mais fáceis para o goleiro. Então, esqueça essa história da loteria: os pênaltis são uma mistura de ciência e cabeça fria. Quem conseguir controlar os nervos, avaliar o melhor cenário e aplicar as melhores táticas será o vencedor dessa disputa.

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