Jogada10
·19 de novembro de 2024
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O crime organizado brasileiro tem ultrapassado fronteiras e até continentes. De acordo com uma reportagem do jornal português “Público”, o Primeiro Comando da Capital (PCC) está envolvido na gestão do Fafe, um clube da terceira divisão de Portugal.
A Federação Portuguesa de Futebol anunciou que investigará o caso, que também será apurado pelo Conselho de Disciplina da entidade.
A matéria revelou que, em 2023, o PCC tentou comprar outros clubes, como Varzim, Felgueiras e Vilaverdense. As ofertas para adquirir as Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) tinham a participação de pessoas com ligações à facção criminosa brasileira.
O “Público” também mencionou que um dos envolvidos nas reuniões já foi preso, em 2010, por tentar assaltar o Banco do Brasil, na Bahia. Além dele, o empresário e agente de jogadores Ulisses Jorge figura como um nome central nas negociações.
Com a repercussão do caso, a Associação Desportiva Fafe divulgou uma nota do empresário negando as acusações.
“Não é verdadeira e é leviana a informação de que o empresário Ulisses Jorge, CEO da UJ Football Talent, estaria envolvido em qualquer esquema ilegal”, afirmou a nota.
Segundo o jornal local, os empresários já estão atuando no Fafe, embora ainda não tenham oficializado a entrada na sociedade do clube. No entanto, as transferências de jogadores e outros negócios em que a facção brasileira está envolvida parecem ter como objetivo a lavagem de dinheiro.
Em outubro, o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, destacou que o PCC usa o continente europeu para lavar o dinheiro proveniente do crime. Derrite também afirmou que os criminosos veem Portugal como uma “porta de entrada para a distribuição de drogas na Europa”. A força do Euro é o principal motivo para atrair os criminosos.
Além disso, um relatório do Serviço de Informações de Segurança de Portugal revelou que cerca de mil membros do PCC, originários de São Paulo, atuam no país.