Mercado do Futebol
·02 de julho de 2020
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Na temporada 1979/1980, um escândalo de manipulação de resultados causou a interrupção por dois anos da carreira de Paolo Rossi, porém o melhor de tudo aconteceu quando poucos esperavam no Mundial da Espanha
Antes de contar o histórico momento temos que retratar do início na Juventus. Sem grandes oportunidades, foi emprestado ao Vicenza, sendo logo artilheiro e campeão da segunda divisão italiana. Já na temporada seguinte, a agremiação surpreendeu a todos e foi vice-campeã da Serie A (melhor resultado da história), ele agora artilheiro da primeira divisão conseguiu sua convocação para a seleção nacional. Em 1978, fez sua primeira Copa do Mundo marcando 3 gols em 7 partidas, mesmo com o retrospecto em alta continua no seu clube.
Porém, o Vicenza foi rebaixado para Serie B, mesmo com a vice-artilharia de Rossi (15 gols em 25 jogos). Assim, a Juventus buscou um novo time para ele e o campeão na época, Perugia levou para sua esquadra. Na equipe, ele foi terceiro lugar na artilharia da primeira divisão, mas as eliminações na Copa da UEFA e o décimo lugar deixaram Paolo ofuscado, todavia o pior nem tinha acontecido. Investigações levaram ao envolvimento de 27 atletas de 7 clubes (entre eles Vicenza e Perugia), 48 pessoas foram presas por manipulação de resultados e o ex-atacante foi punido em três (depois duas) temporadas sem jogar.
Contudo, o treinador da seleção na época Enzo Bearzot confiou na palavra de Paolo Rossi (ele afirma até os dias atuais que não teve envolvimento na corrupção) e diariamente ligava para o atleta demonstrando confiança em seu retorno, além disso pedindo para se cuidar para a Copa de 1982. Na competição mundial, a Itália sofreu para passar de fase empatando os três jogos contra as seleções de Polônia, Peru e Camarões. A desconfiança pairava e somente um jogador era o porta-voz da equipe que ficou reclusa.
Paolo Rossi passou em branco na primeira fase, assim a torcida e a mídia pensava que não seria a competição dele. Entretanto, o jogo começou a virar na vitória sobre a Argentina por 2 a 1, esse resultado deixou a equipe na luta para a classificação para a semifinal, porém do outro lado somente tinha o Brasil de Zico, Sócrates, Júnior, Falcão e companhia. Mesmo assim, o time não temeu e abriu o placar com Paolo, a partir desse gol, a confiança voltou ao atleta, a seleção brasileira empatou com Sócrates, mas ele novamente, Rossi deixou a vantagem com a Itália.
Falcão, o Rei de Roma, deixou tudo igual no segundo tempo, no entanto a estrela de Paolo Rossi brilhou mais uma vez e o hat-trick aconteceu colocando a desacreditada seleção italiana na semifinal da Copa. Contra a Polônia, Rossi marcou duas vezes e a Azzurra superou seu adversário por 2 a 0, o confronto derradeiro contra a Alemanha não começou muito bem. Aos 24 minutos, Antonio Cabrini perdeu a penalidade máxima, contudo isso não abalou as estruturas, com gols de Paolo, Marco Tardelli e Alessandro Altobelli (vindo do banco), a Itália conquistou o mundo pelo placar de 3 a 1.
Seguindo a carreira retornou a Juventus, onde fez história por quatro temporadas. Além disso, acumula passagens por Milan (na década, o time vinha de dois rebaixamentos) e Hellas Verona (as lesões atrapalharam seu desempenho). Disputou a Copa do Mundo de 1986, mas aos 30 anos e praticamente aposentado dos gramados não fez um grande papel como na competição anterior. Contudo, ser campeão da Copa do Mundo, Liga dos Campeões (1984/1985 com a camisa bianconeri), Supercopa e Recopa Europeia, além de 4 Campeonatos Italianos em um pouco espaço de tempo não é para qualquer atleta.
Foto de capa: FIFA.