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·12 de fevereiro de 2021
Os times e títulos de Hernán Crespo como técnico

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·12 de fevereiro de 2021
Aconteceu em 2012: após 19 anos como jogador de futebol profissional, o argentino Hernán Crespo se despediu de uma carreira gloriosa, repleta de títulos, grandes momentos e muitos gols, em busca de um novo sonho: ser treinador de futebol.
Desde então, passou por altos e baixos até chegar no maior desafio de sua jovem carreira: assumiu o todo-poderoso São Paulo, dono de um elenco rico e uma categoria de base extremamente fértil, mas que não sabe o que é ganhar um título a nove anos e tem inúmeros problemas, dentro e fora das quatro linhas.
Com contrato com o Tricolor até o final de 2022, Crespo foi contratado após longo processo seletivo, onde a diretoria do clube entrevistou vários candidatos procurando um nome que agradassse em todos os aspectos. Assim, o argentino chega com muita expectativa para, quem sabe, mudar o panorama atual da equipe paulista.
A Goal, então, preparou um guia para você saber tudo sobre a carreira de Hernán Crespo como treinador, do início, na Itália, até a temporada "gloriosa" no Defensa y Justicia. Confira:
Como a exigência em uma categoria sub-20 nem sempre é vencer, mas muito mais, formar jogadores, os números de Crespo em sua passagem pela base do Parma foram excluídos da contagem. Confira as estatísticas da carreira do argentino como técnico de futebol:
Dentro desses números, alguns deles precisam de certo contexto. Pelo Modena, na segunda divisão italiana, Crespo não recebeu salários e estava na sua primeira experiência como treinador de futebol profissional. No final do ano, inclusive, a equipe faliu e teve que retornar na última divisão do Campeonato Italiano.
O trabalho no Banfield, por outro lado, foi sim decepcionante. O treinador não conseguiu arrumar um esquema tático padrão, fazendo trocas em busca de um modelo mais consistente até o seu último jogo. Como ponto positivo, Crespo revelou vários jovens da base em um elenco curto que teria mais sucesso no ano seguinte, com os jogadores estando mais experientes.
Já no Defensa, vários de seus resultados ruins foram pela Copa Diego Armando Maradona, competição que a equipe não priorizou, preferindo focar na Copa Libertadores e na Sul-Americana. O time, porém, na Libertadores, acabou eliminado nos acréscimos de uma partida diante do Santos, em que só o empate já o classificaria para as oitavas de final.
Hernán Crespo, por mais que tenha passado apenas por quatro clubes, já experimentou várias "divisões" diferentes no futebol: treinou o sub-23 do Parma, o Modena na segunda divisão da Itália, o Banfield, que disputava apenas o Campeonato Argentino - numa briga contra o rebaixamento -, e o Defensa y Justicia, que além das competições nacionais, jogou Libertadores e foi o vencedor da Copa Sul-Americana.
Hernán Crespo levantou apenas uma taça durante sua carreira como treinador de futebol:
Durante seu pouco tempo de carreira como técnico, Hernán Crespo já possui uma filosofia de trabalho e modelo de jogo estabelecida, apesar de utilizar vários esquemas táticos para aplicá-la.
O argentino tende a aplicar, em suas equipes, uma metodologia mais ofensiva, que prima pelo jogo construído à partir da defesa. Diferentemente do ex-técnico do Tricolor, Fernando Diniz, prefere um ataque com movimentações mais definidas e treinadas, do que os jogadores tendo total liberdade para se movimentar.
Crespo também costuma ter uma transição um pouco mais veloz do que seu antecessor, dando liberdade para que os atletas acelerem o jogo. Além disso, chegou a utilizar esquemas mais defensivos em certas partidas, especialmente na reta final da Copa Sul-Americana. O "perde-pressiona" também é uma característica comum dos trabalhos do argentino.
Ao contrário de Diniz, que não mudava a equipe dependendo do adversário, Crespo é mais flexível, sem um esquema favorito, podendo utilizar mais de uma variação durante o jogo.
No Defensa, por exemplo, ficou marcado por um linha com três defensores, dois deles com mais liberdade para subirem e aproveitarem os espaços deixados pela defesa adversários, mas não juntos. Mesmo assim, nas duas partidas contra o Vasco, por exemplo, armou a defesa com quatro homens. Contra o Independiente, no Campeonato Argentino, então, utilizou cinco defensores na primeira linha.
Os dois laterais, ou alas, no esquema de três defensores, ficam bem abertos, possibilitando triangulações com zagueiros e meio-campistas. Outra diferença do que Crespo apresentou no Defensa para o trabalho de Diniz fica no posicionamento dos meias: enquanto um encosta pelos lados, para triangular, o outro não se aproxima do lance, mas se movimenta entre as últimas linhas do adversário, para já tentar receber a bola com oportunidade de finalizar ou encontrar um passe mais agudo.