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OneFootball·15 de janeiro de 2022

Os motivos para a perda de relevância dos estaduais no Brasil

Imagem do artigo:Os motivos para a perda de relevância dos estaduais no Brasil

Os campeonatos estaduais já foram motivo para expectativa e grandes comemorações, mas a realidade já não é mais bem assim.

Apesar de história e a tradição do torneio serem fatores relevantes para o peso de um título, eles estão ficando pra trás em comparação com os nacionais e internacionais.


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Nesse texto, explicamos os motivos para esse declínio.

O material completo foi produzido pelo site de apostas esportivas Betway e você pode encontrar clicando aqui.

Para o jornalista Celso Unzelte, o que mudou não foram exatamente os campeonatos estaduais.

“Acho que o que mudou foi o mundo”, declarou em entrevista à Betway.

Ele compara os estaduais a uma jabuticaba, fruta tipicamente brasileira, e explica que em países como Itália e Inglaterra o futebol se organizou nacionalmente desde o começo do século passado porque os territórios desses países são menores.

No Brasil, no entanto, o primeiro campeonato com caráter nacional foi realizado em 1959. E levou tempo até eles superarem os estaduais.

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Para Unzelte, esse movimento ganha força na segunda metade da década de 90.

“Acontece uma consolidação dos campeonatos nacionais, uma consolidação das disputas internacionais”, disse.

Mas nos últmos anos os próprios estaduais vem se prejudicando diante dos torcedores.

Se antes o fomato de disputa do Campeonato Carioca o ajudava a ser o mais “charmoso” do Brasil, agora ele parece jogar contra.

“Os próprios torcedores não conseguem entender o que é disputado. Isso afeta diretamente os interesses dos torcedores brasileiros”, afirma Pedro Menezes, Senior Business Consulting da consultoria Ernst & Young, em entrevista à Betway.

O resultado disso é que nenhum dos principais do país conseguiu superar média de 10 mil pagantes nos quatro a cinco anos anteriores às arquibancadas serem esvaziadas por questões sanitárias.

O motivo que melhor explica a presença dos estaduais no calendário do futebol brasileiro atualmente é a política.

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As federações estaduais organizam esses campeonatos e ao mesmo tempo compõem parte relevante do colégio eleitoral que elege o presidente da CBF.

Como os clubes ainda não se organizam coletivamente para planejar o seu calendário de competições e eventualmente excluir ou diminuir os estaduais, o status quo acaba sendo mantido e as federações seguem com grande poder.

Os estaduais ainda podem servir como vitrine para jogadores desconhecidos e fonte de renda para clubes menores.

No entanto, é difícil conciliar os interesses de times do interior com as potências econômicas dos grandes centros do Brasil.

Esse é um desafio para as entidades e clubes do país se eles quiserem fazer com que a “jabuticaba” do futebol volte a ter mais sabor.


Foto destaque: Rubens Chiri