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Luiz Signor·21 de junho de 2020
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Luiz Signor·21 de junho de 2020
Estádio Azteca na Cidade do México. Duas horas da tarde do dia 21 de junho de 1970. O árbitro da Alemanha Oriental Rudi Glockner pede a bola. Acaba um dos Mundiais mais famosos da história.
Chegava ao fim a Copa do Mundo que garantiu o tricampeonato da Seleção Brasileira em solo mexicano. A consagração de uma geração capitaneada por ele, o Rei Pelé.
O caminho da Seleção Brasileira não foi fácil. Havia dúvida até se o Brasil passaria de fase após a campanha abaixo das expectativas em 66 e apesar da classificação apenas com vitórias nas Eliminatórias – seis em seis partidas.
Mas estava escrito que a Copa seria brasileira novamente após o “acidente” de quatro anos antes. A troca no comando técnico – saiu João Saldanha para a entrada de Zagallo – deixou o Brasil ainda mais forte. E o resto foi história.
A estreia foi contra a Thecoslováquia, superada pelo próprio Brasil na decisão da Copa de 62 e que tinha sido terceira colocada na Eurocopa de dois anos antes.
Os tchecos assustaram, mas o Brasil fez 4 x 1, com dois gols de Jairzinho, o “Furacão” da Copa.
O jogo seguinte foi a “final” antecipada do Mundial. A Inglaterra de Bobby Moore, Bobby Charlton e Geoff Hurst era a atual campeã.
Banks deu trabalho, fez a “Defesa do Século” na cabeçada de Pelé, mas Jairzinho garantiu o 1 x 0 após jogada de Tostão pela direita e passe de Pelé.
Já classificada, a Seleção ainda venceu a Romênia por 3 x 2, com dois gols dele, o Rei.
Nas quartas de final, o Brasil enfrentou o Peru comandado por Didi, o inventor da Folha Seca, o “Príncipe” e campeão do Mundo com o Brasil em 1958 e 1962. Em grande dia de Tostão, que marcou duas vezes, a Seleção fez 4 x 2.
Algoz de 20 anos antes, o Uruguai foi o rival na semifinal. E saiu na frente. Mas Clodoaldo, após lindo lance de Tostão, marcou seu único gol pela Seleção para deixar tudo igual. Na etapa final, o talento brasileiro foi melhor, garantindo o 3 x 1.
A decisão foi contra a Itália, que tinha uma grande seleção fez jogo duro apesar do placar final, mas, no fim, não resistiu.
Aos 17 minutos, a jogada iniciada por Tostão encontrou Rivellino, que lançou Pelé. E o Rei, de cabeça, fez 1 x 0.
A Azzurra reagiu em um erro coletivo da defesa brasileira. Boninsegna, atento, deixou tudo igual aos 37. Pelé até marcou outro no primeiro tempo, mas o gol foi anulado.
A Seleção sobrava no segundo tempo das partidas – mais da metade dos gols saíram nos 45 minutos finais. E foi o que aconteceu novamente.
Albertosi salvava a Itália que não ameaçava tanto quanto o Brasil até Gérson pegar a sobra de Jairzinho e garantir o 2 x 1 em finalização de fora da área. Um golaço, aos 21 minutos.
Pouco depois, o Canhotinha de Ouro encontrou Pelé, que serviu o Furacão. E o camisa 7, bem marcado, fez o seu sétimo gol na Copa. O título já era quase uma certeza.
Mas ainda faltava um gol, o golpe de misericórdia. A bola roubada por Tostão encontrou Clodoaldo, que driblou quatro italianos no meio. Acionado, Rivellino recebeu e lançou Jairzinho, que serviu Pelé.
O Rei, de seis assistências naquele Mundial, só rolou para a chegada do Capita, que bateu de primeira. Um golaço coletivo, de talento, brilho. De Brasil. O gol que simbolizou o tricampeonato. A posse em definitivo da Jules Rimet.
Brasil 4 x 1 Itália
Local: Estádio Azteca, Cidade do México (MEX) Data/hora: 21/6/1970 – 12h (horário local) Árbitro: Rudi Glöckner (Alemanha Oriental) Cartões amarelos: Rivellino (BRA) e Burgnich (ITA)
Gols: Pelé, 18’1ºT (1×0), Boninsegna, 37’1ºT (1×1), Gérson, 21’/2T (2×1), Jairzinho, 26’2T (3×1) e Carlos Alberto, 41’2ºT (4×1)
Brasil: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Rivellino, Tostão e Pelé. Técnico: Zagallo.
Itália: Albertosi, Burgnich, Rosato, Cera e Fachetti; Bertini (Juliano), De Sisti, Domenghini, Mazzola; Boninsegna (Rivera) e Riva. Técnico: Ferruccio Valcareggi.
Foto destaque: Foto: imago images / Sven Simon
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