Leonino
·31 de dezembro de 2024
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O Sporting vive um período de mudança. Na semana passada, os leões anunciaram Rui Borges como novo treinador após o insucesso de João Pereira à frente da equipa leonina. A situação levou o Octávio Ribeiro a comentar todo o contexto e a forma como Frederico Varandas, presidente dos leões, lidou com a situação tanto de João Pereira quanto de Rui Borges.
“Quando já era imperador e os seus líderes militares lhe propunham um novo comandante de tropas, depois de ouvir todos os fundamentos curriculares para a promoção, Napoleão perguntava, arguto: e é um homem com sorte?”, começou por questionar no jornal 'Record'.
“Frederico Varandas está longe da dimensão mitológica de Napoleão, e não subiu a escada da vida a pulso, como o pequeno corso, que modernizou a burocracia europeia a golpes de conquistas banhadas a sangue jovem. Varandas passou de médico da equipa do Sporting a seu presidente por um mero golpe de sorte – ou azar, como talvez tenha sentido o golpe, nos dolorosos momentos em que celerados ligados a uma claque quiseram castigar a grupo de trabalho, a mando de um Nero que tocava harpa desde a presidência -, mas a sorte é o que é. Varandas não subiu toda a hierarquia sportinguista a golpes de coragem e génio, mas está no topo. Aproveitou um momento de caos para se impor como líder. E o que tem feito é digno de aplausos. Mas é também passível de crítica.”
“A forma como substituiu Rúben Amorim por João Pereira é própria de alguém que não pergunta, nem aos seus próprios botões, se o novo treinador ‘é um homem de sorte’. Porém tinha todos os dados para nem precisar de perguntar. João Pereira estava longe de fazer uma carreira brilhante na pobre Liga 3, usando a equipa B do Sporting. É preciso algum azar para não arrasar na Liga 3, com os meios humanos que o Sporting deixa disponíveis. Mas tudo isto é passado.”
“Com a frieza de um grande líder, depois do disparate cometido, Varandas perguntou a alguém, ou aos seus botões, onde encontrar um homem de sorte. E os seus botões responderam que estava em Guimarães e custava bastante menos do que Amorim tinha custado quando foi contratado, e até menos do que tinha deixado nos cofres de Alvalade, na sua malfadada partida para Manchester.”
“Chegado Rui Borges, e após uma apresentação desastrosa, onde Varandas falou mais do seu erro passado do que da sua ambição futura, cabia ao transmontano responder à pergunta de Napoleão: seria este treinador um homem de sorte?” E os jogadores, para já, responderam que sim. São sempre os jogadores que respondem pelo técnico, quando é do seu destino que se fala. Rui Borges chegou, com palavras simples e breves ideias claras. Das ideias do técnico e da sua simplicidade de processos, os jogadores construíram uma grande vitória. Uma vitória cheia de erros e imperfeições, com buracos enormes na defesa. Mas uma enorme vitória. Cheia de sorte”, concluiu.