“O tratamento do Barça a Braithwaite está entre o bullying e o assédio”, afirma diretor do sindicato dos atletas dinamarquês | OneFootball

Diante das diversas contratações do Barcelona nas últimas semanas, Martin Braithwaite se torna uma figura esquecida no elenco. O atacante sempre foi visto como um negócio incompatível ao nível do clube, mas ainda tinha espaço de início. O problema agora é que o Barça deseja se desfazer do dinamarquês para aliviar sua folha salarial e, pelo contrato atual, não é muita vantagem para o atleta sair em busca de ganhos menores. Por isso, repetem-se as acusações de uma situação forçada, como a que acontece com Frenkie de Jong – com a diferença que menos gente apoia a permanência do atacante.

Nesta semana, o diretor da Associação de Jogadores da Dinamarca saiu em defesa de Braithwaite. Michael Sahl Hansen falou publicamente sobre o episódio e fez acusações contra o tratamento conferido pelo Barcelona ao futebolista. Braithwaite quer cumprir os dois últimos anos de contrato que possui, enquanto os blaugranas desejam se desfazer dele o quanto antes. Nisso se cria um impasse, sem que o atacante aceitasse propostas de outros clubes porque esperava uma oportunidade com Xavi. Descontente com o planejamento esportivo do clube, então, recusou qualquer oferta de rescisão em que não recebesse seu salário integral. O Barça cogita uma rescisão unilateral, em que não pagará nada ao atleta.

“O tratamento que Martin está enfrentando é completamente irracional. Algo que provavelmente se encontra entre o bullying e o assédio. É vergonhoso como o Barcelona está tentando tirar o seu contrato, o seu emprego. Um jogador que veio ao resgate quando estavam pressionados agora está em desgraça. Onde está a decência?”, afirmou Hansen, ao jornal Sport.

“Um contrato é um contrato. O Barcelona e Martin se comprometeram por dois anos mais. Martin deve seguir cumprindo com sua parte do acordo, e também o Barcelona deve fazer isso. Além do mais, um dos maiores clubes do mundo deveria tratar seus jogadores com um respeito maior”, complementou. Hansen, todavia, aponta que o Barcelona não chegou a ferir qualquer cláusula de seu vínculo com o centroavante.

Braithwaite chegou ao Barcelona em fevereiro de 2020, como um negócio emergencial permitido por La Liga, diante das lesões no ataque. Os blaugranas pagaram €18 milhões pela cláusula de rescisão do dinamarquês, então no Leganés. O centroavante, de passagens por clubes modestos em sua maioria, anotou apenas um gol na sequência daquela temporada. Diante das limitações no mercado e da saída de Luis Suárez, Braithwaite foi um pouco mais útil em 2020/21. Apresentou-se como um atacante dedicado, mesmo que limitado. Foram sete gols e quatro assistências em todas as competições, quase sempre vindo do banco.

Já o ostracismo de Braithwaite começou em 2021/22. O atacante arrebentou na abertura de La Liga, com dois gols contra a Real Sociedad, mas logo sofreu uma séria lesão no joelho que o tirou dos gramados de setembro de 2021 a janeiro de 2022. Xavi havia chegado ao comando e utilizou o dinamarquês em apenas uma partida, por dez minutos. O treinador elogiou o profissionalismo do atleta, mas declarou que ele não estava em seus planos, algo claro com a chegada de diferentes peças para o ataque desde o mercado de inverno.

Ao longo das últimas semanas, Braithwaite recebeu sondagens de clubes importantes, como Valencia e Ajax. Também teve propostas de equipes árabes. A questão se centra no salário, que sofrerá um decréscimo em qualquer outro lugar, e também na oportunidade esportiva, com um contexto melhor no Barcelona que o atleta não deseja desperdiçar. Enquanto a situação não se resolve, permanece o impasse. O jogador de 31 anos ainda pode se valorizar na Copa do Mundo. Titular absoluto da Dinamarca na ótima campanha da Euro 2020, voltou à equipe na última Data Fifa, após perder grande parte das Eliminatórias por lesão.