O Tigres rompeu sua sina e, liderado por Gignac, faturou o título da Concachampions que perseguiu por tanto tempo | OneFootball

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·23 de dezembro de 2020

O Tigres rompeu sua sina e, liderado por Gignac, faturou o título da Concachampions que perseguiu por tanto tempo

Imagem do artigo:O Tigres rompeu sua sina e, liderado por Gignac, faturou o título da Concachampions que perseguiu por tanto tempo

Desde que os finalistas da Concachampions foram definidos no último sábado, dava para esperar por um campeão especial no torneio continental. O Los Angeles FC vinha credenciado para romper a hegemonia mexicana. O time estrelado por Carlos Vela havia eliminado nas fases anteriores León, Cruz Azul e América, parecendo ter forças suficientes para tirar o título do México pela primeira vez desde 2005 – e levar aos Estados Unidos como não acontecia desde 2000. Pela frente, porém, o LAFC encararia a ambição do Tigres pelo troféu da Concacaf. Os felinos, afinal, vinham de três derrotas nas últimas quatro decisões e precisavam cumprir seu maior objetivo. Conseguiram, com a vitória por 2 a 1 na finalíssima em Orlando selada por seu craque, o artilheiro André-Pierre Gignac.

O Tigres já vinha merecendo esse título da Concachampions há um bom tempo. Os auriazuis conquistaram quatro taças no Campeonato Mexicano desde 2015, mas não conseguiram converter esse sucesso em campanhas vitoriosas também além das fronteiras. A primeira chance veio na Copa Libertadores, com o vice diante do River Plate em 2015. Já na Concachampions, as decepções se repetiram a partir de 2016. Sempre que encaravam um compatriota na decisão continental, os felinos sucumbiam. Aconteceu contra o América, o Pachuca e o rival Monterrey. O sucesso do Monterrey, aliás, era um motivo para aumentar a pressão sobre o time de Tuca Ferretti. Os Rayados levaram quatro títulos na Concacaf desde 2011 e fecharam a década como clube mais preponderante no torneio durante o período.


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Nesta edição da Concachampions, o Tigres nem foi o candidato mais badalado ao troféu. Afinal, seu lado da chave parecia bem mais tranquilo, sem qualquer outro concorrente mexicano. Nas oitavas, os felinos superaram os salvadorenhos do Alianza com um dramático gol do goleiro Nahuel Guzmán, a 20 segundos do fim, e depois atropelaram o New York City FC. O desafio na semifinal era o surpreendente Olimpia, responsável por despachar Seattle Sounders Montreal Impact. Os mexicanos, entretanto, não deram espaços à zebra com a vitória por 3 a 0 no duelo único – realizado na “bolha” de Orlando, onde foi organizada a fase final da Concachampions. Por fim, o Los Angeles FC também vinha com boas credenciais ao superar os outros três times mexicanos presentes nesta edição. O sucesso, contudo, não se repetiu no jogo mais importante.

Não foi uma partida tão emocionante assim durante o primeiro tempo. As duas equipes apresentavam pouca precisão nas finalizações e os lances mais perigosos aconteciam nas bolas paradas. O excesso de erros se repetia no início da segunda etapa, quando o LAFC começou a acelerar um pouco mais e conseguiu abrir o placar, aos 16 minutos. Mark-Anthony Kaye descolou um lançamento primoroso para Diego Rossi dentro da área e o uruguaio apresentou sua categoria, com um leve toque para encobrir o goleiro Nahuel Guzmán. Neste momento, a sina que persegue o Tigres nas finais continentais parecia se repetir. Contudo, os felinos tiveram forças para revertê-la.

Vela teve a grande chance de marcar o segundo ao LAFC, mas chutou em cima da marcação. Pior, o camisa 10 errou no lance que valeu o gol de empate para o Tigres, aos 27 minutos. O atacante não acompanhou Hugo Ayala numa cobrança de escanteio e o zagueiro saltou livre, fazendo o desvio de cabeça. A zaga californiana ainda tentou tirar em cima da linha, mas não conseguiu. O Tigres aproveitou o momento e virou aos 39, no tento do título. Luis Alfonso Rodríguez fez estrago pelo lado direito do ataque, ao arrancar e passar pela marcação sem muito trabalho. Na entrada da área, o lateral ajeitou para Gignac e o artilheiro bateu de primeira. O chute pegou o goleiro Kenneth Vermeer no contrapé e entrou manso nas redes. Festa pelo feito inédito dos felinos.

O Tigres continua contando com a experiência de Tuca Ferretti no banco de reservas. Lá se vão dez anos na atual passagem pelo clube e quase 600 partidas oficiais no total, somando também os dois trabalhos anteriores. O brasileiro chegou ao seu 12° troféu em Nueva León, cumprindo a ambição pela Concachampions – um título que havia faturado duas vezes como jogador do Pumas UNAM durante a década de 1980 e também à frente do Toluca em 2003. É o grande nome na história dos felinos, cumprindo praticamente um ciclo nesta terça.

Já dentro de campo, a referência continua sendo Gignac. O francês se mudou ao México numa transferência que parecia extravagante há cinco anos, mas realmente foi um dos jogadores que impulsionou o atual ciclo vitorioso dos auriazuis. São 143 gols em 245 partidas pelo clube, com uma coleção de prêmios individuais. Nesta Concachampions, além do troféu máximo, também recebeu as condecorações como artilheiro (autor de seis gols) e como melhor jogador. Consagrou-se definitivamente como uma lenda em Nuevo León, aos 35 anos e dando mostras de que ainda tem muita lenha para queimar.

Além disso, o Tigres possui uma base que joga junta há muito tempo. Na defesa, quatro dos cinco titulares nesta terça estão no clube ao menos desde 2016: Nahuel Guzmán, Luis Alfonso Rodríguez, Hugo Ayala e Jesús Dueñas. A exceção é o zagueiro Carlos Salcedo, ótimo acréscimo trazido da Bundesliga. Guido Pizarro até passou rapidamente pelo Sevilla, mas é outro bastião na cabeça de área desde 2013, assim como Rafael Carioca, trazido do Atlético Mineiro em 2017. Javier Aquino é outro símbolo do fortalecimento do clube, contratado ao lado de Gignac, enquanto Luis Quiñónes saiu por diferentes empréstimos, mas virou um nome importante nos últimos anos. Já na frente, o jovem uruguaio Leandro Fernández é o mais jovem entre os titulares, e deu lugar a Nico López no segundo tempo.

O Tigres garantiu, além da conquista inédita, também a chance de participar do Mundial de Clubes. E, até pelo nível competitivo exibido pelos felinos nos últimos anos, dá para acreditar que terão um desempenho acima da média entre os mexicanos na competição da Fifa. A boa campanha na Libertadores de 2015 ainda é uma marca a muitos dos componentes desta geração. Pachuca e Monterrey chegaram a terminar na terceira colocação do Mundial desde 2017, mas disputar a final permanece como um feito inalcançado. O sorteio das chaves ainda será realizado, para saber se o Tigres poderá cruzar o caminho do Bayern ou do campeão da Libertadores na eventual semifinal.

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