O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar | OneFootball

O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar | OneFootball

Icon: Trivela

Trivela

·23 de agosto de 2020

O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar

Imagem do artigo:O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar

O Bayern de Munique chega à decisão da Liga dos Campeões de 2019/20 neste domingo com trajetória irretocável, somando apenas vitórias e marcando incríveis 42 gols em suas dez partidas. Ironicamente, por isso mesmo também enfrenta um tabu: jamais um clube que terminou a fase de grupos da competição com a campanha perfeita (100% de aproveitamento) levantou a “orelhuda”. Rememoramos aqui todos os seis casos anteriores, contando também como foi o caminho posterior até a queda – algo que os bávaros procurarão evitar.

Milan 1992/93

Imagem do artigo:O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar

Quem chegou mais perto do feito histórico, e com números também muito impressionantes, foi justamente o primeiro caso: o Milan de 1992/93, dirigido por Fabio Capello. Antes de chegar à fase de grupos, os rossoneri ainda tiveram de atravessar duas etapas eliminatórias, também vencendo todas as partidas: superaram com muita facilidade o Olimpija Ljubljana (4 a 0 em Milão e 3 a 0 na Eslovênia) e, com folga um pouco menor, o Slovan Bratislava (um apertado 1 a 0 na Eslováquia, gol de Paolo Maldini, seguido por um 4 a 0 em San Siro).


Vídeos OneFootball


Naquela época, a fase de grupos da Champions era formada por apenas dois grupos de quatro, com seus vencedores avançando direto à final. Não havia nenhuma etapa eliminatória entre uma e outra. O Milan foi sorteado na chave B, ao lado de PSV Eindhoven, Porto e IFK Gotemburgo. Ainda que fossem os grandes favoritos, pela tradição e pela força de seu elenco (que vinha de um scudetto invicto na temporada 1991/92), os milanistas teriam pela frente três paradas difíceis, especialmente na casa dos adversários – que também tinham seus destaques.

A começar pelos suecos, adversários da estreia, que reuniam vários nomes da seleção nórdica, que vivia bom momento. Entre eles, o goleiro Thomas Ravelli, os zagueiros Joachim Björklund e Pontus Kåmark, os meias Stefan Rehn e Håkan Mild e o atacante Johnny Ekström. Mesmo assim, o Milan venceu fácil no San Siro com partida de antologia de Marco Van Basten, autor de todos os gols no triunfo por 4 a 0 – um deles de bicicleta. Na volta, na quinta rodada, o placar foi mais modesto: um gol de Daniele Massaro decretou o 1 a 0 para os rossoneri no no Nya Ullevi.

O PSV também contava com um bom contingente de experiência e talento, no qual estrangeiros como o romeno Gheorghe Popescu, o dinamarquês Jan Heintze e o brasileiro Romário se uniam a uma extensa lista de jogadores com história na seleção laranja, como Hans van Breukelen, Wim Kieft, Gerald Vanenburg e Erwin Koeman. Romário, aliás, seria o único jogador a vazar a defesa milanista na competição antes da final, ao marcar o gol de honra na derrota por 2 a 1 no Philips Stadion. No San Siro, deu Milan de novo: 2 a 0, gols de Marco Simone.

Dirigido pelo brasileiro Carlos Alberto Silva, o Porto foi quem vendeu mais caro as duas derrotas: ambas por 1 a 0. A equipe que tinha Vítor Baía no gol, o brasileiro Aloísio e Fernando Couto na defesa, o meia romeno Ion Timofte e o atacante búlgaro Emil Kostadinov caiu por um gol do francês Jean-Pierre Papin no antigo Estádio das Antas e por outro de Stefano Eranio em San Siro. Com, até ali, dez vitórias em dez jogos (somando as fases preliminares), 23 gols marcados e só um sofrido (o de Romário), o Milan aparentava ser imbatível.

A campanha perfeita, porém, ruiu diante de um francês. O igualmente estrelado Olympique de Marselha – que havia superado o Glasgow Rangers por apenas um ponto na briga acirrada do Grupo A – venceu a final por 1 a 0, gol do zagueiro Basile Boli de cabeça após escanteio, a um minuto do intervalo no Olympiastadion de Munique.

PSG 1994/95

Imagem do artigo:O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar

O Paris Saint-Germain, outro finalista em 2020, também já vivenciou a mesma situação. Com uma equipe que acumulou presenças nas fases mais agudas das copas europeias em meados dos anos 1990, o clube fez campanha irretocável na fase de grupos da Champions de 1994/95, agora ampliada para 16 equipes, divididas em quatro grupos. Antes, porém, os parisienses tiveram de superar o Vác Samsung, surpreendente campeão húngaro. E nem sofreram: um 3 a 0 no Parque dos Príncipes na ida e um 2 a 1 em Budapeste na volta confirmaram a vaga.

O Grupo B tinha um Bayern de Munique cravejado de estrelas como favorito, além do Spartak Moscou e o Dynamo Kiev como adversários perigosos. Mas foi o PSG quem brilhou já de saída, batendo os bávaros por 2 a 0, gols do liberiano George Weah e de Daniel Bravo. Na sequência, duas vitórias fora de casa por 2 a 1 sobre o Spartak (com gols de Paul Le Guen e do meia brasileiro Valdo) e sobre o Dynamo (Vincent Guérin e, de novo, Weah balançaram as redes). E outro gol do atacante africano daria a vitória sobre os ucranianos por 1 a 0 em Paris.

A classificação antecipada para as quartas de final (agora, os dois primeiros colocados de cada grupo avançavam) veio com uma excelente vitória em Munique sobre o Bayern, com Weah de novo imparável, marcando um golaço. Na última rodada, já garantido, o time goleou o Spartak por 4 a 1 em Paris, com mais dois de Weah, um do meia David Ginola e outro do brasileiro Raí. O Barcelona dirigido por Johan Cruyff e com muitos remanescentes do chamado “dream team” campeão europeu de 1992 seria o adversário na etapa seguinte.

No Camp Nou, o russo Igor Korneev abriu o placar para o Barça numa falha do goleiro Bernard Lama. Mas Weah empatou cabeceando uma cobrança de falta que ele próprio cavou e deixou o PSG em boa posição para o duelo de volta. Os parisienses acertaram nada menos que cinco vezes a trave do goleiro azulgrana Carles Busquets no jogo de volta no Parque dos Príncipes. Saíram atrás quando José Maria Bakero colocou os catalães em vantagem. Mas Raí, de cabeça, e Vincent Guérin, num chute de fora da área, viraram o jogo e levaram o time às semifinais.

Desta fase, porém, os franceses não passariam: o Milan, detentor do título, encerrou o sonho do título vencendo em Paris com um gol do armador croata Zvonimir Boban no último minuto e também em Milão, com dois do atacante iugoslavo Dejan Savicevic, um em cada tempo. Como consolo, restou a artilharia isolada da competição a Weah, com oito tentos.

Spartak Moscou 1995/96

Imagem do artigo:O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar

Acredite: o Spartak também já passou com 100% de aproveitamento por uma fase de grupos da Champions. O clube vivia um momento especial: no início da década, havia cumprido campanha histórica na Copa dos Campeões de 1990/91, deixando pelo caminho o Napoli de Maradona e Careca e o Real Madrid de Butragueño e Hugo Sánchez, antes de ser eliminado pelo Olympique de Marselha. E entre 1992 e 2001, conquistou nada menos que nove dos dez títulos da liga russa disputados, hegemônico naqueles primeiros anos pós-União Soviética.

Com isso, o clube alinhava praticamente uma seleção russa, sob o comando de Oleg Romantsev: Stanislav Cherchesov era o goleiro; a defesa contava com Viktor Onopko, Yuri Nikiforov, Vasili Kulkov e Dmitri Khlestov; no meio havia, entre outros, Ilia Tsymbalar, Dmitri Alenichev, Andrei Piatnitsky e Andrei Tikhonov; e na frente jogava Sergei Yuran. E, além de já ter entrado direto na fase de grupos, os alvirrubros tinham pela frente uma chave muito acessível e aberta a surpresas, tendo como adversários Blackburn Rovers, Rosenborg e Legia Varsóvia.

O Blackburn era considerado o rival mais forte, após o título histórico na Premier League com um elenco mantido pelo milionário Jack Walker no qual se destacava o goleador Alan Shearer, além do goleiro Tim Flowers, do zagueiro escocês Colin Hendry, do lateral Graeme Le Saux e do volante David Batty. Mas o Rosenborg, comandado por Nils Arne Eggen, contava com muitos nomes que atuavam com frequência pela boa seleção da Noruega daquele período, assim como o Legia reunia alguns destaques da Polônia, como o meia Ryszard Staniek.

Mas o Spartak mostrou suas credenciais de cara, ao bater o Blackburn em pleno Ewood Park por 1 a 0, gol de Yuran. E depois de derrotar o Legia por 2 a 1 no Luzhniki, foi a Trondheim arrancar uma virada sensacional sobre o Rosenborg. Os noruegueses marcaram duas vezes no primeiro tempo com Kalle Løken e Harald Brattbakk. Mas a reação russa na etapa final começou com um gol do meia Alenichev, que entrara no intervalo. Nikiforov empatou aos 20 minutos. E o atacante Valeri Kechinov, outro vindo do banco, fez dois e decretou a vitória por 4 a 2.

Duas semanas depois, o Spartak passaria outra vez o trator sobre o Rosenborg, agora em Moscou. Com menos de 20 minutos de jogo, já vencia por 3 a 0, gols de Valeri Shmarov, Yuran e Tsymbalar. A dez minutos do fim, Tikhonov fez o quarto. E só no último minuto Kalle Løken descontou. Depois foi a vez do Blackburn não ser perdoado no Luzhniki: com gols de Alenichev no primeiro tempo e de Nikiforov e Ramiz Mamedov no segundo, os russos chegaram a uma tranquila vitória por 3 a 0 e carimbaram a classificação para as quartas de final.

Antes, é claro, faltava concluir de forma irretocável a campanha no grupo. E o 100% veio com a vitória pelo placar mínimo sobre o Legia (que também se garantiu na etapa seguinte graças à vitória do Blackburn sobre o Rosenborg) na Polônia, gol de Mamedov. O Nantes seria o adversário do Spartak nas quartas. Mas o maior oponente da campanha russa naquela Champions seria a janela de transferências. O fim da fase de grupos da Champions coincidia com o encerramento da temporada russa. E o sucesso da equipe levou ao seu desmonte.

Deixaram o clube o goleiro Cherchesov (Tirol Innsbruck), o líbero Onopko (Oviedo) e o zagueiro Kulkov e o atacante Yuran (ambos Millwall), além do técnico Romantsev, que passou a se dedicar apenas à seleção russa que disputaria a Euro 96. O time ainda perdeu Khlestov por uma lesão que também o tiraria do torneio continental de seleções. Mutilado, o Spartak não resistiu ao Nantes, que venceu em La Beaujoire por 2 a 0. Na volta, chegou a igualar o agregado com dois gols de Nikiforov. Mas Nicolas Ouédec também fez dois e eliminou os alvirrubros.

Barcelona 2002/03

Imagem do artigo:O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar

A ampla reformulação promovida pela Uefa em suas competições de clubes para a temporada 1999/00 – que extinguiu a Recopa e inchou a Liga dos Campeões – teve reflexos no regulamento do torneio principal. Ao permitir que um país tivesse quatro ou até cinco clubes na competição antes quase restrita aos vencedores das ligas nacionais (e alguns vices), a entidade aumentou de 16 para 32 o número de equipes na fase de grupos original (agora divididas em oito chaves), além de criar uma segunda etapa nesse formato, com os 16 classificados da anterior.

Esse regulamento com duas fases de grupos durou até a temporada 2002/03. E foi justamente nela que o Barcelona não só inscreveu seu nome nesse seleto clube dos 100% como ainda quase repetiu o feito na mesma edição. E antes disso, os blaugranas ainda superaram com duas vitórias o Legia Varsóvia na fase preliminar: 3 a 0 no Camp Nou e 1 a 0 na Polônia. Na equipe dirigida por Louis van Gaal, a “colônia holandesa” ainda tinha destaque, sendo representada no elenco por Frank de Boer, Michael Reiziger, Phillip Cocu, Patrick Kluivert e Marc Overmars.

Mas agora havia espaço para outras nacionalidades: os argentinos Roberto Bonano, Javier Saviola e Juan Román Riquelme; os brasileiros Thiago Motta, Fabio Rochemback e Geovanni; o sueco Patrik Andersson, o alemão Robert Enke, o francês Phillippe Christanval e até espanhóis trazidos de fora, como Gaizka Mendieta, Luis Enrique e Dani García. Mas, sobretudo, a “cantera” começava a gerar frutos, como os já titulares Xavi, Puyol e Gabri, e os ascendentes Victor Valdés, Fernando Navarro e Iniesta, além de Gérard, que voltava após brilhar no Valencia.

A campanha perfeita veio na primeira fase, no Grupo H, na qual o Barça fez valer seu favoritismo diante de Club Brugge, Galatasaray e Lokomotiv Moscou. Porém, os blaugranas estrearam com certa dificuldade vencendo os belgas por um apertado 3 a 2 no Camp Nou. Duas vitórias mais seguras como visitante sobre os turcos (2 a 0) e os russos (3 a 1) acalmaram a situação da equipe dentro da chave, antes de dois triunfos magros por 1 a 0 sobre o Lokomotiv na Catalunha e o Club Brugge na Bélgica assegurarem a classificação e a ponta do grupo.

No último jogo, um mistão barcelonista venceu o Galatasaray por 3 a 1 no Camp Nou com gols de Dani, Gérard e Geovanni, e assegurou os 100% de aproveitamento. Na segunda fase de grupos, a parada já era mais difícil, enfrentando Internazionale, Bayer Leverkusen e Newcastle. A equipe catalã, no entanto, começou no mesmo ritmo, vencendo os alemães por 2 a 1 fora de casa, numa virada comandada por Saviola e Overmars, e também os ingleses por 3 a 1 na Catalunha, com Dani, Kluivert e Thiago Motta escrevendo seus nomes na lista de goleadores.

Mas nem mesmo a brilhante campanha europeia salvou Louis van Gaal no cargo. No torneio doméstico, as coisas iam de mal a pior: o Barça virara o turno apenas na 12ª posição em La Liga e demitiu o treinador no fim de janeiro de 2003, recrutando o sérvio Radomir Antic para o posto. Com ele, o time atropelaria a Inter com um 3 a 0 no Camp Nou, mas perderia seus primeiros pontos no torneio europeu, depois que os nerazzurri, dirigidos pelo argentino Héctor Cúper, fecharam a casinha e seguraram um empate sem gols em Milão na quarta rodada.

Depois disso, o Barça fechou a campanha naquela chave com duas vitórias por 2 a 0 sobre Bayer Leverkusen em casa e Newcastle fora e passou às quartas de final mais uma vez com o primeiro lugar. Porém, cairia logo naquele primeiro mata-mata diante da Juventus. Em Turim, o uruguaio Paolo Monteiro marcou para os donos da casa, mas Saviola empatou. Na volta, nova igualdade nos 90 minutos, com Pavel Nedvěd e Xavi balançando as redes. Na prorrogação, a seis minutos do fim, o atacante uruguaio Marcelo Zalayeta decretou a eliminação blaugrana.

Real Madrid 2011/12

Imagem do artigo:O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar

Nove anos depois do Barça seria a vez do arquirrival Real Madrid cumprir a campanha perfeita na fase de grupos da Champions. Para tentar encerrar um jejum na competição que já chegava a uma década, o time de José Mourinho recebeu o zagueiro Raphaël Varane (Lens), o lateral Fábio Coentrão (Benfica), o ponta José Callejón (Espanyol) e os meias Nuri Şahin (Borussia Dortmund) e Hamit Altintop (Bayern de Munique), acrescentados à base que já reunia nomes como Casillas, Cristiano Ronaldo, Kaká, Sergio Ramos, Xabi Alonso, Marcelo e Di María, entre outros.

Os merengues já entraram direto na fase de grupos, na qual enfrentariam Ajax, Lyon e Dínamo de Zagreb, contra quem estreariam vencendo por 1 a 0 na capital croata com gol de Di María. O restante da campanha foi bem mais folgado: no Santiago Bernabéu, o time passou com facilidade pelos Godenzonen (3 a 0, Cristiano Ronaldo, Kaká e Benzema) e pelos Gones (4 a 0, Benzema, Khedira, Lloris contra e Sergio Ramos), antes de Cristiano Ronaldo marcar duas vezes (um de falta e um de pênalti) nos 2 a 0 sobre os franceses no Gerland e selar a classificação.

Com o mistão, o time ainda triturou o Dinamo no Bernabéu: em menos de dez minutos já vencia por 3 a 0, gols de Benzema, Callejón e Higuaín. Aos 20, Özil ampliou. E na etapa final, Callejón e Benzema anotaram mais um cada, antes de Fatos Bećiraj e Ivan Tomečak diminuíram para 6 a 2 – seriam os únicos gols sofridos pelo Real Madrid naquela etapa. Na saideira, de novo com o mistão, ainda houve tempo para aplicar 3 a 0 num bom Ajax (de Jan Verthongen, Daley Blind, Christian Eriksen e Nicolás Lodeiro) em plena Amsterdam Arena.

A sequência de vitórias foi interrompida pelo 1 a 1 diante do CSKA em Moscou no jogo de ida das oitavas de final. Mas na volta, um tranquilo 4 a 1 levou os merengues às quartas para enfrentar a surpresa da competição, os cipriotas do Apoel. Em Nicósia, o Real sofreu para abrir o placar, mas marcou três vezes nos 16 minutos finais (dois de Benzema e um de Kaká) e praticamente garantiu sua passagem às semifinais. Na volta, no Santiago Bernabéu, vitória protocolar por 5 a 2, com dois de Cristiano Ronaldo, outro de Kaká, e um de Callejón e um de Di María.

O sonho do que seria a décima conquista parou diante do Bayern de Munique de Jupp Heynckes nas semifinais. Com bola rolando, foram duas vitórias por 2 a 1 para cada lado. A primeira, em favor dos bávaros na Allianz Arena, foi decidida com um gol de Mario Gómez aos 44 minutos do segundo tempo. Já no Bernabéu, Cristiano Ronaldo marcou dois já de saída (um deles de pênalti), no primeiro quarto de hora, mas Robben não demorou a descontar também ao converter uma penalidade aos 27. E a decisão da vaga também foi parar na marca da cal.

Os dois goleiros cresceram naquela disputa por pênaltis. Neuer barrou as cobranças de Cristiano Ronaldo e Kaká, enquanto Casillas também pegou os chutes de Toni Kroos e Philipp Lahm. Porém, Sergio Ramos isolou e permitiu que os alemães ficassem em vantagem – num índice surreal de cinco tiros desperdiçados em nove cobranças, ainda mais para um jogo entre duas equipes daquele tamanho e no qual dois dos gols anotados no tempo normal vieram na marca da cal. No fim, Bastian Schweinsteiger foi o herói dos bávaros, acertando o último chute do clube na série.

Real Madrid 2014/15

Imagem do artigo:O tabu da perfeição na Champions: a sombra que o Bayern tentará afugentar

Depois de enfim levantar sua décima taça na competição na temporada anterior, o Real Madrid voltou a esmerilhar numa fase de grupos na campanha seguinte, mesmo tendo um peso-pesado em seu Grupo B: o Liverpool. Os outros rivais seriam o Basel e o Ludogorets. Como reforços para tentar mais uma conquista europeia, os merengues trouxeram destaques da recém-encerrada Copa do Mundo de 2014, como o goleiro costarriquenho Keylor Navas (Levante), o volante alemão Toni Kroos (Bayern de Munique) e o meia colombiano James Rodríguez (Monaco).

Para compensar as baixas de nomes como Xabi Alonso, Ángel Di María e do malfadado Nuri Şahin, vieram ainda o volante brasileiro Lucas Silva (Cruzeiro) e, por empréstimo, o atacante mexicano Javier “Chicharito” Hernández (Manchester United). Além disso, também já estavam no elenco nomes que haviam chegado entre a campanha perfeita anterior e aquela temporada, como o lateral Dani Carvajal, os meio-campistas Luka Modric, Isco e Asier Illarramendi e o atacante Gareth Bale. Um esquadrão turbinado dirigido pelo italiano Carlo Ancelotti.

Na estreia, a equipe demonstrou seu potencial ao golear o Basel por 5 a 1 no Santiago Bernabéu com quase todos os tentos saindo ainda na primeira etapa. Na rodada seguinte, no entanto, foi mais difícil dobrar o Ludogorets na Bulgária, com a vitória de virada por 2 a 1 saindo a 13 minutos do fim graças a um gol de Benzema, depois de Cristiano Ronaldo ter desperdiçado um pênalti e convertido outro. Em seguida viriam os dois esperados duelos com o Liverpool de Steven Gerrard, Philippe Coutinho e Mario Balotelli, dirigido por Brendan Rodgers.

O destaque das duas partidas seria Karim Benzema: autor de dois gols nos 3 a 0 dos merengues em Anfield (Cristiano Ronaldo fez o outro) e também do único tento no 1 a 0 do Bernabéu, que confirmou a classificação antecipada do time de Carlo Ancelotti. A liderança foi garantida no jogo seguinte, vitória de 1 a 0 sobre o Basel na Suíça com gol do português. E uma tranquila goleada de 4 a 0 sobre o Ludogorets em casa, mesmo com time misto, encerrou a segunda campanha perfeita do Real Madrid numa fase de grupos na história da Champions.

E o time emendaria mais uma vitória no jogo de ida das oitavas de final diante do Schalke 04 em Gelsenkirchen: 2 a 0, gols de Cristiano Ronaldo e Marcelo. Mas na volta conheceria sua primeira derrota – ainda que ela não significasse a eliminação – num jogo surpreendente e movimentado. Os Azuis Reais abriram 1 a 0 (com Christian Fuchs) e 2 a 1 (com Klaas Jan Huntelaar), mas por duas vezes o Real buscou o empate com Cristiano Ronaldo. E chegou à virada com Benzema. Mas os alemães voltariam à frente com gols de Leroy Sané e Huntelaar, vencendo por 4 a 3.

Dois jogos encarniçados contra o arquirrival Atlético de Madrid de Diego Simeone marcaram as quartas de final.  E a rede só balançou aos 43 minutos do segundo tempo da partida de volta, no Santiago Bernabéu, por meio de Chicharito Hernández, levando os merengues às semifinais. E os madridistas parariam nesta fase, diante da Juventus de Massimiliano Allegri. E o algoz seria um ex-jogador do clube, o atacante Álvaro Morata, autor de um gol em cada jogo: vitória bianconera por 2 a 1 em Turim e empate em 1 a 1 na volta, em Madri.

Além de colaborações periódicas, quinzenalmente o jornalista Emmanuel do Valle publica na Trivela a coluna ‘Azarões Eternos’, rememorando times fora dos holofotes que protagonizaram campanhas históricas. Para visualizar o arquivo, clique aqui. Confira o trabalho de Emmanuel do Valle também no Flamengo Alternativo e no It’s A Goal.

Saiba mais sobre o veículo