O Slavia Praga renova sua hegemonia com o tricampeonato tcheco, mirando seu primeiro título invicto em 91 anos | OneFootball

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Trivela

·03 de maio de 2021

O Slavia Praga renova sua hegemonia com o tricampeonato tcheco, mirando seu primeiro título invicto em 91 anos

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O Campeonato Tcheco abriga uma dinastia capaz de se manter por um longo tempo no topo do país. O Slavia Praga conquistou neste final de semana o tricampeonato nacional, em seu quarto título nos últimos cinco anos. Os alvirrubros possuem um investimento chinês, o que sustenta a bonança durante os últimos tempos, mesmo com alguns entraves internos. E ainda que a crise gerada pela pandemia gere instabilidades, ela não atrapalha tanto assim o sucesso do Slavia. O time sobra na liga nacional e, ainda invicto, levou a taça com quatro rodadas de antecedência, sustentando atualmente uma vantagem de 16 pontos na primeira colocação. Foi o 20° título nacional do clube, o sétimo desde a separação da Tchecoslováquia.

Apesar da dinastia construída nos últimos anos, o Slavia Praga nem sempre esteve tão tranquilo. A tradicional agremiação chegou a sofrer ameaças de falência na primeira metade da década passada. Acordos entre os governos tcheco e chinês, entretanto, permitiram que o presidente do clube costurasse a chegada de novos investidores. Mesmo assim, após o título de 2016/17, que rompeu o jejum de oito anos na liga nacional, os alvirrubros enfrentaram altos e baixos. Os antigos administradores entraram em crise e abriram mão do negócio. A salvação veio quando um novo laço com empresários chineses foi costurado. Os atuais donos são o Grupo Sinobo, com atuação principalmente na construção civil e que, na Superliga Chinesa, gerem o Beijing Guoan. Foi a partir desse apoio que o Slavia deslanchou, não apenas para dominar o cenário nacional, como também para despontar nas competições continentais.


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O Grupo Sinobo está à frente do Slavia Praga desde dezembro de 2018, demarcando exatamente o atual tricampeonato nacional. O primeiro título teve uma margem menor, com cinco pontos de vantagem sobre o Viktoria Plzen. Na temporada passada, o desempenho melhorou um pouco, com vantagem de nove pontos e um desempenho defensivo absurdo, com apenas 12 gols sofridos. Já a atual campanha apresenta um aproveitamento melhor que no biênio anterior, além de ver os concorrentes enfraquecidos, selando a comemoração com três rodadas de antecedência. Mais marcante ainda, este pode ser um título invicto, com o Slavia sem sofrer qualquer derrota após 30 partidas. Desde a formação do Campeonato Tcheco em 1993, apenas o rival Sparta Praga foi campeão invicto no país. Considerando também o Campeonato Tchecoslovaco, o Slavia não é campeão invicto desde 1930, quando a liga local tinha apenas 14 partidas.

A atual campanha no Estádio Sinobo, casa do Slavia Praga, é praticamente impecável. O time conquistou 14 vitórias e um empate em 15 partidas, com 42 gols marcados e apenas sete sofridos. Fora de casa os números caem um pouco, mas ainda assim são muito bons, com 10 vitórias e cinco empates em 15 compromissos. Sem que ninguém chegasse perto de competir com os então bicampeões, o tri virou questão de tempo. E neste domingo veio com uma vitória emblemática: 5 a 1 sobre o Viktoria Plzen, vice nos dois anos anteriores, mas que agora faz uma modesta campanha na quinta colocação. As últimas quatro rodadas servirão para selar o título invicto. O rival Sparta, principal perseguidor ao longo desta edição, perdeu os clássicos nos dois turnos.

Jindrich Trpisovsky é o treinador do Slavia desde janeiro de 2018 e se coloca como o principal responsável por esse tricampeonato. O comandante consegue formar uma equipe bastante intensa e vertical, que já dá trabalho a clubes de peso nas competições europeias, e sobra ainda mais no Campeonato Tcheco. Entre os destaques em campo aparecem alguns jogadores da seleção tcheca – incluindo o meia Lukas Masopust, o lateral Jan Boril, o goleiro Ondrej Kolar e o ponta Lukas Provod. De qualquer maneira, a maior dose de talento se concentra entre os estrangeiros.

O romeno Nicolae Stanciu é o nome mais conhecido, servindo de referência no meio-campo. Alguns jogadores de origem africana também são essenciais, como o zagueiro marfinense Simon Deli e o ponta nigeriano Peter Olayinka. Já o grande valor que despontou nos últimos meses foi o senegalês Abdallah Sima. O atacante de 19 anos foi levado da França para a República Tcheca através do pequeno MAC Taborsko, até ser pinçado pelo Slavia B. Não demorou a ser promovido ao time de cima e virar uma sensação, jogando como ponta direita ou homem de referência. Foram 11 gols e cinco assistências em 18 aparições pela liga, se ausentando no fim por uma lesão.

O objetivo do Slavia será retornar à fase de grupos da Champions League, como aconteceu em 2019/20. Nesta temporada, os alvirrubros foram eliminados na última fase preliminar diante do Midtjylland. Fizeram uma campanha notável até as quartas de final da Liga Europa, mas que ficou marcada também por um deplorável caso de racismo envolvendo o zagueiro Ondrej Kudela, suspenso por dez jogos pela Uefa – e protegido com uma vergonhosa postura de ultras e diretoria. Se antes os tchecos provocavam simpatia, como um clube tradicional renascido no torneio continental, o ato de Kudela gerou amplo repúdio. Caberá à equipe tentar reconstruir sua imagem. Na próxima Champions, os tchecos entrarão na segunda fase preliminar.

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