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·14 de abril de 2020

O que significa ser ídolo de um clube?

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O que significa ser ídolo de um clube?

O que compõe o DNA de um grande jogador?


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Mais ainda. O que compõe o DNA do maior jogador de um clube?

O que é necessário fazer para se transformar em um símbolo de toda uma história?

Jogos? Gols? Defesas? Títulos? Rivalidade? Empenho? Garra? Raça? Identidade?

É difícil explicar o que é preciso fazer para se tornar ídolo de uma torcida. Difícil demais. Mas o que é preciso para se tornar um ídolo de todo um Estado? Como juntar torcidas rivais? Impossível? Improvável? Impensável?

Insanamente, a terra do pão de queijo não adora simplesmente a culinária. Alvinegros e azuis se juntam quando o assunto é idolatria. Mais difícil do que encontrar alguém que não goste de feijão tropeiro é encontrar qualquer pessoa que odeie José Reinaldo de Lima e Eduardo Gonçalves de Andrade. Ídolos e maiores jogadores dos dois maiores clubes do Estado, Reinaldo e Tostão não são ídolos apenas de atleticanos e cruzeirenses, respectivamente. Quase impossível encontrar um atleticano que deteste Tostão. Muito improvável encontrar um cruzeirense que odeie o Rei. Ser rival pode significar o ódio mortal ao outro. Mas em Minas Gerais, os ídolos permanecem intocáveis. Entidades. Deuses. Referências. Exemplos. Ídolos.

Os dois maiores artilheiros da história do Mineirão (Reinaldo, 152 gols, e Tostão, 143) tiveram vida futebolística curta, mas intensa. O Rei se aposentou aos 30 anos de idade. O Rei Branco, aos 26. Ainda assim, permanecem na história e no imaginário de torcedores que, muitas vezes, sequer os viram jogar.

O Ídolo máximo do Atlético é o maior artilheiro da história do Clube, do Mineirão e de Minas Gerais. Campeão estadual e de torneios europeus, é até hoje lembrado pelo joelho problemático, e como um dos atacantes mais técnicos da história do futebol, além de ter até hoje a maior média de gols de um Campeonato Brasileiro (1,55 gol por partida no Brasileirão de 77, em que foi vice campeão invicto, anotando 28 gols em 18 partidas). Preterido na Seleção Brasileira de 82, viu Chulapa pegar sua vaga ao se rebelar contra a ditadura e não negar a amizade que possuía com um jornalista homossexual. Apoiador dos Panteras Negras, se envolveu com drogas e política. Nem mesmo a passagem relâmpago de 2 jogos e nenhum gol pelos azuis de BH apagou a memória dos atleticanos. Maior ídolo e maior jogador da história do Clube, mesmo não vencendo nenhum torneio nacional.

Já Tostão, maior jogador da história do Cruzeiro Esporte Clube, viu sua carreira brilhante se findar após a ameaça de ficar cego caso continuasse. Iniciado no América, vestiu a camisa azul por mais de 380 jogos, se tornando o maior artilheiro do Clube, dono da maior média de gols da história do Mineirão, e detentor de inúmeros títulos (Mineiros e Brasileiro), até se aposentar precocemente no Vasco da Gama. Gênio e craque, compôs o maior trio de ataque da história do futebol, juntamente com Pelé e Jairzinho, se sagrando campeão da Copa do Mundo de 1970. Colunista de respeito, abandonou o apelido ao se tornar médico na UFMG em 1981, e passou a ser Dr. Eduardo.

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Separados desde o berço, cruzeirenses e atleticanos se unem até a morte pela história de seus ídolos. Tostão ídolo do Atlético? Reinaldo ídolo do Cruzeiro? Nem tanto. Não nos clubes em si. Mas na imaginação dos torcedores, não é sacrilégio afirmar que Tostão é uma referência dos atleticanos, e Reinaldo referência aos cruzeirenses.

Há quem diga que ser ídolo de um clube é ser amado pelos torcedores do próprio, e ser odiado pelos rivais. Será mesmo? Por que não ser amado e respeitado por todos?

Afinal, o que significa ser ídolo de um clube?

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