MundoBola Flamengo
·08 de fevereiro de 2025
O que dizer sobre um jogo onde nada aconteceu?
![Imagem do artigo:O que dizer sobre um jogo onde nada aconteceu?](https://image-service.onefootball.com/transform?w=280&h=210&dpr=2&image=https%3A%2F%2Ffla-media.mundobola.com%2Fmedia%2F2025%2F02%2Fluiz-araujo-flamengo-marcacao-lateral-fluminense.jpg)
In partnership with
Yahoo sportsMundoBola Flamengo
·08 de fevereiro de 2025
Nelson Rodrigues dizia que o Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada, sinalizando o poder simbólico do clássico, que já estaria lá antes de tudo começar e que ainda vai existir quando cada coisa terminar.
Mas se você assistiu o empate em 0x0 entre Flamengo e Fluminense neste domingo, você provavelmente tem a sensação de que sim, a bola começou a rolar 40 minutos antes do nada, a partida durou cerca de 5 milhões de anos, e você foi obrigado a acompanhar cada momento, dado o nível de ausência de emoção, surpresa, aventura e entretenimento oferecido no mais tradicional dos clássicos cariocas.
Escalado com Pulgar e Évertton Araujo, o Flamengo com dois volantes de ofício não corria perigo, mas demorou para se encontrar no jogo, não conseguindo repetir no começo da partida a postura de posse de bola e pressão ofensiva dos últimos jogos. A lesão de Alexsandro, um jogador de mais trabalho de bola e articulação pelo meio, que deu lugar a Ayrton Lucas, um atleta cujo perfil lembra mais o personagem Sonic, correndo muito e pensando pouco, também ajudou a confundir o início da equipe rubro-negra.
Porém não demorou até que o Flamengo tomasse o controle do jogo, ainda que esse controle não significasse necessariamente chances claras. Wesley não conseguia encontrar o espaço pelas pontas, Bruno Henrique não conseguia se livrar da marcação no ataque e as jogadas de meio acabavam não acontecendo, muito pela ausência de Arrascaeta e de la Cruz.
O cenário então era um Flamengo que não era exatamente atacado - o futebol ofensivo está para Mano Menezes da mesma forma que luz do sol e um crucifixo estão para um vampiro - mas que também não conseguia atacar, com a única chance real de gol tendo que esperar até os 43 do segundo tempo para acontecer, numa cabeça de Éverton Cebolinha que o goleiro Fábio, violando o estatuto do idoso, estava presente em campo para defender.
Um resultado frustrante, claro, dada a disparidade técnica entre as duas equipes, mas que é justificado não apenas pela oscilação que o Flamengo ainda vive nesse começo de temporada como também pela necessidade de rodízio de atletas, com alguns voltando de lesão, outros em controle de carga e até mesmo Danilo e Juninho ainda se adaptando ao futebol brasileiro.
No fim o que temos é mais um jogo do Campeonato Carioca que não valeu muita coisa mas ao menos serviu pra que Filipe Luis fizesse suas obervações e a equipe ganhasse ritmo - cada controle de minutagem realizado ou não nesse começo de ano pode ser a diferença entre um jogador estar lesionado ou voando quando precisarmos dele num Mundial de Clubes da vida, por exemplo.
A torcida que foi ao Maracanã e os torcedores que assistiram o jogo de casa mereciam bem mais? Com certeza. Mas vamos torcer pra que a dívida de bom futebol que foi contraída hoje seja paga nos jogos que realmente importam, já que o FlaFlu de hoje começou 40 minutos antes do nada mas no fundo era exatamente nada que ele estava valendo.