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Luiz Signor·30 de junho de 2021
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Luiz Signor·30 de junho de 2021
O Esporte Clube Bahia foi um pioneiro no futebol brasileiro ao criar o Núcleo de Ações Afirmativas (NAA) em janeiro de 2018
E reafirmou seu condição de clube engajado em questões tão importantes na sociedade brasileira na última segunda (28), o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, em suas redes sociais.
Segundo o Tricolor, o “grupo, formado por sociólogos, filósofos, publicitários, um defensor público, professores e pesquisadores sobre a questão de gênero no esporte, dentre outros, tem a missão de enfrentar temas delicados e pouco debatidos dentro do mundo do futebol, como o combate à homofobia, ao machismo e à intolerância religiosa, além da promoção de medidas em prol de pessoas com deficiência e correlatas“.
A iniciativa foi uma das primeiras ações de Guilherme Bellintani ao ser eleito presidente do clube. Tinha ouvido o apelo de sócios para que o clube dialogasse mais com a torcida e se integrasse melhor à comunidade baiana, fazendo valer a fama de “time da massa”.
“O projeto nasceu do objetivo de tornar o clube ainda mais popular, plural e como um vetor de consolidação do processo democrático. Diversidade e democracia caminham juntos. A opção por um NAA foi, no final das contas, para fazer jus ao componente popular e democrático do Bahia”, disse Tiago César, um dos coordenadores do NAA, ao OneFootball.
Não houve, segundo Tiago, resistência na diretoria tricolor para a criação da iniciativa. Apenas de parte da torcida:
“A resistência, infelizmente, vem de uma parte da torcida. Vem principalmente de homens, brancos, supostamente heteros. A resistência vem da parcela da população que não quer perder seus espaços de privilégio. Não há transformação social possível sem interferir na lógica de privilégios de um país que se construiu na escravidão, no sexismo e em tantas outras formas de opressão”.
Nós costumamos falar: “Defender o interesse das pessoas é um dever de quem compõe o grupo gestor de um clube popular e diverso como o Bahia.
O Bahia foi um dos cinco clubes das Séries A, B e C a se manifestar lá em 2018 sobre o Dia Internacional de Combate à Homofobia, celebrado em todo 17 de maio. 👇🏽
E ganhou o prêmio Honra ao Mérito LGBT por tal post.
Já em 2019 e no dia 29 de janeiro, o Dia Nacional da Visibilidade Trans, o Bahia informou que passou a adotar o nome social em todos os procedimentos administrativos do clube.
Uma pessoa trans foi contratada e segue até hoje como funcionário do clube.
Cinco meses depois, veio o lançamento da coleção #BahiaClubeDoPovo com camisas para abraçar a pluralidade da torcida tricolor.
Já em setembro do mesmo ano, o NAA lançou a campanha #LevanteBandeira junto com o vídeo “Não existem linhas que limitem o amor”
Em janeiro do ano passado, o Tricolor Bahia divulgou a campanha sobre o número 24, considerado “proibido” no futebol e ressignificando o mesmo como o número “do respeito”.
O clube considera que tem feito a sua parte na missão de lutar contra o racismo, machismo, homofobia e outras formas de opressão.
O Bahia se enxerga aprendendo, construindo, desbravando, honrando as pessoas que amam o clube e sonhando com um mundo melhor.
E análise após três anos meio de atuação do Núcleo de Ações Afirmativas é considerada positiva.
“Temos um clube com uma democracia jovem. Há muito o que evoluir. Porém sentimos o clube e o estádio mais diverso, mais inclusivo, mais a cara das nossas tradições populares. Abrimos um caminho de transformação institucional e criamos um ambiente que serviu como exemplo para outros clubes. A análise é positiva, porém entendemos que temos muitos caminhos a percorrer”, encerrou um dos coordenadores do NAA.
Para marcar o Mês do Orgulho Gay – uma celebração global da comunidade LGBTQ + -, o OneFootball apoia e presta uma homenagem aos membros LGBTQ + no mundo do futebol por meio de uma série de conteúdos dedicados.
Foto: Rprodução/Twitter Torcida LGBTricolor
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