O motivo pouco falado que vetou as debêntures no Inter e a cena lamentável da noite
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A noite de ontem foi marcada por uma decisão histórica no Conselho Deliberativo do Internacional. Em uma votação apertada, os conselheiros rejeitaram a proposta de emissão de debêntures para reestruturar a dívida do clube. Foram 161 votos contra e 159 a favor.
Para quem não está familiarizado, debêntures são títulos de dívida emitidos para investidores. A ideia do Inter era captar R$ 200 milhões para quitar dívidas bancárias, que possuem juros mais altos, e substituí-las por uma dívida com juros menores. Na prática, isso traria uma economia mensal de R$ 2,5 milhões em juros e um alívio total estimado de até R$ 150 milhões em cinco anos.
Apesar da aparente vantagem financeira, a proposta gerou resistência. O motivo principal? A utilização do estádio Beira-Rio como garantia. Embora o clube tenha explicado que o Beira-Rio seria a última das quatro garantias previstas, muitos conselheiros argumentaram que alienar o estádio poderia colocar em risco um dos maiores patrimônios do clube em caso de inadimplência.
Outro ponto que pesou na rejeição, que pouca gente está falando, foi a falta de um plano sólido para equilibrar receitas e despesas do clube. Giovanni Luigi destacou que, mesmo com a captação dos R$ 200 milhões, o Inter continuaria gastando mais do que arrecada. Sem um ajuste estrutural, a dívida poderia voltar a crescer em poucos anos, agravando a situação financeira.
O cenário também gerou desconfiança devido à dinâmica política do clube. A gestão atual, comandada pelo presidente Alessandro Barcellos, teria um ano de carência para iniciar o pagamento do principal da nova dívida. Esse prazo permitiria um alívio imediato nas finanças, mas deixaria a conta para as próximas gestões, alimentando o receio de que o valor captado fosse usado para contratações, e não para o saneamento financeiro.
A sessão do Conselho Deliberativo não foi apenas marcada pela votação, mas também por momentos de tensão e troca de acusações. Quem estava presente relatou que durante a discussão, Roberto Melo (canditato a presidente e ex-vice de futebol) teria feito um comentário, insinuando que o microfone da sessão falhou porque “ele não pagou nem o técnico de som”. O presidente Barcellos rebateu com “eu estou pagando o Nico López e o Edenilson”, o que escalou o clima de animosidade.