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·28 de julho de 2025

O melhor ataque é a (nossa) defesa

Imagem do artigo:O melhor ataque é a (nossa) defesa
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A experiência rubro-negra é quase sempre superlativa. As alegrias são imensas, as tristezas são gigantes, os picos vão até o céu e os vales atingem as mais abissais profundezas, as glórias são inesquecíveis e as tragédias acontecem na sua infância mas você aos quarenta ainda se vê falando delas na terapia (“ah, doutora, nesse dia eu me senti como se o Cabañas tivesse feito outro gol de falta e eu fosse o Joel Santana perguntando se pode to be”).

E esse espectro excessivamente amplo de experiências e emoções se manifesta também quando analisamos os profissionais responsáveis por elas. O Flamengo já teve alguns dos maiores artilheiros da história do futebol, mas também atletas biologicamente incapazes de empurrar uma bola pra dentro de um gol vazio. Meias que escreviam poesias com seus pés, mas também armadores que eram analfabetos funcionais na língua do passe de 5 metros. Com os zagueiros, é claro, não poderia ser diferente.


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Pra cada Mozer, Aldair, Domingos da Guia, Rondinelli ou Juan, existia sempre um Irineu, um Moisés, um Leo Devanir, um Wellinton, um Valdson, um Thiago Gosling. Se vimos Gamarra nos conquistar com sua classe e Ronaldo Angelim nos cativar com sua raça, também vimos Bruno Viana atuar na mais absoluta sacanagem, Rafael Vaz pedir pra cobrar falta e bater todas no joelho do primeiro homem da barreira ou mesmo César Martins ser mais lembrado por uma jogada com a mão do que por qualquer coisa feita com os pés.

Um carrossel de emoções extremas que só torna ainda mais gostoso viver esse momento atual em que nossos zagueiros não apenas resolvem na defesa como agora decidem também na frente. Gol de empate contra o Bragantino fora de casa, com o time pressionado? Léo Pereira. Gol da vitória contra o Atletico-MG, pra gente assumir a liderança com um jogo a menos? Léo Ortiz.

Gols que mostram não apenas a qualidade indiscutível de dois zagueiros de seleção - que revezam com outro zagueiro, também selecionável, que é Danilo - mas também a eficiência da nossa bola parada, que vem se mostrando um recurso importantíssimo pra jogos mais complicados, confrontos com equipes mais bem postadas, ou apenas partidas em que o juiz decide que agora o último homem de um time pode derrubar o atacante do outro quase dentro da área que não é mais cartão vermelho, essa regra pra ele acabou, o que é FIFA perto de um homem com um sonho?

Com isso a defesa rubro-negra garantiu mais uma vitória e nos deixou na liderança do campeonato, com um jogo a menos que o segundo colocado - ainda que o Palmeiras, na terceira posição, esteja 4 pontos atrás mas com um jogo a menos que nós. Uma posição importante e uma gordura interessante de ter, diante do fato de que nos próximos meses vamos estar disputando três competições ao mesmo tempo enquanto os adversários podem estar priorizando apenas o Brasileiro.

Mas ainda que o futuro pareça animador, vale a pena sim saborear o momento e a felicidade que é, pra quem já teve que ler entrevista pós jogo onde Erazo “O elegante” dizia que estava falhando na marcação porque não entendia nada do que Wallace “o zagueiro leitor” falava, saber que Léo Ortiz e Léo Pereira não apenas falam a mesma língua como também andam falando bastante a língua do gol. A gente merece muito.

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