Mercado do Futebol
·03 de abril de 2020
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Octávio Merlo Manteca nasceu no dia 29 de dezembro de 1993 na cidade do Rio de Janeiro. Fostes revelado no Botafogo e tens passagens por ABC, Fiorentina e Beerschot Wilrijk (Bélgica). Atualmente está no Beroe (Bélgica). Conhecido e reconhecido pela seriedade em campo e disciplina tática
1- Fostes revelado pelo Clube de Regatas do Botafogo. Quais foram os principais aprendizados nesta época de base? Em seu primeiro ano como profissional teve a conquista do estadual, para você foi o seu melhor ano na carreira? Por qual motivo? Como descreverias o título da Série B e a sua presença durante a competição?
R: Sim, fui revelado pelo Botafogo, cheguei em 2009 em uma peneira, e fui aprovado no final do mesmo ano, acredito que em 2012 no juniores, foi o ano em que eu mais aprendi, Jair Ventura era nosso treinador, e ele é muito tático, e eu aprendi muito com ele, cresci muito ali, foi a onde eu tive a oportunidade logo depois de subir para os profissionais. Eu não tinha nem um mês de profissional e já fomos campeões estadual em 2013, logo depois eu acredito que fiz parte de um dos melhores grupos de jogadores que o Botafogo teve durante esses 10 anos, aprendi muito com o Jefferson, Seedorf e Bolivar, que eram os líderes do grupo naquela época, e no final conquistamos uma vaga na Libertadores, onde o Botafogo não participava há 18 anos.
2- Tens passagens por ABC, Fiorentina e Tupi. Como descreverias a estrutura e torcida destes respectivos clubes)? Existe alguma diferença latente entre os clubes (aspecto geral)? Como foi a sua passagem pela equipe de Firenze? O que pode dizer sobre o amadurecimento dentro do futebol europeu? Acreditas que o passaporte espanhol facilitou a negociação? Como descreves a sua atuação dentro da Série B 2016 pelo Galo Carijó?
R: Em 2014, eu não estava sendo muito aproveitado e existiam algumas especulações, meu empresário Márcio Bittencourt me orientou a ser emprestado, precisava estar na vitrine, e por ter passaporte espanhol, facilitaria uma futura negociação, então fui para o ABC, onde fiz bons números, foram 12 jogos e 4 gols, a torcida é muito apaixonada, tenho um carinho muito grande pelo alvinegro potiguar, me abriu as portas e logo depois meu empresário trouxe a proposta de empréstimo da Fiorentina, fui para equipe principal, dividindo vestiário com Cuadrado, Joaquín, Neto, Mario Gómez, Salah, pude crescer muito com o treinador Vincenzo Montella, eu iria jogar a Copa Itália, já que aquele ano estávamos brigando pela UEFA, mas infelizmente tive uma lesão em janeiro, e fiquei fora até o fim do empréstimo.
R: Foi onde eu voltei para o Botafogo, renovei meu contrato até o fim de 2017, reencontrei o Jair, que assumiu o time logo após a saída do Renê Simoes, e depois o Botafogo contratou o Ricardo Gomes, que foi um cara que me tratou como filho, e eu sou muito grato, Depois fui para o Tupi, estava muito bem, por mais que o clube não vivia uma situação boa no campeonato, mas infelizmente tive uma lesão no final, e retornei ao Botafogo para tratamento, acompanho o Tupi, e fico triste com a situação que o clube se encontra no momento.
3- Passou por Volta Redonda, Beerschot Wilrijk (Bélgica) e Perilima-PB. Como recebestes a proposta para atuar no estadual da Paraíba? Como foi atuar com Marcelinho Paraíba (se aposentou esse ano)? O que pode extrair do atleta? O Campeonato Belga foi o primeiro no mundo a cancelar seus jogos e declarar um campeão (por causa do coronavírus), como analisas essa decisão? Existe a possibilidade disso acontecer na Bulgária? O que podes dizer de positivo do Voltaço?
R: Em 2017, fui para o Voltaço, onde fiz grandes amigos, Zada que era o gestor naquela época, me ajudou muito, e logo depois eu e Botafogo resolvemos encerrar nosso contrato, onde o alvinegro carioca arcou com tudo certo, fui para Bélgica, onde me identifiquei muito com o clube, com a cidade e com os torcedores, é meu segundo time do coração, eu amo o Beerschot e espero um dia retornar. Eu vi pela internet essa decisão, na verdade, eu não sei o que é certo ou errado, estamos vivendo um momento muito difícil, onde não sabemos quando vai terminar, espero que esse problema tenha uma solução para já, porque estamos todos muito preocupados.
R: Quando fui para Paraíba foi o momento mais triste da minha vida, não tenho boas recordações, acionei eles na justiça por falta de pagamentos, e o processo ainda está rolando. Hoje estou aqui na Bulgária e muito feliz, pude voltar a jogar e retomar minha carreira, dia 12 de abril vai ter uma reunião, para tentar achar uma solução para o campeonato.
4- Atualmente está no Beroe (Bulgária). Como estão os cuidados seus, da sua família e do país perante essa pandemia? Como descreverias os seus jogos pela equipe búlgara? Quais as principais diferenças entre Itália, Bélgica e Bulgária? Pretendes retornar ao futebol brasileiro no futuro?
R: Estamos em quarentena já faz 1 mês, situação muito difícil, somente podemos sair se for para o mercado ou farmácia, todos os negócios estão fechados, o clube suspendeu os treinos até dia 30 de abril, nós temos uma programação de treinos, que podemos fazer em casa. Sempre que eu e minha esposa vamos ao mercado, colocamos máscaras e luvas, e andamos Sempre com álcool em gel, estamos em outro país, onde nem todos falam inglês, então temos que nos cuidar ao dobro, por mais que o médico do clube tenha nos dado todo suporte necessário. Tivemos quatro jogos antes a parada, estava praticamente um ano sem jogar, com todo esse problema com o clube da Paraíba, voltar a jogar é uma alegria, e estou muito feliz.
R: Dos quatro jogos eu joguei todos, e fiz um gol, estava entrando no ritmo, crescendo a cada jogo, mas infelizmente o mundo teve esse problema. Entre a diferença dos campeonatos que já joguei, o búlgaro é mais físico que todos os outros, o italiano é mais tático, mais defensivo, e o brasileiro é mais jogado, tem mais jogadas de efeitos, tem mais improvisação, o Campeonato Belga, é mais dinâmico, você não para, o jogo é lá e cá os 90 minutos.
5- Uma mensagem para os colunistas e leitores do site mercadodofutebol.net.br?
R: A mensagem que eu deixo parte a todos que estão lendo essa matéria, é que tudo passa, não importa a dificuldade que está passando no momento, coloca um sorriso no rosto e faça o que tiver que fazer, esteja pronto, porque a oportunidade chega, os momentos ruins passam, mas vale a pena lembrar; que os momentos felizes também passam, o que você não pode perder, são seus sonhos, sua fé, sua força, e principalmente, o sorriso do rosto, um dia sem sorrir, é um dia perdido, dica do surdinho. Alegria sempre, não importa o momento, temos que ser grato por tudo