O meia Marquinho chegou à Roma mirando a Seleção, mas não teve constância na Serie A | OneFootball

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·23 de abril de 2024

O meia Marquinho chegou à Roma mirando a Seleção, mas não teve constância na Serie A

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O Fluminense protagonizou um dos maiores épicos do futebol brasileiro neste século. O Tricolor chegou a ter 99% de chance de ser rebaixado no Brasileirão de 2009, mas conseguiu uma arrancada histórica nos últimos jogos e se salvou do descenso na rodada derradeira, ao empatar em 1 a 1 com o Coritiba. O meia Marquinho foi o autor do gol que livrou o time carioca da Série B e seria importante na conquista do título nacional do Flu, na temporada seguinte. Em 2012, deixou as Laranjeiras para atuar na Europa. Emprestado à Roma, desembarcou na capital com respaldo do então técnico giallorosso, Luis Enrique, e mirando a Seleção, mas não deslanchou na Bota.

Marco Antônio de Mattos Filho, mais conhecido como Marquinho, nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, em meados da década de 1980. Ele deu seus primeiros passos no futebol nas categorias de base dos principais clubes gaúchos, como Juventude, Internacional e Grêmio. Nos anos 2000, o garoto deixou o sul do país e chegou ao sudeste, onde passaria pelos times juvenis de Vasco e Palmeiras. O canhotinho permaneceu por mais tempo no clube paulista e se destacou pela equipe sub-20. Apesar de problemas burocráticos envolvendo seu empresário e a diretoria alviverde, ele chegou ao profissional em 2007, aos 20.


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Em agosto daquele mesmo ano, Marquinho foi negociado com o Botafogo, mas não durou muito na equipe alvinegra: pouco utilizado por Cuca, técnico do Fogão à época, acabou transferido para o Figueirense. O gaúcho explodiu e, ao lado de Cleiton Xavier, se tornou um dos principais destaques do Figueira – não o suficiente, porém, para evitar a queda à Série B. Visado no mercado, ele arrumou as malas, deixou Florianópolis e aterrissou no Rio de Janeiro, no início de 2009, para viver momentos incríveis com o Fluminense.

Por lá, foi protagonista da épica fuga do rebaixamento em 2009, fez grande dupla com o argentino Darío Conca na campanha que culminou no título do Brasileirão de 2010 e seguiu marcando gols importantes em 2011. No ano seguinte, contudo, o Fluminense contratou Thiago Neves e Wagner, dois meias canhotos, e Marquinho perdeu espaço na equipe de Abel Braga. Com isso, em janeiro de 2012, o clube carioca acertou o empréstimo de seis meses do gaúcho para a Roma, que contava com uma razoável colônia verde e amarela na época – seu elenco tinha Cicinho, Juan, Fábio Simplício e Rodrigo Taddei.

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Após destaque no Fluminense, Marquinho chegou a uma Roma cheia de brasileiros (AFP/Getty)

Segundo o ge, a Loba pagou 3,5 milhões de euros para contar com o brasileiro, então com 25 anos. Ele herdou a camisa 7, vaga após a saída do chileno David Pizarro para o Manchester City, e recebeu elogios de Luis Enrique, comandante dos giallorossi, que destacou sua polivalência. “É um jogador muito interessante, que pode jogar como lateral-esquerdo, mas também como meia-atacante. Tem grande qualidade e pode ser importante para nós”, disse o espanhol, em entrevista coletiva um dia após o clube oficializar o gaúcho como reforço.

Apresentado na Roma, Marquinho falou até em representar a seleção nacional. “Agora que sei que tenho a capacidade de jogar em um grande clube europeu, a seleção brasileira passa a ser um sonho para mim também”, afirmou. O meia entrou em um time que estava na sexta colocação da Serie A e sonhava com a possibilidade de disputar competições europeias na temporada seguinte. A estreia ocorreu durante a vitória por 1 a 0 sobre o Parma, no Olímpico, pela 24ª rodada da Serie A: ele substituiu o bósnio Miralem Pjanic no segundo tempo e ficou em campo por 10 minutos.

Em seus cinco primeiros jogos pela equipe capitolina, Marquinho foi titular em apenas uma partida, onde viu, do início ao fim do confronto, a Atalanta dominar e golear os giallorossi, por 4 a 1, com direito a tripletta do artilheiro argentino Germán Denis. Porém, o gaúcho terminou a temporada no onze inicial habitual de Luis Enrique, que o escalava na trinca do meio-campo e, às vezes, o colocava para quebrar um galho na lateral esquerda, já que o espanhol Cote – à época ainda chamado de José Ángel – não passava segurança alguma.

De fevereiro a maio de 2012, Marquinho disputou 15 jogos na Serie A, marcou três gols e viu a Roma terminar o campeonato na sétima colocação, fora da zona de classificação a competições europeias e seis pontos atrás da arquirrival Lazio. No fim de junho, a diretoria do clube entrou em contato com o Fluminense e comprou o atleta em definitivo. De acordo com o ge, a agremiação giallorossa pagou cerca de 3,5 milhões de euros para permanecer com Marquinho, que assinou contrato até junho de 2016.

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Versátil, Marquinho desempenhou várias funções na Roma (Getty)

Luis Enrique foi um dos maiores entusiastas do camisa 7. “Marquinho vai além das expectativas. Tem um chute muito potente, e ainda pergunta onde pode melhorar, o que não é tão comum dentro do futebol. Foi uma grande aquisição”, destacou. O técnico, entretanto, não seguiu à frente da equipe para 2012-13, embora a cúpula romanista desejasse sua permanência em Trigoria. Quem assumiu o comando da Roma para 2012-13 foi Zdenek Zeman, um treinador conhecido por suas táticas ofensivas.

Sob o comando do checo, Marquinho quase não foi titular e, habitualmente saindo do banco de reservas, atuou em várias posições. Os maus resultados do time não agradaram James Pallotta, presidente giallorosso à época, que demitiu Zeman em fevereiro de 2013. O interino Aurelio Andreazzoli assumiu a equipe até o fim da temporada, e, assim, Marquinho voltou a frequentar o onze inicial. Nesse novo momento, o brasileiro jogou em todas as posições do flanco esquerdo: lateral, ala (no 3-4-2-1) e meia.

O último jogo da temporada 2012-13 terminou com um sabor indigesto para todos os romanistas. Após superarem Atalanta (oitavas de final), Fiorentina (quartas) e Inter (semi), os giallorossi perderam a final da Coppa Italia para a Lazio, em um dos maiores dérbis capitolinos deste século. No 4-2-3-1 implementado por Andreazzoli, Marquinho atuou aberto pela esquerda, no trio de meias. O bósnio Senad Lulic marcou o único tento do apimentado clássico e deu o título aos laziali.

Em 2013-14, o francês Rudi Garcia chegou em Trigoria, efetuou algumas alterações no elenco e colocou o time da Cidade Eterna para disputar o scudetto com a Juventus. O camisa 7 acabou perdendo espaço, a ponto de disputar apenas três partidas como titular no primeiro turno da temporada. Por isso, no mercado de janeiro de 2014, a Roma emprestou o gaúcho para o Verona, que estava realizando uma campanha incrível no campeonato – considerando que o Hellas havia retornado à elite após mais de uma década nas divisões inferiores do futebol italiano.

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As constantes trocas de técnico na Roma atrapalharam a sequência do brasileiro na Cidade Eterna (AFP/Getty)

Na equipe gialloblù, cuja principal estrela era o artilheiro Luca Toni, Marquinho terminou a temporada como titular e marcou dois gols, contra Catania e Lazio. Ele também manifestou o desejo de ser adquirido pelos butei. “Não sei o que me reservará o futuro, mas jogar aqui é lindo e eu me sinto em casa. Seria um prazer permanecer [no Verona]”, sinalizou, à Sky Sport.

O clube veronês, porém, não exerceu a opção de compra e o jogador retornou à capital. Rudi Garcia não tinha a intenção de utilizá-lo, então a Roma o emprestou novamente, dessa vez para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita. O negócio também incluía opção de compra por parte dos asiáticos. No Oriente Médio, o meia até teve bons números – 30 jogos, 12 gols e oito assistências –, mas, por falta de pagamento, deixou a equipe.

Finalizada a experiência no Al-Ittihad, Marquinho retornou à Itália, porém não seguiria na Roma. Após 56 partidas e sete gols pela equipe da capital, o gaúcho, então com 29 anos, acertou um contrato de quatro temporadas com a Udinese. “Passei um ano na Arábia Saudita, um outro futebol, mas queria voltar a um campeonato competitivo, a um time que conta com uma estrutura importante. E aqui, na Udinese, eu encontrei o que procurava, além de ter encontrado alguns compatriotas que vão me ajudar a me integrar”, afirmou o gaúcho, em sua apresentação, citando a presença dos brasileiros – Danilo, Felipe, Guilherme, Edenílson e Lucas Evangelista – presentes no plantel bianconero.

A passagem de Marquinho por Údine, contudo, seria breve, uma vez que ele permaneceu poucos meses na equipe dirigida por Stefano Colantuono, que frequentava a parte inferior da tabela e terminaria brigando para não ser rebaixada à Serie B. Depois de somente 13 aparições, durante a janela de transferências de inverno, acabou cedido outra vez ao futebol saudita, dessa vez para o Al-Ahli. Lá, o atleta terminaria a temporada 2015-16 até arrumar as malas, voar para o Brasil e selar sua volta ao Fluminense, em julho de 2016. A segunda aventura pelas Laranjeiras foi bem diferente da primeira. Ele não conseguiu repetir o bom nível do início da década, sofreu com lesões – a ponto de realizar duas cirurgias no joelho direito em menos de 180 dias – e acabou dispensado do Flu por telefone, em dezembro de 2017.

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Além da passagem pela Roma, Marquinho teve bons momentos num surpreendente Verona e não se deu bem na Udinese (Getty)

Marquinho saiu na bronca com a diretoria do Fluminense, após ter seu contrato rescindido enquanto estava se recuperando de cirurgia. “Sou um cara explosivo, mas fiquei sem reação. Decepcionado. Depois de tudo o que fiz pelo clube, não só naquele ano, mas pela história. Fui tratado como lixo. Foi uma facada nas costas, uma traição”, desabafou, em entrevista ao ge, sobre a maneira como acabou descartado pelo Tricolor.

Livre no mercado, o meia ficou nove meses sem emprego até ser anunciado pelo Athletico-PR. Ele já vinha utilizando as dependências do clube para realizar um tratamento no joelho. De certa forma, a contratação foi uma aposta do Furacão, visto que o jogador não disputava uma partida oficial desde junho de 2017. No Paraná, Marquinho foi um dos destaques da equipe de aspirantes e ajudou o time rubro-negro a conquistar o bicampeonato estadual em 2019. Entretanto, optou por deixar a agremiação antes mesmo do fim do Campeonato Paranaense.

Já em reta final de carreira, Marquinho ainda vestiu as cores do Vasco, onde entrou em campo somente sete vezes. O Figueirense seria o último time no qual o já experiente jogador atuaria profissionalmente. Após 12 anos, ele retornou a Florianópolis em janeiro de 2020 e seguiu por lá até agosto de 2021, quando seu contrato não foi renovado. Desde então, o meia sumiu do mundo do futebol. Em outras palavras, pendurou as chuteiras de forma discreta, sem anúncio sequer no Instagram. Atualmente, ele utiliza a rede social para postar fotos com sua esposa Jaque Siena, sua filha Laura e seu filho Lorenzo, além de publicar alguns registros de sua carreira como atleta.

Marco Antônio de Mattos Filho, o “Marquinho” Nascimento: 3 de julho de 1986, em Passo Fundo (RS) Posição: meia e lateral-esquerdo Clubes: Palmeiras (2004-07), Botafogo (2007), Figueirense (2008 e 2020-21), Fluminense (2009-11 e 2016-17), Roma (2012-14), Verona (2014), Al-Ittihad (2014-15), Udinese (2015-16), Al-Ahli (2016), Athletico-PR (2018-19) e Vasco (2019) Títulos: Campeonato Catarinense (2008), Campeonato Brasileiro (2010), Taça Guanabara (2017) e Campeonato Paranaense (2019)

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