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·02 de dezembro de 2022

O ‘Guardiolismo’ na seleção alemã não deu certo!

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Por Arthur Santos

Texto opinativo com intuito de servir para debatermos sobre o que acontece com a seleção alemã nos últimos anos


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Em janeiro de 2013, o badalado treinador espanhol Pep Guardiola assinava contrato para treinar o Bayern de Munique, principal clube alemão.

Mais do que uma contratação de um treinador vitorioso, Pep chegava ao Bayern propondo mudar as características do gigante da Baviera. E de certa forma conseguiu. O Bayern passou a massacrar seus adversários, com alto índice de posse de bola, toques rápidos e curtos e a famosa amplitude imposta por Pep aos adversários.

Lá, Pep foi tricampeão da Bundesliga, não chegou a passar da semifinal da Champions League esbarrando no poderoso Real Madrid de Cristiano Ronaldo comandado por Zidane.

Mas o que isso tem a ver com o fracasso da seleção alemã em Copas, Arthur? Para mim, muita coisa!

Não é coincidência, pelo menos para mim, que os treinadores alemães tenham mudado seus métodos e suas características de formar times desde a base alemã até os principais times da Bundesliga e chegando à seleção. Isso tem muita influência da passagem do Pep na Alemanha!

Algumas características marcantes e históricas do selecionado alemão Copa após Copa foram perdidas. A frieza, o brio, a força… a eficiência, o poder de decisão… poderia passar o texto inteiro citando vários.

Hoje estamos diante de um elenco com algumas estrelas do futebol mundial, consagrados em seus times inegavelmente, mas que flagelam com a camisa da seleção na “Hora H” como em outrora não acontecia.

Lembro que o Guardiola foi bastante criticado por ex-jogadores, por jornalistas e treinadores alemães por estabelecer tais mudanças de comportamento em campo de seus comandados e por influenciar diferentemente o desenvolvimento do futebol do país. Nomes como Ottmar Hitzfeld fizeram duras críticas na sua passagem pelo Bayern, e na época foram ignoradas pelo espanhol.

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Não, não estou aqui querendo dizer que o Guardiola é o culpado por mais esse fracasso histórico do time alemão.

Até acho que o fracasso de 2018 seja diferente desse de 2022, no Catar. E semelhança apenas a teimosia, tanto de Joaquim Löw em 2018 quanto de Hansi Flick em 2022.

É porque eu olho para jogadores como Kimmich, Gundogan, Sané… e consigo enxergar o desespero por ter tomado um gol ou por não ter feito um. Destemperamento quase que raro na história alemã.

São jogadores de alto nível, sem dúvidas, mas que não conseguem ser eficientes, e quando mais se precisa, falham. E não param de falhar!

A seleção alemã perdeu sua identidade, perdeu a característica que a levou a 8 finais em 20 Copas. Não é mais a mesma de antes quando tinha sim, jogadores mais limitados muitas das vezes mas que quando vestiam aquela camisa branca em Copas sem transformavam.

Hoje a Alemanha é um time estéril, e os rivais percebem isso a cada jogo, sejam eles mais fortes ou mais fracos.

É preciso repensar que tipo de futebol querem. Assim como houve uma virada chave em 2004/2006, tá na hora de mais uma e bem profunda para que esse tipo de vexame não volte a acontecer.

Lembrando que Pep Guardiola é muito cobrado em seus times, tanto no Bayern e principalmente no atual Manchester City, por fraquejar nos momentos derradeiros na Champions League. “Times domésticos”, dizem os mais críticos.

Guardiola é um gênio, é o melhor treinador que eu vi, mudou o futebol, e é lindo ver seus times atuarem na maior parte do tempo. Mas essa mudança em solo alemão pra mim não casou. É preciso entender que a Alemanha é eficiência pura, é frieza, é jogo forte, coletivo. Não é pra “falso 9”, Alemanha é centroavante grandalhão mesmo, estilo Niclas Füllkrug. Alemanha é Goretzka, que pra mim pode ser símbolo de uma revolução. Mas tudo isso depende de como eles enxergaram mais esse vexame.

Acima de tudo é preciso respeitar a escola, a velha escola. Futebol de clube é diferente de futebol de seleções. É que por mais que a Alemanha tenha sido campeã mundial em 2014 (com Guardiola já no comando do Bayern) não acho que tenha tido tempo hábil naquela época de ter influenciado tanto no jogo alemão. Era um seleção com características mais alemães do que “Guardiolistas”.

Que fique bem claro que não sou contra o “Guardiolismo”. Eu sou apenas adepto ao respeito da escola alemã, assim como a Brasileira, a Italiana, a Argentina… é uma mudança radical que a seleção alemã não se adaptou e isso se vê nos números, principalmente de 2017 até aqui.

É um dos principais fatores para seguidos vexames em competições oficiais, lembrando que a Alemanha tem um tenebroso retrospecto na Nations League: de rebaixada e levar goleada histórica pra Espanha.

Muito provável que o Hansi Flick permaneça no cargo mas tanto a federação quanto seus clubes através de seus treinadores de base precisam dar uma resposta a isso. É preciso voltar um pouco com as raízes do Futebol alemão: Força, frieza, eficiência e coletividade.

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