Calciopédia
·30 de janeiro de 2025
In partnership with
Yahoo sportsCalciopédia
·30 de janeiro de 2025
Pela última rodada da fase de liga da Champions League, a expectativa era alta para o duelo mais técnico dentre os 18 jogos simultâneos. A Atalanta dependia apenas de si para alcançar a classificação direta às oitavas de final, enquanto o Barcelona, já classificado, almejava a primeira posição. Uma partida que prometia muitos gols, tendo em vista as últimas atuações de ambas as equipes, e que cumpriu o esperado. O 2 a 2, no entanto, foi ruim para a Dea, que deixou o G8 e, na nona posição, precisará jogar os playoffs da competição.
A Atalanta vinha de um bom retrospecto na Liga dos Campeões, já que vencera todas as partidas disputadas fora do Gewiss Stadium. E, claro, por praticar um futebol interessante, podia medir forças com o Barcelona de Hansi Flick. Ainda que os catalães possam se gabar de terem um dos mais insinuantes ataque da Europa, composto por Raphinha, Lamine Yamal e Lewandowski.
Sem medo de encarar o Barça de igual para igual, a Atalanta teve as melhores chances do início da partida. Aos nove minutos, Zappacosta recebeu cruzamento de Bellanova na segunda trave, mas cabeceou pela linha de fundo. Em seguida, o experiente ala fez ótima jogada pelo lado esquerdo e passou na pequena área, no intuito de encontrar De Ketelaere, que foi antecipado pelo corte de Balde – a bola explodiu em Szczesny e foi para longe.
Aos 11 minutos, foi a vez de os catalães darem a resposta. Em boa jogada, Yamal passou fácil por Hien e chutou buscando o canto de Carnesecchi, fazendo a pelota raspar a trave. Na “trocação”, Retegui acabou recebendo lançamento longo e arriscou um arremate cruzado que levou perigo: Szczesny caiu para a direita e espalmou para escanteio.
Após pressionar no primeiro tempo, a Atalanta foi surpreendida na volta do intervalo e saiu atrás no placar (Getty)
Depois desse esforço concentrado em um espaço de poucos minutos, os times reduziram o ritmo e a quantidade de oportunidades evidentes diminuiu. Os nerazzurri seguiam bem no jogo, conseguindo neutralizar as jogadas ofensivas do Barça. Aos 35 minutos, a Atalanta chegou ao gol com Zappacosta, num bate-rebate, mas o lateral-esquerdo estava impedido e a arbitragem comandada pelo polêmico Michael Oliver anulou o lance.
No primeiro tempo, a Atalanta foi mais perigosa e organizada, enquanto o Barcelona praticamente não conseguiu impor o seu ritmo de jogo ao adversário. Isso mudou logo depois do intervalo. Afinal, aos 47 minutos, os catalães conseguiram envolver a retaguarda italiana. Lewandowski lançou Raphinha nas costas da defesa, e o atacante brasileiro se livrou da marcação antes de cruzar rasteiro para Yamal, que dominou já driblando Carnesecchi e empurrou para as redes.
Mesmo com o gol sofrido no início do tempo complementar, a Atalanta não se mostrou abatida e foi em busca do empate. Logo aos 50, Pasalic finalizou em uma jogada de contra-ataque, e Szczesny fez defesa segura. Nos minutos subsequentes, contudo, Carnesecchi e a defesa nerazzurra tiveram de se desdobrar para evitar outros tentos espanhóis. O arqueiro salvou em finalizações perigosas de Raphinha e Yamal, enquanto uma nova jogada envolvente do trio de ataque do Barça envolveu a zaga italiana e a bola só não entrou porque, depois do corte providencial de Kolasinac, Lewandowski não teve equilíbrio para ficar de pé e concluir para a baliza.
Para a sorte da Atalanta, a máxima “quem não faz, leva” prevaleceu. Discreto até o momento, o brasileiro Éderson fez grande jogada ofensiva na entrada da área, ao driblar Gavi de forma brilhante e finalizar com força e no canto, sem chances para Szczesny. Aos 67 minutos, a Atalanta chegou ao empate quando estava pior no jogo e tinha muitos motivos para comemorar.
No segundo tempo, Éderson se destacou com um golaço (Getty)
O gol sofrido não interferiu no psicológico dos jogadores do Barça, que partiram para o ataque e contaram com um presentaço dos orobici. Em escanteio cobrado por Raphinha, o zagueiro Araujo subiu sozinho no segundo pau e, da quina da pequena área, cabeceou com categoria, sem chances de defesa para Carnesecchi, aos 72. Barcelona novamente à frente do marcador. A falha sistêmica aborreceu Gian Piero Gasperini, mas sete minutos depois a Atalanta conseguiu novamente o empate. De Roon encontrou Pasalic entre o autor do segundo do Barcelona e Koundé; o croata dominou, ganhou o duelo com o francês e tirou de Szczesny, igualando o placar outra vez.
No lance seguinte, poderia ter saído a virada da Dea. Zaniolo, que entrou no segundo tempo, no lugar de Retegui, recebeu belo passe pelo lado direito, só que mandou para longe do gol, com a perna esquerda. Aos 93, foi a vez de o Barcelona chegar com perigo, num arremate potente de Fermín López, muito bem defendido por Carnesecchi – novamente heroico.
O empate, por si só, não foi um mau resultado, ainda que deixe um gostinho amargo nos bergamascos pela não classificação direta às oitavas de final da Champions League. Outras notas negativas foram as lesões de Kolasinac e de Scalvini, seu substituto – o jovem italiano machucou o ombro, saiu de maca e pode precisar de cirurgia. E isso ocorre não só num momento crucial da temporada, mas também após a Atalanta perder Kossounou por três meses e Lookman por cerca de 30 dias.
O Barcelona, segundo colocado, teve uma primeira etapa de torneio muito consistente, é um dos favoritos a conquistar a tão sonhada orelhuda e, nas oitavas de final, pode encarar Brest, Monaco, Benfica ou Paris Saint-Germain. Já a Atalanta se mostrou uma equipe aguerrida e bem organizada por Gasperini, mesmo sem um elenco estrelado – ratificando o bom trabalho dos últimos anos. O time italiano garantiu o nono lugar na Champions League e, nos playoffs, enfrentará Sporting ou Club Brugge. Caso avance, terá outros adversários acessíveis: Aston Villa ou Lille.