O Egito renova a freguesia de Costa do Marfim e avança com o goleiro reserva sendo herói nos pênaltis | OneFootball

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Trivela

·26 de janeiro de 2022

O Egito renova a freguesia de Costa do Marfim e avança com o goleiro reserva sendo herói nos pênaltis

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Egito e Costa do Marfim possuem uma longa rivalidade na Copa Africana de Nações, que ganhou seu 11° capítulo nas oitavas de final desta edição. Os Faraós, no entanto, renovaram sua supremacia no confronto pelo torneio e conquistaram a vitória nos pênaltis – tal qual na ocasião mais célebre, a final de 2006. A partida seria equilibrada durante os 120 minutos, com um primeiro tempo de boas chances para os dois lados, mas queda de ritmo com o passar dos minutos. Os goleiros trabalharam bem, mas os egípcios precisaram superar a lesão de Mohamed El Shenawy, eleito o melhor da posição na fase de grupos. O reserva Mohamed Abo Gabal entrou, fez uma grande defesa para segurar o 0 a 0 na prorrogação e terminou como herói nos pênaltis. Ele defendeu a cobrança de Eric Bailly, que permitiu a vitória por 5 a 4 do Egito, que pegará Marrocos nas quartas.

A Costa do Marfim exibiu uma intensidade muito alta durante os primeiros minutos da partida. Os Elefantes marcavam em cima e não tinham medo de arriscar suas jogadas. Assim, passaram a levar mais perigo, mesmo que sem testar efetivamente o goleiro Mohamed El Shenawy. A melhor tentativa seria um chute para fora de Franck Kessié. Levaria um tempo para o Egito escapar da pressão adversária no campo de defesa e se aproximar da área marfinense. E o caminho viria nos chutes de longe. Omar Marmoush quase anotou um golaço aos 17 minutos, numa sapatada de fora que parou no travessão. Pouco depois, seria a vez de Mohamed Salah chutar da meia-lua e o goleiro Badra Ali Sangaré espalmar o tiro cheio de efeito para a linha de fundo.


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Diante da superioridade do Egito, Costa do Marfim se conteve um pouco mais. As chegadas dos Elefantes passaram a acontecer principalmente nas bolas paradas, mas a defesa dos Faraós se mostrava bem organizada e concedia poucas brechas. Para piorar, Kessié precisou ser substituído aos 30, depois de sentir as costas. Do outro lado, os egípcios chegaram mais algumas vezes, com Ali Sangaré realizando novas defesas num chute rasteiro de Mostafa Mohamed e também num cruzamento alto de Salah que quase tomou o caminho das redes. Os marfinenses voltaram a encaixar suas jogadas mais perto do intervalo. Ibrahim Sangaré deu um lindo voleio que dificultou a El Shenawy e o goleiro defendeu em dois tempos um chute pelando de Sébastien Haller.

O segundo tempo recomeçou mais equilibrado, até que o Egito passasse a arriscar mais. Aos oito minutos, Salah fez grande jogada pela direita e Amr Al-Sulaya recebeu em ótimas condições na área, mas isolou o chute. Logo depois, um cruzamento fechado de Mohamed Elneny desviou na marcação e deu trabalho a Ali Sangaré, que de novo espalmou. Logo o embate ficaria mais travado no meio, sem que nenhum dos times prevalecesse. Repetiam-se os erros sucessivos na hora do passe final.

Costa do Marfim voltou a crescer um pouco mais por volta dos 20 minutos. Um aviso veio em bola esticada que El Shenawy precisou se antecipar. Logo depois, numa cobrança de escanteio, Ibrahim Sangaré ajeitou de cabeça e Haller testou na pequena área, com outra defesaça de El Shenawy. As alterações se tornaram mais constantes e, enquanto os egípcios apostavam em Trezeguet, os marfinenses renovavam sua força ofensiva com Wilfried Zaha e Jérémie Boga. Quem quase abriu o placar neste momento foi o Egito, com o próprio Trezeguet batendo cruzado para fora – num lance em que talvez o melhor fosse tentar o passe no meio da área.

À medida que o tempo passava, o duelo se tornava mais tenso e nenhum dos times dava tanta pinta de que abafaria. E os minutos finais seriam cruéis com o Egito, que perdeu dois jogadores por lesão depois dos 35. Hamdi Fathi foi o primeiro a sentir e deu lugar a Zizo. Pior foi a saída de El Shenawy, que sentiu a coxa ao realizar mais uma defesa importante num tiro cruzado de Zaha. O reserva Mohamed Abo Gabal assumiu a meta. Apesar da presença ofensiva dos Elefantes na reta final, o confronto entraria mesmo na prorrogação.

O Egito entrou no primeiro tempo extra muito mais ligado. Logo nos primeiros minutos, a zaga marfinense rasgaria na pequena área um cruzamento de Trezeguet para Salah, enquanto Mohamed Sheriff (que entrou na vaga de Mostafa Mohamed) cabeceou com perigo para fora. Ali Sangaré voltaria a ser testado no gol marfinense nesta sequência, em chute de longe de Zizo que o arqueiro rebateu. A prorrogação ficava mais picada, com muitos atendimentos médicos. Mas, quando precisou mostrar serviço, Abo Gabal voou no ângulo e deu uma belíssima ponte para evitar o gol de Costa do Marfim, num míssil de fora da área disparado por Ibrahim Sangaré.

Os Elefantes continuaram mais aplicados no ataque durante o segundo tempo extra, com os Faraós contidos atrás e limitados a avanços esporádicos. A indefinição imperava, com as principais jogadas travadas pelas defesas. E a reta final teria até sua dose de confusão, num contra-ataque de Costa do Marfim no qual Zaha bateu boca com a zaga do Egito. No último ataque, os Faraós conseguiram encontrar Trezeguet na área, que girou para o chute, mas a bola fraca ficou nas mãos do goleiro Ali Sangaré. A definição do classificado viria nos pênaltis.

Nicolas Pépé, Zizo, Ibrahima Sangaré e Amr Al-Sulaya converteram as primeiras cobranças. O primeiro erro seria de Costa do Marfim, em seu terceiro tiro. Eric Bailly telegrafou um chute fraco, que Abo Gabal defendeu com uma só mão e contou com a ajuda do travessão. O Egito passou à frente, então, com Omar Kamal. Maxwel Cornet e Mohamed Abdelmoneim marcaram na quarta série de batidas. Por fim, depois que Zaha fez a última dos Elefantes, Salah classificou os Faraós com o triunfo por 5 a 4.

Costa do Marfim deixa a Copa Africana depois de uma boa fase de grupos, em que o time superou as expectativas contra a favorita Argélia e tentou mudar as impressões pela eliminação precoce nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Porém, a queda nas oitavas não deixa de ser amarga, pela forma como a equipe ainda conseguiu competir com o Egito. Os Faraós avançam com um futebol mais pragmático, que gera cobranças no país, mas que ganha moral com tamanho obstáculo superado.

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