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·25 de janeiro de 2022

O ‘comandante’ Achille Lauro fez do Napoli a melhor plataforma do seu projeto político populista

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Achille Lauro, popularmente conhecido como “Comandante”, se tornou uma das figuras mais influentes da Itália e, quiçá, do mundo, em meados do século passado. Empresário de sucesso no ramo da navegação, Lauro era um homem de três paixões: a política, a cidade de Nápoles e o futebol do Napoli. Obstinado, fez de tudo para conquistá-las.

Lauro nasceu em Piano di Sorrento, cidade da região metropolitana de Nápoles, em junho de 1887. Achille era filho de Gioacchino, um armador, e já nasceu ligado ao oceano. Quando tinha 20 anos, herdou do falecido pai três veleiros e uma enorme dívida. A princípio não foi fácil, pois além de ter de solucionar o problema das finanças da família, o jovem ficou encarregado de cuidar de sua mãe e de suas três irmãs.


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Embora com muitas dificuldades, ele conseguiu manter a solvência da empresa até os princípios da Primeira Guerra, quando o governo requisitou seus veleiros. Após o conflito, ele criou uma sociedade limitada que envolvia o investimento de pessoas para uma participação nos seus lucros. E assim surgia uma das maiores companhias de navegação da época: a Flotta Lauro.

Sua empresa se expandiu e seus barcos faziam rotas que envolviam países como a Inglaterra e a Holanda. Buscando expandir ainda mais a influência de sua companhia, Lauro investiu no negócio de aluguel de embarcações no final da década de 1920. Com isso, aumentou consideravelmente os lucros e quantidade de navios, o que lhe tornou a pessoa que possuía a maior frota privada (em toneladas) da bacia do Mediterrâneo.

Com o sucesso empresarial, Lauro entra na política

Nessa época, devido a sua vida empresarial, Lauro já era uma pessoa influente tanto dentro quanto fora de Nápoles e a década de 1930 lhe mostrou isso. Em 1933, ele passou a flertar com o regime de Benito Mussolini e se filiou ao Partido Nacional Fascista. Cinco anos depois, foi nomeado conselheiro nacional da Câmara do Fáscio e da Corporação – um órgão que substituiu a Câmara dos Deputados. A movimentação para esse cargo teve a participação direta da família Ciano, que também tinha ascendência no setor naval.

O alinhamento com o fascismo fez com que, em 1936, Lauro, aos 49 anos, fosse alçado ao posto de presidente do Napoli, clube que havia sido fundado exatamente uma década antes. Naquela época, o regime escolhia os cartolas dos times de futebol, delegando a ricos empresários aliados uma função que lhes conferia ainda mais prestígio social. O objetivo, claro, era político. Adorado pelas massas, o esporte se capilarizava pelo território da península e das ilhas como projeto do governo, contribuindo para propagar a sua ideologia de unificação do país sob uma torta visão de Itália. Trataremos detalhadamente desse assunto mais à frente.

O Comandante já tinha vivido muita coisa até o fim a década de 1930. Contudo, o projeto político de seus aliados lhe atirou em mais um conflito de escala global – e, desta vez, a coisa ficou mais séria. Assim como na Primeira Guerra Mundial, Lauro teve suas embarcações confiscadas pelo governo, para transportar tropas, alimentos, diversos insumos e armas. Na época, o empresário tinha 57 navios e todos foram utilizados.

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Lauro foi um dos políticos mais populares do sul da Itália e usou o futebol para manter o seu prestígio (Il Sole 24 Ore)

O uso das embarcações da Flotta Lauro a serviço do projeto de poder de Mussolini, porém, não era novidade. O Comandante tivera participação importante na aventura colonialista do Duce no norte da África: afinal, a sua companhia foi a escolhida para gerenciar o contrato naval da campanha italiana na invasão da Abissínia e na Segunda Guerra Ítalo-Etíope. Além disso, o empresário viria a receber uma compensação pelo confisco de suas embarcações, de 1939 em diante: o regime lhe concedeu 50% de todos os jornais de Nápoles. Sem dúvidas, isso aumentou a sua influência na cidade.

A Itália, que saiu vencedora da Primeira Guerra Mundial, foi humilhada na Segunda. Dominado pelos Aliados, o exército fascista sucumbiu de sul a norte – e também alguns de seus grandes apoiadores. Após a libertação de Nápoles, em 1943, Lauro foi detido pelas tropas aliadas e aprisionado no campo de concentração de Padula, sob a acusação de ter enriquecido ilicitamente por conta dos favores que o governo lhe atribuía enquanto violava toda sorte de direitos humanos.

Lauro ficou preso por quase dois anos e acabou sendo solto em setembro de 1945, ao fim da guerra: em uma decisão judicial bastante controversa, foi inocentado pelo Tribunal de Apelação de Nápoles. O fato é que o Comandante era muito popular na cidade e, além disso, era um dos empresários mais poderosos da Itália. Manter a Flotta Lauro em atividade era importante para a economia da Campânia e o esforço de reconstrução do país, destruído pelo conflito.

De volta aos negócios, Lauro continuou colaborando com o estado italiano. A constante gravitação em torno da política lhe impulsionou a ingressar no ramo de maneira decisiva. Além de toda a sua influência como empresário, sua colaboração com o regime fascista e o posto de presidente do Napoli, outras duas questões foram fundamentais para que ele tomasse a decisão de se lançar candidato a um cargo público: sua adesão à Frente do Homem Qualquer (UQ) e sua aproximação a Alfredo Covelli, membro do movimento monárquico.

Seguir esta trajetória era natural para Lauro. A UQ era um partido de cunho ferrenhamente anticomunista, de acordo com o que pensava o Comandante, e propagava um populismo de direita calcado na antipolítica e no individualismo – seus críticos consideravam a frente como uma tentativa de requentar ideias fascistas. O empresário passou alguns meses filiado à sigla e, em 1946, financiou o nascimento do Partido Monarquista Nacional (PMN), agremiação conservadora que tinha o intuito de restaurar a monarquia, abolida em referendo naquele mesmo ano.

Lauro se tornou o principal líder do PMN por um motivo demográfico: o sul da Itália tinha uma população que apoiava, majoritariamente, a monarquia. Quase 80% dos eleitores da província de Nápoles, a mais populosa da região, votaram a favor do regime no referendo de 1946, em oposição ao norte, que preferiu o sistema republicano – 85% optaram por ele em Trento, enquanto 80,5% o fizeram em Bolonha e 73,8% em Siena, por exemplo.

Tais números refletiam o tortuoso e – àquela época – ainda recente processo de unificação da Itália, que foi finalizado em 1861 e não gerou a plena integração da zona meridional ao restante do país. Ainda que suas consequências tenham começado a surgir ao longo de três reinados de monarcas da Casa de Savoia, os habitantes do chamado Mezzogiorno preferiam este sistema político por um motivo simples: almejavam a retomada dos tempos de pujança do Reino das Duas Sicílias, cuja capital era Nápoles. Antes da industrialização da Península Itálica, que se concentrou no norte, o sul do território tinha uma economia mais forte do que a soma de todos os estados que se juntariam na formação da nova pátria.

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Populista, Lauro costumava frequentar os jogos do Napoli para ser agraciado pelo público e até por jogadores (Arquivo/Napoli)

Foi neste contexto que Achille ascendeu politicamente. Com o poder de um imperador, ele levava o nome da cidade oceano afora, através da Flotta Lauro, e Itália adentro, com o futebol do Napoli. Em 1952, foi eleito prefeito da capital da Campânia e, pouco depois, senador da república. “Nápoles sou eu”, costumava dizer o Comandante, de forma absolutista – e deixando transparecer que a retomada da monarquia era apenas uma escada para o seu projeto, que envolvia o culto à sua própria personalidade. Se concretizava, dessa forma, uma forma de populismo de direita e um fenômeno político-social que recebeu o nome de laurismo.

Em seus mandatos, Lauro não hesitava em misturar seus negócios pessoais com os públicos. Segundo ele, isso não envolvia simplesmente dinheiro, mas sobretudo o ganho de poder político – uma auditoria feita pelo governo italiano descobriu que, em sua gestão, ele privilegiava contratações de amigos e familiares, não fazia licitações, descumpria diversas normativas e ainda comprava votos. Nápoles se tornou a cidade da especulação imobiliária se viu repleta de habitações paupérrimas e ilegais, todas muito vulneráveis a terremotos, algo temerário numa zona de alta atividade sísmica. Mesmo assim, o Comandante foi prefeito até 1961, quando o seu grupo foi derrotado por uma coalizão liderada pela Democracia Cristã.

A vida política de Lauro não se encerrava ali, contudo. O armador fundou o Partido Popular Monárquico após uma cisão do PMN e se reuniu ao antigo grupo no Partido Democrático Italiano da Unidade Monárquica. Em 1972, a sigla se fundiu ao Movimento Social Italiano (MSI), que fora criado por expoentes do fascismo e se tornou o principal representante da extrema direita no país. Após cinco anos, rumou ao Democracia Nacional, uma dissidência mais moderada, e concluiu sua carreira em 1979. No total, o Comandante teve três mandatos como prefeito, dois como senador e quatro como deputado.

As três décadas do laurismo no Napoli

Se o Comandante teve longevidade política, ela se repetiu no futebol. Lauro foi o cabeça do Napoli entre 1936 e 1969, sendo seu presidente efetivo em dois períodos: de 1936 a 1940 e de 1952 a 1954. Ao longo dessas mais de três décadas, fez pesados investimentos e formou times de bons jogadores, mas conseguiu celebrar apenas três títulos, sendo dois deles pouco relevantes.

Em 15 de março de 1936, Lauro assumiu a presidência do Napoli e já chegou colocando ordem na casa. O clube estava em déficit receituário e algo precisava ser feito. Para solucionar o problema, Achille vendeu alguns de seus jogadores mais importantes: Enrico Colombari, Pietro Ferraris, Antonio Vojak, Giovanni Vincenzi e Valerio Gravasi foram os escolhidos para equilibrar o caixa da agremiação.

A medida se refletiu em campo. A campanha do Napoli não foi grande coisa na temporada de estreia do novo presidente. E, embora, tivesse feito algumas contratações para o campeonato de 1938-39, o time não desempenhou um bom futebol. Algo que não preocupava os torcedores, mas o próprio empresário. A situação não se modificou e o certame de 1939-40 foi um das piores de sua gestão, já que os partenopei brigaram para não cair e só escaparam por conta do saldo de gols.

Em 1940, Lauro decidiu se licenciar do comando do clube pela primeira vez – deixando, é claro, um aliado na presidência. Antes disso, injetou 700 mil liras nos cofres azzurri, mantendo a agremiação em equilíbrio financeiro. Algo que só um apaixonado faria: parecia que Achille estava se afeiçoando ao Napoli.

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Durante seu longo período de hegemonia, Lauro adquiriu jogadores como Luciano Comaschi, Pesaola, Bugatti, Amadei e Luís Vinício (Napoli Tube)

Entre 1942 e 1950, o Napoli oscilou entre as séries A e B. Em 1952, depois de 10 testas de ferro terem dirigido o clube desde o seu licenciamento, o Comandante retomou o timão da barca azul, uma nau que havia se descontrolado sem as rédeas curtas e o estilo duro do “abominável homem dos navios” – foi assim que Lauro ficou conhecido após um jornalista criar o epíteto, fazendo um trocadilho com o Iéti dos Himalaias.

Acumulando os cargos de prefeito de Nápoles, presidente do Napoli e sócio majoritário da Flotta Lauro, o Comandante não se furtou a usar a agremiação partenopea com fins políticos. O elenco tinha como principal destaque o veterano atacante Amedeo Amadei, que fora campeão nacional pela Roma, goleador pela Inter e representara a Itália na Copa do Mundo de 1950. O treinador, desde 1949, era Eraldo Monzeglio, que compartilhava com Lauro a orientação ideológica – foi, inclusive, amigo de Mussolini. Achille, no entanto, precisava de um golpe de mestre para fazer os azzurri irem além do sexto lugar, obtido nas duas temporadas que antecederam o seu retorno.

Assim como em sua primeira passagem como presidente efetivo do Napoli, na década de 1930, Lauro deu início a um plano de reformulação da equipe. Desta vez, ao invés de prezar pela austeridade, o cartola investiu pesado para formar um time competitivo. Sem dúvida, a maior contratação de seus dois mandatos foi a do sueco Hasse Jeppson, da Atalanta: o jogador custou 105 milhões de liras e se tornou o mais caro do mundo na época. O atacante, que havia se destacado na Copa do Mundo de 1950, até ganhou o apelido de “Banco de Nápoles”, devido ao enorme valor pago.

Além do sueco, chegaram ao Napoli Giancarlo Vitali, ex-ala da Fiorentina, e Bruno Pesaola, que estava no Novara. As expectativas eram altas, mas o time sofreu derrotas para Inter, Lazio e Fiorentina na parte inicial da Serie A e o clima esquentou nos bastidores. Em entrevista, Lauro jogou o problema no colo de Monzeglio. O técnico, furioso com a audácia do presidente, renunciou ao emprego, mas o Comandante rejeitou a demissão. Depois, nos vestiários, o cartola discutiu com Jeppson e o treinador mais uma vez entregou o cargo. O mandatário não teve meias palavras para respondê-lo: “Cale a boca, você fica onde está”.

Mesmo com o clima tenso, o Napoli se acertou e fez campanha decente: quarto lugar em 1952-53. As participações de Jeppson foram fundamentais para manter a equipe na parte de cima da tabela também na temporada 1953-54: o atacante marcou 20 gols e ajudou os azzurri a garantirem o quinto lugar. Porém, toda vez que o sueco ia mal, a torcida cornetava, fazendo questão de lembrar a quantia paga por ele.

Estar à frente do Napoli era fundamental para a vida política de Lauro. Ele não fazia questão alguma de esconder que usava o sucesso de seu goleador para conquistar a população e implantar medidas na antiga capital do Reino das Duas Sicílias – o Comandante, inclusive, passou a ser chamado de “vice-rei” devido a seu poder. Seguindo à risca a cartilha populista, ia aos jogos e os assistia à beira do gramado, além de costumar dar voltas olímpicas no antigo estádio Arturo Collana para ser ovacionado pela torcida partenopea. Seu lema nessa segunda passagem era “um grande Napoli para uma grande Nápoles”.

Em 1954, Lauro abriu mão da presidência do Napoli: deixou o clube sob a administração de Alfonso Cuomo, seu braço direito, que já havia dirigido o time partenopeo em 1951-52. Cuomo foi o operador do Comandante e manteve a agremiação em destaque, com contratações que caíram no gosto popular, como a do brasileiro Luís Vinício, autor de 16 gols em 1955-56. Apesar de os azzurri terem ficado no meio da tabela, o abominável homem dos navios foi facilmente reeleito prefeito de Nápoles, em junho de 1956. Durante suas gestões municipais, tocou as obras de um novo estádio para a equipe local, que haviam sido iniciadas pelo antecessor. Em 1959, foi inaugurado o Stadio del Sole, renomeado San Paolo em 1963.

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O Comandante Lauro se relacionava de forma muito próxima com os jogadores do Napoli (Wikipedia)

Sob as ordens de Amadei, que se tornou treinador, o Napoli de Vinício, Pesaola e Ottavio Bugatti fez algumas boas campanhas, tendo o quarto lugar como ápice. Em 1961, o time foi rebaixado para a Serie B, mas reagiu de imediato: voltou à elite e, em 1961-62, também ganhou a primeira Coppa Italia de sua história. Finalmente o laurismo resultava em títulos no futebol – curiosamente, quando entrou em decadência na política local.

Dali até 1967, o Napoli caiu e subiu novamente, presidido por Luigi Scotto e Roberto Fiore. Também faturou uma Copa dos Alpes, competição disputada por times da Itália e da Suíça. Nesse período, Antonio Juliano emergiu da base, ao passo que os brasileiros Cané e José Altafini foram contratados. Omar Sívori, que ganhara a Bola de Ouro nos tempos de Juventus, também foi uma aquisição de peso. Com essa turma em campo, os partenopei ficaram com a terceira posição na Serie A 1965-66 e a quarta no Italiano seguinte.

Em 1967, Gioacchino Lauro, filho do Comandante, ascendeu à presidência. Era mais uma jogada política, já que Achille concorreria ao Senado nas eleições do ano seguinte. Assim, o armador fez três contratações de peso, adicionando o goleiro Dino Zoff e os atacantes Albertino Bigon e Paolo Barison ao já forte elenco azzurro. O grupo deu liga e os resultados foram fenomenais para o octogenário: vice-campeonato partenopeo e vitória no sufrágio.

A vida dupla de político e presidente do Napoli parecia funcionar muito bem para o Comandante. Mas a verdade é que, aos 81 anos, ele já estava cansado de acumular as funções – principalmente depois de ter interditado Gioacchino por gestão temerária na Flotta Lauro e ter de sanar os enormes prejuízos causados pelo filho à companhia. Além disso, Achille passou a lidar com mais investigações e escândalos que o envolviam.

Gioacchino deixou a presidência do Napoli em 1968, quando assumiu o posto de senador como suplente do pai – ocupou o assento no parlamento até 1970, quando morreu prematuramente, aos 50 anos. Antes disso, Achille Lauro vendeu sua parte na sociedade esportiva para Corrado Ferlaino, articulando a ascensão do então acionista minoritário ao comando do clube partenopeo, impondo uma derrota a Roberto Fiore, com que tinha se desentendido. Ferlaino seria o responsável por levar Diego Maradona para Nápoles, em 1984. O resto é história.

Afastado do futebol, Lauro conseguiu manter a sua empresa, já decadente, em atividade (ela seria englobada pela gigante Mediterranean Shipping Company, a MSC, em 1987) e se livrar de condenações até o fim da – longa – vida. O Comandante morreu em 1982, aos 95 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória em sua casa.

O velório do ex-presidente do Napoli teve a presença de 3 mil pessoas, entre apoiadores e detratores. Compondo o grupo dos que compareceram para prestar uma homenagem, estavam cartolas e jogadores do clube, mas também fascistas convictos: ao lado de militantes da juventude monarquista, integrantes do MSI vaiavam o prefeito Maurizio Valenzi, do Partido Comunista Italiano, e ainda faziam a saudação romana, proibida por lei. O funeral evidenciava, pela última vez, as tantas faces do controverso Achille Lauro, o “abominável homem dos navios”.

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