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·24 de outubro de 2022

O Colo-Colo se refez dos traumas recentes e, com sobras, reconquistou o Chileno após cinco anos

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O Colo-Colo vinha de duas temporadas traumáticas no Campeonato Chileno, ainda que fossem baques distintos. Em 2020, o Cacique sofreu riscos reais de um rebaixamento inédito. Precisou disputar os playoffs contra a Universidad de Concepción e evitou a queda com uma dramática vitória por 1 a 0. Já em 2021, os Albos lideravam até o início da antepenúltima rodada, quando sofreram uma derrocada e permitiram a ultrapassagem da tetracampeã Universidad Católica. Teriam que esperar um pouco mais até que, finalmente em 2022, botassem a faixa no peito novamente. Os colocolinos sobraram durante todo o Campeonato Chileno e se consagraram com duas rodadas de antecipação, para um troféu que encerra cinco anos de jejum do maior vencedor do país.

O Colo-Colo é o clube com mais títulos no Campeonato Chileno e vinha de décadas de bonança. Os anos 1990 marcaram o período mais relevante do Cacique internacionalmente, enquanto uma geração dourada emendou taças na década de 2000. Houve um período de seca de cinco anos a partir de 2009, mas a volta ao topo entre 2014 e 2017 rendeu três novas taças. Desde então, a ausência do troféu imperava no Estádio Monumental David Arellano. A Universidad Católica tomou o controle do país.


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É bom salientar que o Campeonato Chileno viveu uma mudança de regulamento a partir de 2017, com o retorno do calendário anual, que voltou a consagrar apenas um campeão por temporada. Além disso, a Universidad Católica se erigiu como a equipe mais competitiva da liga, especialmente pela capacidade de renovação mesmo com trocas de comando. O Colo-Colo passou longe da disputa em 2018 e também não teve muito fôlego em 2019, mesmo com o vice. Isso até que 2020 marcasse um dos piores momentos do clube, com a ameaça do rebaixamento. Que a reconstrução tenha ocorrido, a maneira como o time perdeu o troféu em 2021 foi amarga, especialmente por deixar no colo exatamente da Católica.

Apesar disso, o Colo-Colo não quis realizar mudanças abruptas. O clube bancou a permanência do técnico Gustavo Quinteros, responsável pela salvação em 2020, mas que também sofreu a queda de rendimento na reta decisiva em 2021. O elenco contou com contratações pontuais, com o reforço principal de Juan Martín Lucero, além das compras definitivas de nomes importantes como Leonardo Gil e Pablo Solari. A continuidade rendeu pouco na Libertadores e na Copa Sul-Americana, em campanhas que acabaram cedo, mas valeu uma imposição inquestionável no Campeonato Chileno.

Sem que a Universidad Católica mantivesse sua força e com a crise contínua da Universidad de Chile, o Colo-Colo não encontrou muitos concorrentes ao longo da temporada. A equipe teve alguns momentos de instabilidade no início da caminhada, mas pegou embalo depois de enfiar 4 a 1 no clássico contra La U. Já no final do primeiro turno, o time iniciou uma arrancada de 13 rodadas de invencibilidade. Passou a liderar com sobras e não teria sua tranquilidade ameaçada depois disso.

Até esperava-se que o título do Colo-Colo fosse confirmado mais cedo. A ocasião perfeita parecia ser o clássico contra a Católica no Estádio Monumental, já em outubro, mas a queda de uma estrutura durante o último treinamento da equipe, que deixou dez feridos, causou impacto. De qualquer maneira, não foram os empates seguidos depois disso que custaram a vantagem ampla do Cacique sobre Ñublense, Unión La Calera e Palestino, os principais perseguidores da vez. Neste domingo, a vitória por 2 a 0 sobre o Coquimbo Unido selou a taça.

Gustavo Quinteros se alça a um status de gigante no futebol sul-americano. O treinador argentino naturalizado boliviano chega a oito títulos nacionais ao redor do continente. Suas quatro primeiras taças vieram em seu país, duas à frente do Oriente Petrolero, além de mais uma com o Blooming e outra com o Bolívar. Depois virou rei no Equador, bicampeão com um forte Emelec, a ponto de assumir a seleção local. Já no Chile, tinha participado do recente tetra da Católica com a segunda conquista dessa série, em 2019. Agora consegue interrompê-la na reconstrução do Colo-Colo.

Já dentro de campo, o Colo-Colo não possui time para encher os olhos do continente, como tem sido o padrão do futebol chileno em queda nos últimos anos. Mas é um elenco recheado para os padrões locais. O goleiro Brayan Cortés lidera um setor defensivo cheio de nomes da seleção local, incluindo também o lateral e capitão Gabriel Suazo, além do volante Esteban Pavez. No miolo da zaga, o argentino Emiliano Amor e o uruguaio Maximiliano Falcón formaram a dupla principal.

Vicente Pizarro, de 19 anos, está entre as revelações da campanha entre os volantes. Mais à frente, na armação, Leonardo Gil e Gabriel Costa são figuras bastante rodadas, com sua contribuição no sucesso. Já o principal protagonista é o centroavante Juan Martín Lucero. O jogador de 30 anos veio do Vélez e desequilibrou no Campeonato Chileno, com 15 gols e cinco assistências em 25 aparições até o momento. Também merece uma menção o ponta Pablo Solari, de 21 anos. O argentino foi o autor do gol que evitou o rebaixamento em 2020 e era um diferencial dos Albos durante o início da liga. Em julho, todavia, se transferiu ao River Plate e por lá tenta deixar sua marca.

Com a nova conquista, o Colo-Colo soma 33 títulos no Campeonato Chileno. São 15 a mais que a Universidad de Chile, segunda maior vencedora com 18, mas que nessa temporada de novo precisou se concentrar na luta contra o rebaixamento. A Católica soma 16 no total. É ver se a reorganização do Cacique permitirá um time continuamente mais forte. O futebol chileno deixa bastante a desejar em seu trabalho desde a segunda metade da última década e depende de seus clubes mais fortes no cenário continental. Pelo tamanho de sua torcida e por sua tradição, o Colo-Colo é quem tem as melhores condições de puxar a fila.


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